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Aos 12 de março de 1862, em Düsseldorf, Alemanha, nasceu Frei Taciano Mewes, que passou sua infância e juventude num orfanato da cidade de Mõncheng Gladbach, também Alemanha. Durante toda a vida guardou sincera gratidão e reconhecimento pelas irmãs religiosas que o assistiram e educaram. Adolescente, aprendeu o ofício de alfaiate, e no dia 16 de julho de 1885 ingressou na vida franciscana, no convento de Harreveld, Holanda. Chegou ao Brasil em 1894. Passou diversos anos no convento de São Francisco, em Salvador, BA, vindo depois para Blumenau, SC. Durante mais de 20 anos esteve no convento do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, PR. Além de alfaiate, era igualmente prático na arte da encadernação, sendo até bem habilidoso neste mister e daí, muito útil ao grande convento de estudos, pelo cuidado e conservação dos livros e manuais. Foi ainda enfermeiro, sempre louvado pelos confrades, pela atenção e carinho com que se dedicava aos doentes. Entendia bastante dos métodos de cura natural pela hidroterapia (Kneippkur), ajudando e aliviando coirmãos adoentados e necessitados de seus auxílios. Com assiduidade gostava de colher nos campos e matas, ervas medicinais, das quais fabricava pílulas que tinham grande aceitação até entre importantes pessoas seculares e dignatários eclesiásticos. Na convivência com os irmãos estava sempre pronto para uma brincadeira. Sabia entreter os outros pela narrativa de acontecimentos pitorescos de sua vida. Não tomava a mal quando se divertiam à sua custa, pelo modo espirituoso como contava os fatos, pois, tinha um defeito de nascença, era gago. Ele mesmo achava graça e não se sentia nada complexado. Daí ser sempre benquisto e querida sua presença. Mesmo sua aparência já era impressionante. Com sua longa barba branca parecia ser um dos veneráveis patriarcas do Antigo Testamento. Durante 50 anos levou vida conventual discreta e desprendida, até que em 17 de julho de 1935 pôde festejar em Santo Amaro do Cubatão (agora: Santo Amaro da Imperatriz, SC) seu jubileu áureo de vida religiosa. Já no final do ano de 1933, a conselho médico fora transferido para Santo Amaro, por causa do clima mais quente e mais litorâneo. Poucas semanas depois do jubileu, o câncer do estômago de que padecia, exigiu internamento no hospital de Florianópolis, SC. Recursos médicos não foram mais capazes de socorrê-lo. Assim, dois dias depois veio a falecer no dia 5 de setembro de 1935. Repousa no cemitério de Santo Amaro.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 175.