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Lugar de presença e atuação

  • Identificador:
    12038
    Descrição:
    OFM/PSC Casa e Paróquia Franciscana São Paulo Apóstolo
    Tipo de presença:
    Data inicial:
    2004
    Data final:
    2011
    Notas sobre este lugar de presença/atuação:
    Primórdios

    Frei Elias Hooij, o primeiro frade franciscano a assumir a pastoral de Teixeira de Freitas, e que durante muitos anos prestou assistência na cidade, nos dá um relato do início da presença franciscana no sul da Bahia:

    Para entender um fato histórico, há que se voltar às fontes, seguindo a correnteza da história. E aí estamos chegando ao ano de 1934, quando o bispo franciscano de Ilhéus - BA, Dom Eduardo Herberhold (ex-provincial da Província Franciscana do Norte), reiterou o pedido de uma missão franciscana no extremo sul da Bahia, naquele tempo só acessível pelo mar. Chegaram então à cidade de Caravelas os frades Feliciano Smitz e Peregrino Loerakker.

    Os franciscanos chegaram ao sul da Bahia quase que naturalmente, pela linha ferroviária de Araçuaí, Teófilo Otoni, Nanuque, Caravelas, Ponta de Areia. Em março de 1916, frei Samuel Tetteroo, grande desbravador, penetrou nesta região para pelo menos fazer a desobriga nas matas de Prado ou Jucuruçu e descobriu en passant a linha divisória dos estados de Minas e da Bahia..

    Para dar uma ideia do trabalho dos frades nestes tempos antigos, bastam uns exemplos: entre 13 de junho e 30 de julho de 1939, frei Peregrino viajou, de trem, de Caravelas a Aimorés e, de lá, ele visitou, com uma tropa de burros, as vilas e fazendas de Lajedão, Chapéu Velho (Itupeva), Itanhém, Medeiros Neto, Chumbo, Jucuruçu, Escondido (Itamaraju), Prado e Alcobaça, num território de 200x100 km.

    Em 1940, frei Oto Rijnierse era vigário de Caravelas, frei Celestino van de Kerkhof em Prado; estas paróquias se estenderam até a divisa de Minas Gerais, enquanto frei Leobino Kraakman cuidava do interior de Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri. Mais tarde, chegou frei Osvaldo Koot.

    No dia 3 de novembro de 1951, frei Olavo Timmers, desde 1945 pároco de Alcobaça, deixou sua cidade para - com a pausa de uns dias - voltar lá pouco antes do Natal. Foram 44 dias de viagem no lombo do burro, levando na tropa os livros de batizados e casamentos (para evitar bigamia!). Ele percorreu a região entre a praia e a divisa de Minas Gerais (200 km), visitando 29 vilas e fazendas, onde administrou 729 batizados, 141 casamentos e inúmeras confissões, arrastando o povo atrás de si com sua flauta mágica.

    Naquele tempo, nestas matas não existia registro de nascimento e o frade registrava cada batismo, com todos os detalhes de nomes, até dos avós paternos e maternos, indagando e, às vezes, dando nomes aos que só tinham apelidos.

    Em 1963, o primeiro bispo diocesano da nova diocese, Dom Filipe Tiago Broers, também franciscano, chegou a Caravelas. Logo ele conseguiu equipar antigas e novas paróquias com um pequeno exército de frades, naqueles tempos de abundância vocacional na Holanda. Em Caravelas, ficaram os freis Eliseu Tijdink, secretário do bispo, Jerônimo Jansen, Oscar van der Neut e Gotardo Boom, que cuidavam da linha da antiga ferrovia e das comunidades de Juerana, Helvécia, Posto da Mata, e atravessava de canoa os braços do mar até Nova Viçosa. Em Alcobaça morava frei Teodoro Verkuijlen e mais tarde frei Ismael Lambi. Em Prado, frei Hipólito Elskamp. Em Itamaraju frei Ambrósio Boude e depois frei Oscar. Em Itanhém (1965) frei Simão Putman com Padre José e frei Davi. Em Medeiros Neto (1965) frei Salésio Heskes e depois frei Ronaldo Zwinkels. Em Ibirapoã (1965) frei Carlos Schep, seguido por frei Arnaldo Belles e frei Frederico Voorvelt. Em Lajedão (1965) frei Canísio Leenders, que cuidava também, via Nanuque, do contestado entre o rio Mucuri e a divisa com o Espírito Santo.

