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Era Frei Higino Meyer natural da diocese de Colônia, aldeia de Kleinenbroich, Alemanha, onde nasceu a 12 de janeiro de 1863. Beirando os 30 anos, ingressou na Ordem Seráfica. Já no seu primeiro ano de vida claustral, os superiores lhe permitiram vir para a missão no Brasil. Aportou em Salvador, BA, no dia 8 de dezembro de 1892, e no dia 14 do mesmo mês e ano, chegou ao Rio de Janeiro, RJ, com mais 16 coirmãos. Seu campo de ação foi o convento de Lages, SC, onde por diversos anos exerceu os mais variados ofícios com grande fidelidade no cumprimento dos deveres e rara dedicação. Sendo muito prendado, de quando em vez, aparecia com alguma novidade, como os belos castiçais de maneira torneada, que certo dia ofereceu ao irmão sacristão. Juntamente com o trabalho, muito amava a oração, à qual dedicava todo e qualquer tempo disponível. Um superior, repetidas vezes, se manifestou a seu respeito: "Não gostaria de modo nenhum prescindir do convívio de tão bom religioso; ele nos alcança as bênçãos de Deus, tanto para as necessidades do convento, como para o trabalho dos sacerdotes". Durante o tempo de sua prolongada enfermidade pulmonar, quando violenta tosse o martirizava, sobretudo durante a noite, conservava alegre serenidade. Na manhã de sua morte pediu, já as três horas da madrugada, a Santa Comunhão, e a recebeu de joelhos, com tocante piedade. Quando, pouco depois, o irmão enfermeiro foi levar-lhe o café, encontrou-os sentado em posição ereta na cadeira, e como não lhe desse atenção, este retirou-se discretamente, julgando que o confrade estivesse fazendo sua ação de graças. Mas, ao encontrá-lo pela terceira vez nesta mesma posição, puxou-lhe levemente a manga do hábito e só então percebeu que Frei Higino já estava morto. Grande foi a surpresa e consternação dos confrades ao verem o morto nesta surpreendente posição: sentado ereto, sem estar recostado e com o terço nas mãos. Sem agonia, passara suave e silencioso para uma vida melhor, no dia 3 de fevereiro de 1923.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 97.