Ex-Leitor, ex-definidor, brasilense. No século se chamava Antônio José Carneiro, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias de Vila Rica, bispado de Mariana em Minas Gerais. Filho legítimo de Antônio José Carneiro, natural e batizado na vila de Alfena, bispado do Porto, e de sua mulher Josefa Maria de Jesus, natural e batizada na freguesia do Pilar de Vila Rica de Ouro Preto, do dito bispado de Mariana. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação. Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, sendo guardião Fr. José das Neves, aos 7 de setembro de 1759. Professou no mesmo convento e com o mesmo guardião, aos 8 de setembro de 1760. Entrou no estudo de filosofia do Convento de São Francisco de São Paulo, a 24 de julho de 1762. Saiu eleito pregador na congregação intermédia de 23 de julho de 1768. Foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1768, com patente do Ministro Provincial Fr. José dos Anjos, e recebeu todas as Ordens do Exmo. Sr. Dom Fr. Antônio do Desterro, bispo da sobredita cidade. Foi instituído confessor de seculares na congregação intermédia de 27 de julho de 1771. Serviu de pro-secretário aos Ministros Provinciais Fr. José dos Anjos (1767-1770) e Fr. Inácio de Santa Rita Quintanilha (1770-1773). Serviu de mestre de cerimônias e de sacristão-mor, por espaço de 5 anos. Foi pró-secretário da Província todo o triênio do Ministro Provincial Fr. José dos Anjos Passos (1781-1784) e em ambas as visitas deste Revmo. o acompanhou na qualidade de secretário da visita. Saiu eleito lente de teologia moral no capítulo celebrado a 21 de agosto de 1784 e continuou a exercer o ofício de pro-secretário em todo o tempo do Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes e de seus sucessores até a eleição do Ministro Provincial Fr. Joaquim de Jesus e Maria (1796). Foi três vezes mestre de noviços nos conventos de Macacu, da Ilha e do Rio de Janeiro. No sexênio da teologia moral, além de ensinar aos Religiosos sacerdotes e coristas por espaço de ano e meio duas horas cada dia, sem férias e sem suetos, por ordem do Ministro Provincial Fr. José do Desterro, também defendeu conclusões públicas no convento do Rio, sendo Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes. No dia 1º de março de 1796 saiu eleito secretário da visita geral pelo Ir. Visitador Geral Fr. José de Santa Maria Mascarenhas. No capítulo celebrado aos 24 de setembro de 1796 elegeram-no guardião do Convento de São Francisco de São Paulo. No mesmo capítulo se lhe concedeu o privilégio de uma guardiania pelo muito que tem servido de pro-secretário e secretário. Na qualidade de guardião do Convento de São Francisco de São Paulo, em 20 de junho de 1797, enviou ao Governador uma relação do estado atual do referido convento. Religiosos que existem nele: Sacerdotes 11; Coristas 14; Leigos 1; Donatos 2. Total 28. Bens de raiz nenhum; Ações nenhuma; Escravos: entre velhos e moços que há no convento para serviço dele e dos Religiosos 12. Por um breve do Senhor Núncio passado a 19 de fevereiro de 1800 foi agraciado com os privilégios e isenções de ex-definidor, o qual breve foi pedido pelo Vigário Provincial Fr. Inácio da Anunciação. Na congregação intermédia de 7 de abril de 1804, foi eleito mestre de noviços. Munido com todos os sacramentos, faleceu a 22 de novembro de 1806, na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Jaz nas sepulturas da quadra dos religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1015.