    Dom Filipe pensou primeiro, que o umbigo do mundo sul-baiano estaria em Posto da Mata, como polo de desenvolvimento. Colocou lá os freis Teodoro, Elias e depois Cleto Eggink. Aí começamos com visitas mensais às comunidades do interior, com culto dominical, cursos de catequistas e alfabetização e a missa na língua vernácula - com própria tradução, bem antes que o Concílio Vaticano II chegasse aqui.

    Quando, porém, começou a construção da BR 101, Dom Filipe se convenceu de que o centro ia ser Teixeira de Freitas, onde funcionava o acampamento do DERBA (Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia) e se cruzavam as trilhas dos madeireiros. Quem haveria de prever que estas e outras serrarias, num certo momento mais de 40, iam acabar com as florestas da Mata Atlântica de jacarandá e peroba, de cedro, maçaranduba e ipê!? A flora virou eucalipto e a fauna virou boi. E depois, o boi virou eucalipto também. Que monocultura devastadora sob a sigla de reflorestamento, destruindo comunidades inteiras e deixando multidões de desempregados nas novas periferias das cidades e vilas do interior (SC 2005, págs. 77-79).

    O início da presença franciscana em Teixeira de Freitas se deu com a chegada de frei Elias Hooij, enviado para preparar uma futura sede paroquial. A primeira missa foi celebrada no dia 15 de agosto de 1968, em frente a uma escolinha, onde agora se encontra o prédio da Unimed. Era o início de uma pastoral regular e mais organizada, com um padre residente (SC 2005, pág. 77).

    Os frades atuaram em Teixeira de Freitas, primeiramente na paróquia São Francisco de Assis, durante 36 anos, e construíram inúmeras capelas e centros sociais. Depois de tanto trabalho, ao longo dos anos, foram criadas quatro novas paróquias na cidade. Uma delas, que levou o nome de São Paulo Apóstolo, situada na periferia foi oferecida aos frades. A região é de desafio pastoral. A paróquia São Francisco acabou ficando na região central da cidade.

    Tempo de mudar

    A fraternidade local então propôs e o definitório aceitou a transferência da fraternidade local para a paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro Nova Teixeira. Frei Alexsandro Rufino da Silva foi nomeado administrador paroquial em outubro de 2004 (SC 2004, pág. 177). A paróquia São Francisco de Assis foi então entregue aos cuidados pastorais da diocese no início de 2005, mesma ocasião em que os frades assumiram definitivamente seu novo campo de trabalhos.

    Em fevereiro de 2005, foi enviado o recém ordenado frei Geraldo Machado de Oliveira para ser o vigário paroquial. Assim, frei Alexsandro, frei Geraldo e frei Paulo Afonso formaram o trio pioneiro da nova paróquia de São Paulo Apóstolo (SC 2005, pág. 12). Residindo em uma região carente de recursos, a província precisou dar uma ajuda para agilizar a pastoral. O definitório aprovou a doação de um Gol, ano 2002, para uso dos frades da paróquia. No projeto enviado, eles ressaltaram a importância de tal gesto provincial dentro do contexto da ação pastoral que eles, na continuidade da presença da província Santa Cruz em terras baianas, têm procurado desenvolver. Cônscios da opção de deixar o centro de Teixeira de Freitas para a periferia, eles escrevem: A opção de assumirmos uma paróquia na periferia de uma cidade em crescimento rápido e desorganizado é sinal claro e evidente da novidade do evangelho, segundo o espírito franciscano. Foi um gesto profético e audacioso de nossa fraternidade provincial, um testemunho de liberdade diante das estruturas e um passo de solidariedade com os mais pobres. Assim sendo, aqui tornamos visível o quanto ouvimos e discutimos em grupos, moções e discursos acalorados. Nesta experiência que estamos vivendo, aprendemos que a credibilidade daquilo que é sonhado, falado, refletido afere-se no momento de topar este tão falado 'novo jeito' de presença franciscana, ou seja, este novo estilo de presença evangelizadora que o sorriso irreverente da circunstância nos trouxe.

    A paróquia São Paulo Apóstolo possui 9 comunidades, 5 na cidade e 4 na zona rural. A fraternidade tem procurado estar atenta aos desafios da pastoral urbana, bem como está elaborando um projeto de alfabetização de adultos e jovens, que promova a inclusão social e digital. A ação evangelizadora é pautada por três metas concretas, a saber: formação de lideranças cristãs e sociais; juventude; ecologia (SC 2005, pág. 382).

