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Franciscano/a

  • Alt
    Identificador:
    20716
    Nome:
    Fr. João Pedro de Comásine, OFMCap
    Sexo:
    Data de nascimento:
    21/02/1859
    Data de ingresso:
    17/10/1884
    Data de falecimento:
    21/04/1932
    Lugar de nascimento: Itália, IT
    Estado eclesiástico:
    Notas Biográficas:

    Segundo seus próprios depoimentos a Frei Isidoro de Telve, Frei João (Domingos Gionta) nasceu aos 21 de fevereiro de 1859. Eram seus pais Mateus e Domingas Gionta. Muito pobres, mas honestos.
    Desde cedo o pequeno Domingos se deliciava com a leitura da História Sagrada, Vidas de Santos, boas revistas, especialmente as da Coleção D. Bosco. Lendo o Boletim Salesiano, sentiu despertar em si a vocação religiosa e missionária. Como, porém, não havia salesianos no Trentino, foi bater às portas dos capuchinhos, sempre manifestando o desejo de ser missionário.
    Admitido à Ordem, foi revestido do santo hábito a 17 de outubro de 1884; professou a 20 de outubro do ano seguinte e fez os votos solenes a 6 de janeiro de 1889.
    Por 10 anos trabalhou na Província, até que Deus lhe ouviu com amor as preces rogando partir como missionário. Aqui chegou a 13 de maio de 1894; dia 28 de junho estava em Piracicaba. Posteriormente nós o encontramos em Taubaté como sacristão e, em 1902, na mesma cidade, como vigilante no Colégio Seráfico.
    Devendo, por vezes, substituir até o Padre Diretor, empenhou-se muito no estudo da Santa Regra, das Constituições, do Cerimonial da Ordem, não deixando suas leituras espirituais, especialmente “A Mística Cidade de Deus”, às quais dedicava infalivelmente meio hora diárias, conforme antigo costume. Faltando-lhe a vista, pedia a um Postulante que lhe fizesse as devidas leituras que ouvia atenta e piedosamente, o que aconteceu até o dia de sua morte.
    Segundo escreve Frei Isidoro, dele pode-se dizer: “Beati qui audiunt, legunt e faciunt Verbum Dei”. “Não era somente ‘auditor legis’ sed ‘factor Legis’. – Perfeito observante da Vida Regular e Comum e, mais, amante da Missão. Lamentava a falta de amor pelas Missões.
    “De constituição frágil, nunca participou de missões, mas foi missionário pela oração, sofrimento, bom desejo.

    “Antes mesmo de ser religioso esteve bastante doente e, sua avó, para curá-lo, o colocou no forno onde ficou assado como pão cozido!!!! Bela maneira de curar... contanto que fosse eficaz, como o foi em verdade!
    “Especialmente nos últimos anos sofreu muito do estômago. Não podendo participar em tudo da Vida Comum, pediu ao Guardião o dispensasse da regular observância. Recolheu-se, então, em sua cela e começou a preparar-se para bem morrer!!! Todos os dias fazia suas orações normais e recebia a Santa Comunhão. Aos 21 de abril de 1932 pede ao Guardião lhe dê a Extrema Unção. Terminadas as Vésperas, toda família religiosa foi convidada a ir até a cela de Frei João Pedro para a administração da Extrema Unção. Fomos, rezamos as Ladainhas dos Santos, e depois o Padre Comissário Frei Tiago de Cavêdine lhe deu a Unção que Frei Pedro acompanhou com toda devoção. Deu-lhe também a Bênção Papal e a Absolvição Geral com a Renovação dos Votos. E quando o Superior renovou a promessa já feita na primeira Profissão: ‘Se estas coisas observares, eu, da parte de Deus te prometo a vida eterna’, ele placidamente expirou! Que bela e santa morte!
    “Oh, meu querido Frei João Pedro, como em vida, também agora que estás morto ao mundo, mas vivo em Deus, ajuda-me a ser também um Bom e Santo Religioso como tu o foste, e reza, por caridade, por este Comissariato Provincial que tanto amaste em vida. Memento nostri neste dia do teu onomástico – 22-5- 1953.” (Frei Isidoro).
    Esse nosso Irmão exerceu os cargos de porteiro, sacristão e especialmente de alfaiate. Permaneceu mais nas cidades de Taubaté e São Paulo.

    “...amantíssimo da Ordem e da Missão, zeloso da pobreza franciscana até ao extremo, humilde, sempre alegre e benévolo com todos, cultivou com grande ardor a piedade que alimentava com a leitura assídua de livros edificantes e vidas de Santos, de modo que embora muito simples, Frei Pedro tinha conhecimentos não comuns de tudo o que diz respeito à vida espiritual com que procurava edificar a todos, mas especialmente os nossos Irmãos mais novos...
    “No trabalho foi incansável até o fim, muito embora sempre fraco e de pouca saúde” (A.F. 1932, p. 95).

    Purificado pela doença que por muitos anos o acompanhou, Frei João Pedro veio a falecer por volta das 14 horas, no citado dia 21 de abril, em São Paulo, com toda calma e tranqüilidade, cheio de méritos e de virtudes.
    Seu desejo de ser missionário não foi frustrado, pois o foi em seus desejos e em suas virtudes, oculto por trás da vida e dos trabalhos mais simples e mais rotineiros do Irmão Capuchinho, sempre presente entre seus irmãos de hábito, vivendo a máxima mortificação da vida comum. Segundo a mentalidade de alguns mais antigos, Frei Pedro – parece – não se preocupava em cuidar muito de suas doenças e achaques, resistindo aos mesmos com todas as suas forças.

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como citar este conteúdo
CONFERÊNCIA dos Capuchinhos do Brasil. Fr. João Pedro de Comásine, OFMCap. Rede Internacional de Estudos Franciscanos no Brasil. Disponível em: http://riefbr.net.br/pt-br/content/fr-joao-pedro-comasine-ofmcap. Acessado em: 19/01/2025.