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Foi a primeira vez - após a restauração canônica da Província da Imaculada Conceição, ocorrida à 14 de setembro de 1901 que a Irmã Morte veio ceifar, em meio à caminhada para o sacerdócio, um de seus membros, Frei Albino Müller. Nasceu Léo Müller a 1 de março de 1912 em Windhof, um dos muitos núcleos de imigração alemã no Estado do Rio Grande do Sul. Pouco depois a família mudou-se para Colônia Selbach (atual Selbach, diocese de Passo Fundo), também no Rio Grande. Confrades da nossa Província davam assistência religiosa e acudiam às necessidades espirituais dos camponeses, antes de aceitarem, definitivamente a paróquia. Conhecendo e admirando os franciscanos, e entusiasmando-se pelo seu modo de ser, sua vida, e seus trabalhos, sentiu propensão para esse estado de vida. No ano de 1922 levaram o Leozinho, com apenas 10 anos, para o pré-seminário de Não-Me-Toque, RS, na diocese de Passo Fundo (residência e paróquia que conjuntamente com a de Selbach, foram entregues em 1945), dirigido pelos franciscanos (Frei Boaventura Klemmer, foi o primeiro Reitor, desde 15/08/1919). Em 1924, matriculou-se com outros colegas no seminário menor de São Luís de Tolosa inaugurado no ano anterior, em Rio Negro, Paraná. Devido à sua capacidade e sobretudo pelo talento privilegiado para os estudos, foi no ano de 1927, enviado para o colégio seráfico de Vlodrop, Holanda. Até o ano de 1934 inclusive, realizou-se frequentemente esse intercâmbio, e lá os brasileiros cursavam até a Oberprima (8ª série) e prestavam o exame de madureza (Abitur). Os anos de Vlodrop foram para o nosso Léo, anos inesquecíveis, tanto no relacionamento com mestres e colegas alemães (o colégio era da Província franciscana da Santa Cruz da Saxônia, Alemanha), quanto na vivência em terra estrangeira. Terminou o curso após 5 anos, com boa nota de aproveitamento. No regresso, depois da visita aos pais e familiares, ingressou no noviciado em Rodeio, SC, no ano de 1932, recebendo o nome de Frei Albino. Não obstante o caráter um tanto temperamental e tendendo para uma certa agressividade, procurava de todos os modos "policiar-se", refreando essas inclinações. Devido a esse esforço, era sua convivência agradável, alegre e apreciada por todos. No início do ano de 1934 veio Frei Albino continuar o estudo de filosofia no convento do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, PR, estudo este, começado em Rodeio. Já em junho deste mesmo ano apresentando-se ao médico para exame, constatou este estômago caído, mal que há mais tempo o afligia. Alegremente despediu-se dos colegas para ser operado por médico especialista, em Florianópolis, SC. Dia 26 de junho foi realizada a intervenção, que teve o êxito esperado, confiando o médico num pronto restabelecimento. Poucas horas depois, no entanto, começaram vômitos de sangue. Na época não se faziam exames prévios de sangue, e assim só agora se ficou sabendo que Frei Albino era hemofílico. Recebeu a unção dos enfermos. Pelo meio dia de 28 de junho de 1934 o pulso estava fraquíssimo. Pelas 15 horas começou a agonia, mas ele conservou a lucidez e a consciência até o último sopro de vida. As 15:30 horas exalou, aos 22 anos de idade, o suspiro derradeiro. Realizou-se nesse momento o que ele tinha declarado no dia da profissão: "Agora sou todo de Deus". Na mesma tarde foi seu corpo transladado para Santo Amaro do Cubatão (atual Santo Amaro da Imperatriz, SC), onde na festa dos Príncipes dos Apóstolos foi sepultado com grande concurso de fiéis.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 157.