    Frei Erotides Antônio de Melo, que esteve ajudando aos frades da paróquia durante a Semana Santa de 2006, nos conta um pouquinho do que viveu junto às comunidades: Teixeira de Freitas, nome de jurista famoso, conceituado na sua área e que teve grande influência na sociedade brasileira do século passado. Segundo os anais da história do Brasil, foi um homem de vasta cultura; foi eficiente e competente no que fez.

    Teixeira de Freitas, cidade que cresceu em ritmo de progressão geométrica lá no extremo sul da Bahia. Há quarenta anos era uma simples comunidade de Posto da Mata, que hoje virou comunidade de Teixeira de Freitas, invertendo totalmente a situação. No mesmo ritmo em que cresce demograficamente, cresce na carência de infraestrutura, cresce na pobreza, cresce na marginalização. Teixeira de Freitas dá a impressão de ser uma cidade de uma rua só. É uma rua principal, comprida, mas se sairmos uns trinta metros dessa 'coluna vertebral', temos a 'quase' convicção de que estamos em outra cidade. É, metaforicamente, uma centopeia: o corpo principal visível à distância e umas (no mínimo) cem perninhas que vão se entrelaçando, misturando, dificultando o andar da estrutura toda. No entanto, é nessa confusão, nessa rede de ruas, ruelas, trilhas que vão surgindo as comunidades simples, 'formigueiras', fervorosas, periféricas e que vão formando, pelos pontinhos que são, a extensa Teixeira de Freitas.

    Um desses pontinhos é a comunidade São Sebastião de Duque de Caxias de Teixeira de Freitas da Bahia (carinhosamente chamada de Duque). É um pontinho apenas, mas quem tem o prazer e a graça de fazer lá uma visita, nota claramente a forte e constante presença de Deus nas pessoas. É o poder e a misericórdia de Deus se manifestando em um pontinho deste imenso universo (na Sagrada Escritura, esta é a maneira pela qual Deus opta para se manifestar: simples, na brisa, sem estardalhaço).

    Existem lá muitas pessoas importantes diante de Deus e do povo, mas o Sr. Rosalvo é significativo.

    Em plena Semana Santa que por lá celebrei juntamente com o povo, em uma das várias visitas (como é importante essa pastoral, porém, pouco explorada, praticada), cheguei à casa do Sr. Rosalvo. Casa muito simples, com um quarto, uma sala conjugada com a cozinha e um banheiro. O piso é terra batida; o fogão de lenha, como em todo lugar em que é estimado, estava pronto: as panelas já nas bocas da chapa e, na ponta, perto do pé da chaminé, tinha uma chaleira com a água fervendo. Já era quase hora do jantar. Na sala tinha uma mesa pequena com quatro tamboretes e, num canto debaixo de uma cantoneira com um filtro d'água 'São Jorge', tinha outra mesinha com imagens de vários santos e santas: Expedito, Antônio, Francisco de Assis, Rita de Cássia, Vicente de Paula, Edwiges, Roque, Judas Tadeu, José, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Teresinha com suas rosas. Na parede estavam vários quadros: o Bom Pastor, Santa Luzia, Anjo da guarda (numa paisagem muito bonita), Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria e o quadro mais antigo e o mais encardido, que era o da Sagrada Família. Tinha também uma folhinha do calendário e a estampa daquele mês era do Crucificado. A piedade do povo simples se fixa mais no Crucificado do que no Ressuscitado. A sexta-feira da Paixão tem uma frequência bem maior de fiéis do que o Domingo da Páscoa do Senhor. Do lado oposto ao oratório ficava o sofá, já bastante surrado pelo Sr. Rosalvo e, em cima dele tinha um crucifixo prateado que, com certeza, fazia dele a peça mais preciosa da casa. Sentado em seu lugar, com o 'olhar' na linha do horizonte, Sr. Rosalvo era meditação quase o tempo todo. Sr. Rosalvo é cego. Sr. Rosalvo é mestiço: é baiano com um bigode mexicano. Sr. Rosalvo é um daqueles pequeninos que fez Jesus louvar ao Pai com muita alegria (Mt 11,25).

    Quando eu estava olhando as imagens e falando o nome de cada santo e santa ali representados, ele começou a me contar um caso acontecido ali mesmo onde nós estávamos.

