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Frei Estanislau Pérez nasceu a 6 de maio de 1862, em Burgos, Província de Castela, Espanha. Com 16 anos ingressou na milícia franciscana no Convento de Pastrana, aos 18 de maio de 1878. Ainda antes de concluir os estudos teológicos foi enviado pelos superiores, no ano de 1885, para as missões nas Filipinas. No ano seguinte, em 18 de setembro de 1886, recebeu, lá mesmo, o sacerdócio. Dois anos depois, em 1888, foi encarregado da Paróquia de Figuori, também nas Filipinas, pastoreando-a diligentemente durante um decênio. A seguir passou pequena temporada na terra natal. Atendendo então ao chamamento dos superiores, veio para o Brasil. Aqui inicialmente tomou a seu encargo uma paróquia no Estado de Goiás. Um ano depois, em 26 de outubro de 1900, recebeu a nomeação para Comissário dos franciscanos espanhóis, da Província de São Gregório no Brasil, transferindo-se então para São Paulo, SP. Por absoluta falta de reforço sacerdotal e religioso da Espanha e do não surgimento de vocações nativas, o Padre Geral, suprimiu o Comissariado, em 1908. Aos cinco sacerdotes integrantes desta missão foi oferecida a opção de regressarem à Espanha ou ingressarem na nossa Província da Imaculada Conceição. Enquanto quatro companheiros retornaram, Frei Estanislau, se associou a nós. Inicialmente permaneceu em São Paulo, cuidando da cura de almas na igreja do convento de São Francisco. Ao ser-lhe dado um companheiro na pessoa de Frei Zeno Wallbrõhl, foi nomeado superior da residência. Por seus méritos e serviços, recebeu do Padre Geral o título honorífico de Ex-Ministro Provincial, honraria que ele declinou. No ano de 1912 foi transferido para a cidade de Amparo, SP, e ali permaneceu no Convento de São Benedito, até a morte. Em 18 de maio de 1928, celebrou com extraordinária participação do clero e dos fiéis, seu jubileu áureo de vida franciscana e em setembro de 1935, o início do ano. cinquentenário do sacerdócio, que ele não chegou mais a completar. Apesar das enfermidades corporais, foi incansável no confessionário e no atendimento às capelas, mesmo as mais distantes. Como religioso deu o exemplo de uma boa vivência fraterna; nunca faltava aos exercícios da comunidade. Na salmodia coral predominava sua voz forte e sonora. Nos recreios foi sempre um colega alegre e amigo da conversação amena. Pelo fim do ano de 1935 as forças físicas já estavam enfraquecidas. O peso dos seus 73 anos se fazia sentir. No dia 31 de dezembro de 1935, com esforço e ajudado pelo superior, celebrou pela última vez o Santo Sacrifício da Missa. Seus derradeiros dias de vida foram de grande edificação para todos que o visitavam. Atacado pela hemotoxia (envenenamento do sangue), sua perna direita lhe causava grandes dores. Durante o delírio da febre, pedia ao seu fiel e dedicado enfermeiro Frei Elias Steinrücken que lhe tirasse o insuportável peso desta perna. Poucas horas antes do desenlace, ocorrido a 3 de janeiro de 1936, entoou o Tatum ergo, e o cantou até o fim. Pelas 16 horas, Frei Estanislau expirou. Para o enterro os fiéis não permitiram que o caixão fosse levado pelo carro fúnebre, mas porfiavam pela honra de poderem carregar o féretro até o cemitério, apesar do calor reinante e da distância de quase uma hora de caminhada.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 183.