Frade sacerdote, natural de Portugal. Faleceu no Convento de Sergipe del-Rei, no dia 1º de março de 1818.
Aparece na táboa da Congregação do Capítulo Intermédio de 26 de maio de 1798, já como sacerdote, sendo designado como colegial para "o Estudo" de Filosofia no convento de Recife [APFR AD 502, f. 24r]. Já na táboa do Capítulo Provincial de 1º de fevereiro de 1800, aparece sendo designado como colegial de Teologia no convento de Recife, junto com os outros 12 frades que lá já estudavam [APFR AD 502, f. 25v].
Findo o curso, mudou-se para o Convento da Paraíba, onde foi acusado de, em 31 de julho de 1801, assassinar motivado por ciúmes e depois empalar barbaramente, com a ajuda de um escravizado do convento chamado Francisco, da nação Angola, uma prostituta de nome Tereza, mestiça, de quem era notório amante e com a qual escandalizava os fiéis paraibanos cotidianamente, por frequentar abertamente a casa de sua vítima.
Na sentença proferida pela Mesa do Definitório no Convento da Bahia, em 11 de março de 1802, após o inquérito policial na Paraíba, não recebeu pena pelo crime de assassinato pela falta de provas ou testemunhos fidedignos, apesar da confissão de seu comparsa. Contudo, devido ao contumaz comportamento condenável quando morou na casa paraibana, período em que inclusive ameaçava de morte os moradores locais quando saía a esmolar, foi condenado a dois anos de reclusão no Convento de São Francisco da Bahia, sendo que no 1º ano deveria jejuar a pão e água nas 6as feiras e receber a disciplina [chicotadas], aplicada por outro religioso. Também recebeu privação de voz ativa e passiva por três anos e ficou proibido de voltar a morar em algum dos conventos de Pernambuco [incluindo o da Paraíba] (Queiroz, 1971, p. 55-60).
Após o cumprimento da pena proferida em 1802, aparece na táboa do Capítulo Provincial de 7 de dezembro de 1805, designado como porteiro do Convento de Sergipe Del-Rei [São Cristóvão] [APFR AD 502, f. 31v].
Na táboa do Capítulo Provincial de 7 de dezembro de 1811 aparece designado como confessor de homens [APFR AD 502, f. 39r].
Na táboa da Congregação do Capítulo Intermédio de 5 de junho de 1813 aparece designado como presidente do Convento de Sergipe Del-Rei [São Cristóvão] [APFR AD 502, f. 40r].
Na táboa do Capítulo Provincial de 6 de dezembro de 1817 aparece designado como missionário para a aldeia de Massacará, na Bahia [APFR AD 502, f. 45 r].