    Não fazia muito tempo, tinha chegado lá pelas bandas de Duque a Igreja Maranatha. Para convidarem as pessoas para o primeiro culto, os fiéis desta igreja começaram as visitas nas casas. De repente bateram na porta da casa três jovens. Eles foram convidados a entrar e se sentarem nos tamboretes. O convite foi feito pela esposa do Sr. Rosalvo (que ela me desculpe por ainda não ter falado dela). Os jovens, logo que se sentaram, assustaram-se com as imagens, o que já era de se esperar. Conversa vai, conversa vem, num dado momento um dos jovens interrompe a conversação com uma observação inoportuna. Ele começara um debate polêmico sobre as imagens. Com voz já um pouco alterada, ele chama o Sr. Rosalvo e sua esposa para destruírem as imagens, porque aquilo era coisa do diabo, era idolatria, era adorar imagens, enfim, era coisa do demônio e que Deus havia falado na bíblia que não era permitido fazer imagens. Sr. Rosalvo escutava tudo em silêncio. Sua esposa estava ficando assustada e com medo da postura arrogante do jovem. Este pega a bíblia e lê as passagens em que estão as proibições (Ex 20, 4-5; Dt 5, 7-10) e vai despejando palavras agressivas para o casal. De repente, o Sr. Rosalvo pede permissão para falar (que humildade, que educação, que exemplo): o senhor tem mesmo coragem de destruir uma imagem?', dirigindo-se ao jovem, que responde na confiança de que já estava conseguindo convencer o velho a dar um fim naquelas imagens. 'Não só tenho coragem, mas é necessário fazermos isto para não cairmos no pecado da idolatria'. O Sr. Rosalvo, na sua humildade, educação, simplicidade, usou de sabedoria (binômio usado por São Francisco), com certeza inspirado pelo Espírito Santo. O Sr. Rosalvo se levantou do sofá, ficou firme de pé, abriu os braços em forma de cruz e falou com voz firme e clara: 'Então destrua essa imagem!' Para que mais palavras? O jovem calou-se e foi embora com os outros dois. Sr. Rosalvo foi e é imagem e semelhança do Deus Trindade (SC 2006, págs. 243-245).

    No final de 2006, a província viveu seu momento forte com a realização do capítulo provincial, e algumas mudanças se tornaram necessárias. Com a nomeação de frei Alexsandro para ecônomo provincial, frei Eduardo Metz foi nomeado pároco de São Paulo Apóstolo, frei Geraldo Machado e frei Paulo Afonso continuaram seu trabalho na paróquia (SC Especial do Capítulo 2006, pág. 269).

    Aconteceu, no dia 22 de abril de 2007, mais um evento em grande estilo na paróquia. Uma noite de caldos, com iniciativa da comunidade Imaculada Conceição, em prol da construção da sede da mesma. O evento reuniu pessoas de todas as paróquias e até de outras denominações e crenças, que prestigiaram o evento, com direito a som ambiente e artistas da terra.

    Frei Geraldo Machado abrilhantou ainda mais a festa com um pequeno discurso. Agradeceu a todos que estavam envolvidos no evento e acrescentou que este mérito é graças à ousadia de uma história de 70 anos de presença franciscana no extremo sul da Bahia. E hoje, graças a estes 'heróis franciscanos', estamos colhendo os frutos da confiança e da credibilidade das pessoas deste território, a quem devemos a nossa gratidão.

    Nesta mesma ocasião aconteceu o lançamento do livro 'Nos teus passos, os meus passos', que irá enriquecer as diretrizes de evangelização na catequese de nossa diocese, foram editados dois exemplares, um para o catequista e outro para o catequizando. E para nossa alegria, este livro tem como autora a coordenadora da catequese da paróquia São Paulo Apóstolo: Marineide Braga. No dia 19 de maio também aconteceu o primeiro encontro de formação do ano da OFS de Teixeira, que foi realizado na matriz da paróquia. Cantamos e fizemos o estudo da regra, seguida da bênção e da exortação de São Francisco. O estudo nos fez meditar sobre a forma de vida franciscana, sobretudo, o modo como Francisco viveu sua vocação de modo único dentre os demais cristãos. Ainda hoje, ele nos impressiona e impulsiona a aprofundarmos as dimensões do carisma franciscano: fraternidade, conversão, minoridade, apostolicidade e vida de pobreza. Cantar a regra suscitou em nós o desejo de vivermos o cristianismo à maneira de São Francisco e de sermos verdadeiramente cristãos franciscanos (SC 2007, pág. 58, 99).

    Frei Wander de Oliveira Souza chegou à paróquia em outubro de 2007. Lá ele foi viver seu ano de experiência franciscana, atuando na pastoral (SC 2007, pág. 224).

