Descendendo de honrada e piedosa família católica que ofereceu ao Senhor diversos de seus filhos para a vida religiosa (Frei Raimundo Dreiling, foi Provincial da Província de Santa Cruz da Saxônia, Alemanha), nasceu Adalberto Dreiling, em Hüpstedt, região de Eichsfeld, Alemanha, no dia 1 de fevereiro de 1875. Desde pequeno sentiu-se atraído pela vida religiosa e com 15 anos ingressou no seminário franciscano de. Harreveld, Holanda. Em 6 de janeiro de 1893 recebeu o hábito e o nome de Frei Celso. Ainda no começo do ano de provação - levado pelo ideal missionário franciscano - associou-se a um numeroso grupo de jovens coirmãos, idealistas como ele, e que viriam para o Brasil, onde a Santa Fé oferecia um vasto e rico campo de apostolado religioso. Chegaram dia 8 de junho de 1893, em Salvador, Bahia. Fez os primeiros votos em 7 de janeiro de 1894 Talento privilegiado, ainda antes da conclusão dos estudos, os superiores o enviaram a Blumenau, SC, como professor. A 1 de maio de 1900 foi ordenado presbítero em Petrópolis, RJ, e no ano seguinte eleito guardião desde convento. Apesar de jovem, mostrou-se um superior sensato, prudente, generoso e perspicaz. O capítulo Provincial de 19 de novembro de 1907, o elegeu Ministro Provincial, aos 32 anos. No triênio de seu governo foram abertas três novas residências: São Paulo (reocupação do convento de São Francisco); Guaratinguetá, SP, e Florianópolis, SC. Entre os anos de 1911 e 1926 retornou à querida tarefa de lente de teologia e mestre dos estudantes de Petrópolis. Pelo seu caráter amável e conciliador e pela capacidade intelectual, reuniu em torno de si, vasto círculo de amizades. Nas altas esferas eclesiásticas e políticas gozou sempre de grande consideração. Até o estadista Rui Barbosa o reputava seu amigo, e na hora da morte pediu sua presença. Em 1926 foi novamente eleito Ministro Provincial durando seu mandato dois triênios. Coincidindo no ano de 1926 com o 79 centenário da morte de São Francisco de Assis, empenhou-se para que Irmãs Clarissas, viessem ao Brasil. Em 26 de setembro de 1926, chegaram 8 irmãs de Düsseldorf, e se estabeleceram na cidade do rio de Janeiro, então Capital Federal como religioso e Ministro Provincial foi Frei Celso de temperamento tranquilo e ponderado, de pensamento claro e reto e de parecer seguro. Conduta impetuosa ou procedimento precipitado não eram de seu feitio. Conquanto um tanto fechado e tendendo mais para a seriedade, era acessível a piadas e gostava de participar de conversações alegres e descontraídas. No tempo de seu mandato houve também um substancial aumento de vocações religiosas, e assim todas as casas de estudo da Província tiveram que ser ampliadas e renovadas. No ano de 1932 foi nomeado superior do convento de São Francisco, em São Paulo. Tentou, mais uma vez, a recuperação do antigo convento, cedido em 1827, para ser o prédio da Faculdade de Direito Paulista. Promoveu e desenvolveu a devoção a Santo Antônio, sobretudo nas terças-feiras, tendo conseguido um aumento significativo na frequência dos fiéis. Juntamente com a devoção incentivou, por meio da Pia União de Santo Antônio, a ajuda aos pobres. Aproveitou o relacionamento amistoso com as autoridades civis, na promoção aos necessitados. Teve também grande mérito sua ajuda aos pobres envergonhados. Foi aliás sua característica mais notável, a generosidade com que em qualquer tempo ou situação, deu seu apoio e ajuda aos confrades ou estranhos, precisados de auxílio. Desapegado e de grande simplicidade, ele próprio, era sumamente dadivoso e dedicado em distribuir bens materiais, sobretudo no tempo em que foi superior do convento de São Francisco, onde os recursos eram maiores. Dava o que tinha e fazia o que podia para todos que a ele recorriam. "Amparava estudantes pobres, obtinha empregos, socorria enfermos e ninguém lhe batia a porta que não fosse de qualquer maneira atendido" (Vt. F, 357). Por ocasião de seu falecimento os diários de São Paulo ressaltaram este impulso do seu coração, e com razão o chamaram: "pai dos pobres". Outra faceta de sua vida de apostolado foi o incansável atendimento no confessionário, onde sempre se formavam longas filas, para ouvir sua palavra e receber orientação e perdão. Também grande romaria se formava continuamente no locutório do convento. Voltando do capítulo Provincial realizado em Curitiba, PR, em dezembro de 1937, e nomeado então primeiro guardião do convento de São Francisco de São Paulo, sentiu-se adoentado. Não deu muita importância aos incômodos. O mal, todavia, foi-se agravando de tal forma, que mesmo um tratamento sério a ele dispensado no Sanatório Santa Catarina, com a total dedicação dos médicos, não surtiu efeito. A seu pedido foi levado para o Recolhimento de São Pedro, num dos bairros da cidade, mas a forças iam-se esvaindo lentamente. Como no início uma operação nada resolveu, também foram em vão as transfusões de sangue.
Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 203.
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Identificador:57256Nome:Fr. Celso Dreiling, OFMSexo:Data de nascimento:01/02/1875Data de ingresso:06/01/1893Data de falecimento:27/04/1938Lugar de nascimento: Alemanha, DELugar de falecimento: São Paulo (São Paulo de Piratininga), SPGrupo Religioso: OFM ― Ordem dos Frades MenoresEstado eclesiástico:Notas Biográficas:
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como citar este conteúdoJEILER, Inácio. Fr. Celso Dreiling, OFM. Rede Internacional de Estudos Franciscanos no Brasil. Disponível em: http://riefbr.net.br/pt-br/content/fr-celso-dreiling-ofm. Acessado em: 07/02/2025.