    No início de 2008, a pedido da fraternidade da paróquia, a província Santa Cruz adquiriu dois lotes vizinhos à nova casa paroquial, para futura venda à paróquia que, no momento, não tem condições financeiras de adquiri-las, devido à construção da nova residência que, em abril de 2008 já estava pronta e habitada no seguinte endereço: Rua Fronteira, 135, bairro Luís Eduardo Guimarães (SC 2008, pág. 11).

    Em 2008, a comunidade paroquial, como sempre, esteve em grande atividade, vão aqui alguns eventos:

    No dia 23 de fevereiro, a paróquia celebrou, com grande alegria, os 25 anos de vida religiosa de Frei Paulo Afonso. A celebração contou com a presença dos frades da comunidade e dos freis Alexsandro e Adelmo Francisco Gomes da Silva, que deram uma passadinha para prestigiar o confrade. Marcaram presença também as Irmãs Franciscanas do Senhor, as Irmãs da Fraternidade 'O Caminho', as Irmãs de São José, além de membros da OFS, representantes de outras paróquias, bem como de paroquianos e familiares de frei Paulo.

    Iniciamos a celebração com o canto de São Paulo, escolhido pelo jubilar. Em seguida, a irmã de frei Paulo começou a narrar um histórico sobre sua vida. Foram momentos emocionantes: a entrada de sua mãe, com a foto de seu esposo e pai de frei Paulo; uma irmã do frei chegou, trazendo a água do cachoeirão, no qual ele tomou seu primeiro banho; outra irmã vestida de São Francisco; seus tios e uma amiga da família, que fez uma homenagem ao frei, com algumas crianças cantando a música anel mágico. Por último, a sua mãe homenageou seu filho com uma linda oração.

    Frei Adelmo fez a proclamação do evangelho e frei Eduardo deu início à sua homilia com a frase Fraternidade e defesa da vida e afirmou que devemos gerar fraternidade na comunidade, toda criação vem de Deus e devemos usá-la a serviço da vida. A vida de frei Paulo é um sinal que nos indica o caminho em respeito à natureza. O seu amor por ela é um exemplo disso. Somos chamados a defender a vida, como fez São Francisco, e a vida de frei Paulo provoca em nós essa atitude.

    Após a comunhão, a comunidade prestou uma homenagem ao frei com o tema 'Paz sem voz não é paz, é medo'. Frei Alexsandro falou a frei Paulo, recordando o tempo em que moraram juntos, abriu parênteses para duas expressões: como franciscano, eu percebi no confrade um homem de fé, com amor pela igreja. Citou o programa 'Palavra e vida', que ele fazia no rádio. Na dimensão ecológica, citou o seu gosto pela arte e pela pintura. Por fim, ressaltou que celebrar 25 anos é uma provocação vocacional. Ao final da celebração, houve uma grande confraternização no pátio da igreja (SC 2008, págs. 108-109).

    Pré-vestibular comunitário

    No dia 7 de maio de 2008, teve início o pré-vestibular Caminhos de cidadania, organizado pela paróquia, com uma aula que reuniu mais de 30 alunos. Estavam presentes frei Eduardo e frei Wander, a Sra. Quitéria Costa e alguns professores que irão colaborar com o projeto.

    Na abertura, frei Eduardo afirmou que esse projeto terá a capacidade de abrir as portas de uma faculdade para os alunos, e os incentivou a caminharem juntos para a construção de uma cidade diferente, na qual todos possam ter direitos e possibilidades iguais. Em seguida, o Sr. Gilderaldo falou sobre a história da cidade, desde o povoado até a sua emancipação. No decorrer da sua fala, citou frei Elias Hooij e sua luta para usar as igrejas como escolas.

    A disciplina Práticas de cultura e cidadania, sob a responsabilidade dos frades, será uma das matérias trabalhadas no curso. A aula foi encerrada com um belo texto de Paulo Freire: O homem novo e a mulher nova, um grande incentivo para os alunos se tornarem verdadeiros cidadãos (SC 2008, pág. 180).

    Nos dias 15 a 22 de novembro de 2009, houve missão franciscana vocacional em Alcobaça e Teixeira de Freitas. Participaram da missão frei Jaime Eduardo Ribeiro, promotor vocacional dos franciscanos; a Irmã Elvira, franciscana de Maria vinda de Moçambique; frei Augusto Uiterwaal, que morou durante muitos anos em Teixeira na paróquia São Francisco e dois jovens aspirantes franciscanos. Foram feitas visitas nas escolas onde há curso de ensino médio e nas casas dos que pediram visita de missionários. Foram organizados encontros de jovens na cidade e na roça e também de casais. Houve celebrações eucarísticas na matriz e em capelas da paróquia. A visita dos missionários foi bem apreciada. Os missionários não deixaram passar as oportunidades para falar dos ideais de São Francisco e Santa Clara e das ordens por eles fundadas, além dos institutos que atualmente vivem a regra de São Francisco. Domingo, dia 22 de novembro, foi encerrada a missão franciscana vocacional na matriz de São Paulo Apóstolo, onde não faltaram os agradecimentos e os abraços (SC 2009, pág. 297).

    Peregrinação Franciscana pelo vale do rio Itanhém

    Do dia 12 de dezembro de 2009 a 2 de janeiro de 2010, um grupo de frades esteve em peregrinação ecológica pelas margens do rio Itanhém para celebrar o Natal. A peregrinação começou em Fronteira dos Vales, MG e seguiu no dia 13 em direção à nascente do rio, onde uma missa foi celebrada. O grupo formado por 14 peregrinos, sendo nove frades e cinco missionários de apoio, esteve na tarde de domingo, dia 27, em Teixeira de Freitas. Durante a passagem pela cidade, os peregrinos visitaram o aterro sanitário da cidade, onde frei Adelmo falou com veemência sobre a necessidade de a comunidade permanecer organizada, para que trabalhos de conscientização ecológica sejam realizados com sucesso. Como exemplo, ele citou a necessidade de as pessoas, unidas, trabalharem a questão da coleta seletiva do lixo. Frei Paulo e frei Eduardo também proclamaram palavras em favor do meio ambiente.

    Ao sair do aterro, a caminhada continuou ao longo do bairro Ulisses Guimarães, onde as margens e a nascente do córrego do Ulisses foram visitadas. Frei Paulo apresentou a ideia de um projeto, de cunho tanto ecológico como social. Segundo ele, o projeto foi orçado, em 2007, em pouco mais de 900 mil reais. Esse projeto já teria sido aprovado pela câmara e estaria na pendência de ser sancionado pelo prefeito. O projeto prevê área de preservação ambiental, quadra poliesportiva, piscina e outros. Durante a visita às margens do córrego, a contaminação da água por sujeira era visível, além disso, o próprio frei Paulo explicou que, pelo menos três esgotos, são despejados naquelas águas, entre eles, os esgotos dos bairros Ulisses Guimarães e Canaã.

    O trajeto da caminhada dentro do município de Teixeira foi incentivo e organização de frei Eduardo. A ida até o aterro representou um desafio, já que trâmites burocráticos tiveram que ser vencidos.

    O Natal Caminhando é uma realização da Província Santa Cruz e Pastoral Vocacional Franciscana e tem como objetivo geral vivenciar a espiritualidade do tempo do Natal, caminhando três semanas seguidas, das nascentes à foz do rio Itanhém, incentivando ações concretas em favor de sua recuperação (SC 2009, págs. 277-279).

    Em dezembro de 2009, frei Geraldo Machado foi nomeado pároco na vizinha cidade de Alcobaça e frei Marco Túlio de Oliveira, o novo vigário paroquial, não demorou a chegar.

    O definitório provincial se reuniu em Alcobaça, em fevereiro de 2010, e aproveitou para se informar e refletir sobre a presença dos franciscanos no extremo sul da Bahia. Frei José Aguinaldo Querobino foi nomeado vigário paroquial em dezembro de 2010. Frei Eduardo, em abril de 2011, foi convidado pelo governo da província a integrar a fraternidade formadora dos frades de profissão temporária, em Betim. Com esta mudança, frei Aguinaldo foi nomeado administrador paroquial, sendo ajudado pelos freis Marco Túlio e Paulo Afonso.

    Com boa vontade e paciência, os frades vão superando desafios e caminhando junto com o bom povo de Teixeira de Freitas. Hoje a paróquia está bem melhor organizada. Muito ainda há por fazer, mas também já temos muitos motivos para nos alegrar.

    Se você deseja conhecer mais sobre a presença dos frades em Teixeira de Freitas, leia também a história da Paróquia São Francisco de Assis.

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como citar este conteúdo
SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Casa e Paróquia Franciscana São Paulo Apóstolo. Rede Internacional de Estudos Franciscanos no Brasil. Disponível em: http://riefbr.net.br/pt-br/content/ofmpsc-casa-e-paroquia-franciscana-sao-paulo-apostolo. Acessado em: 19/01/2025.