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Lugar de presencia y acción

  • Identificador:
    11944
    Descripción:
    OFM/PSC Paróquia Franciscana Nossa Senhora de Lourdes
    Tipo de presencia:
    Lugar: Lajeado, RS
    Fecha inicial:
    1926
    Fecha final:
    1966
    Notas sobre este lugar de presencia/acción:
    Pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom João Becker, foi confiada a nossos padres a paróquia de Bela Vista do Fão. O motivo dessa fundação no Sul é a fundada esperança de conseguir mais e melhores vocações entre os colonistas alemães, italianos e outros para o nosso Colégio Seráfico.

    Frei Tiago Scheffers instalou-se como vigário em 08-08-1926, acompanhado de frei Floriano Groen como coadjutor. Logo chegaria ajuda pastoral com a nomeação de frei Sofonias Balvert.

    Em outubro de 1927, com a saída de frei Floriano, frei Samuel Tetteroo ficou uns meses para ajudar nos trabalhos desta extensa paróquia. Frei Teodoro Ouwendijk chegou para trabalhar como coadjutor em abril de 1928.

    Abaixo o relatório enviado pelo vigário em 1928, que nos dá uma visão do início dos trabalhos nesta paróquia:

    A paróquia, entregue aos cuidados dos nossos Franciscanos desde 1926, está sob a proteção de Nossa Senhora de Lourdes. O número de católicos é oito a nove mil. A paróquia tem 24 capelas que todas elas são visitadas mensalmente. O lugarejo mais povoado é São Francisco do Gramado, que sendo possível, é visitada semanalmente. A capela mais distante está a cinco léguas da nossa matriz. Todas as capelas são feitas de madeira, mas a matriz é feita de tijolos e pedras.

    Na própria matriz tem sermão e instrução em todos os domingos e festas de guarda.

    Cada semana, um dos padres viaja. Geralmente ele sai no sábado e volta na quinta ou sexta-feira. Sendo aqui a região montanhosa, as viagens são cansativas.

    Quando chegaram aqui nossos padres, faltava praticamente tudo em matéria de paramentos, etc. Foi o Padre Comissário Paulo Stein que logo nos forneceu o mais necessário. Por meio dele foi recebido também uma belíssima custódia. Foram recebidos paramentos também das Irmãs Franciscanas de São Leopoldo, de benfeitores de São Miguel e também da Holanda.

    A igreja foi aumentada uns 50%. Foram colocados um novo altar mor em estilo gótico, como também um altar lateral do Sagrado Coração. Um altar lateral de São José está para ser colocado. No altar mor estão as imagens de Nossa Senhora de Lourdes que é a Padroeira, de São Francisco e de Santo Antônio.

    Na casa, na qual se acha nossa residência e que é toda de madeira, não foram feitas alterações, pois logo que a situação financeira o permitir, será feita uma nova casa de pedras.

    No fim de 1927 e nos primeiros meses de 1928, grassa aqui o (pró) tifo. Também nosso Frei Tiago Scheffers foi atacado pela doença, mas, graças a Deus, logo se restabeleceu, embora as conseqüências ainda muito tempo se manifestassem.

    A povoação da paróquia, que quase toda é católica, é uma mistura de raças. Em grande parte é formada por italianos natos ou descendentes de italianos, por alemães e uma pequena parte é de brasileiros. Apenas em duas capelas reside uma povoação quase toda de brasileiros. O povo, mormente italiano, é bastante religioso e nos é muito dedicado, mas por falta de padres foi muito abandonado. Quase todos os paroquianos fazem sua desobriga pascal e o trabalho entre eles é muito grato e frutífero.

    Nesta paróquia pode-se esperar vocações sacerdotais. Três meninos já foram para Divinópolis, onde os Freis estão muito contentes com eles; em breve, mais alguns seguirão o exemplo deles. O clima e a própria vida são bem diferentes de Minas Gerais. O calor, às vezes, é muito maior; assim em janeiro, o termômetro marcou quase 100° Fahrenheit; nos meses de julho ou agosto pode fazer, pelo contrário, muito frio; não que haja gelo, mas para gente acostumada ao calor, pode fazer muito frio.

    Em novembro de 1928, a saída de frei Teodoro foi compensada com a chegada de frei João Brouwer como coadjutor.

    Em 14 de novembro de 1929 chegou o novo vigário Frei Simeão van den Akker, como sucessor de Frei Tiago Scheffers. Como, porém, o Sr. Arcebispo, antes de 31 de dezembro ainda não fizera a devida nomeação, Frei Tiago ficou trabalhando por enquanto em Bela Vista do Fão.

    Janeiro de 1930 também foi a data de saída de frei João Brouwer da paróquia.

    A Reunião do Comissariado, realizada em setembro de 1930, transferiu frei Sofonias e nomeou frei João Brouwer novamente como coadjutor da paróquia e vigário na capela em Vila Progresso.

    Em 21 de setembro de 1930 foi fundada na matriz uma Fraternidade da Ordem Terceira. Um começo modesto! Mas esperança e expectativa em futuro. É surpreendente quanta aversão contra a Ordem Terceira o povo daqui tem. Eles a imaginam como uma montanha muito alta de obrigações e de difíceis exercícios de virtudes, perante os quais eles ficam parados.

    A Neerlândia Seráfica nos traz as animadoras notícias da paróquia em 1932:

    A procura de sacramentos está crescendo. Aliás, faz-se sentir em toda a paróquia a necessidade de uma Santa Missão.

    Na crônica da casa estão anotadas as medidas econômicas mais apertadas para limitações das despesas na manutenção da casa nestes tempos de crise.

    Em 22 de dezembro de 1931, Frei João Brouwer foi transferido para ser coadjutor em Vila Sério. Em janeiro de 1932 chegou frei Hilário Broekhuyse, para ser coadjutor em Bela Vista do Fão e vigário na capela de Vila Progresso.

    Em novembro de 1932, a reunião do Comissariado transferiu frei Simeão e em seu lugar nomeou frei João Brouwer, profundo conhecedor da paróquia, para o cargo de vigário.

    Em abril de 1933 frei Hilário foi transferido para Taquari.

    A reunião do Comissariado de setembro de 1933 mudou novamente a direção da paróquia. Com a saída de frei João, chegou para ser vigário o frei Feliciano Smitz. Em fevereiro de 1934 chegou o novo coadjutor, frei Florino Verhagen.

    O relatório da paróquia, publicado na Neerlândia Seráfica de 1934, nos mostra o seu desenvolvimento durante o ano de 1933:

    A situação moral-religiosa é relativamente bem boa. Quase todos os paroquianos são descendentes de italianos.

    A Ordem Terceira tem 75 participantes, cujo diretor é Frei Feliciano Smitz. No mês de janeiro, os padres Leonardo Retél e Gabriel (=Gamaliel?) pregaram uma missão na capela filial Boqueirão, onde tiveram um extraordinário resultado. Em março chegou o Revmo. Padre Comissário Frei Paulo Stein para comunicar a Frei Hilário Broekhuyse que fora nomeado vigário em Taquari, de maneira que Frei João Brouwer ficou sozinho com essa tão extensa paróquia.

    Em 10 de julho, Frei Feliciano Smitz chegou a Bela Vista para ocupar o lugar de Frei João Brouwer, que fora nomeado recrutador do Colégio Seráfico.

    No dia 11 de julho os dois padres, como também o Frei Onésimo Timmermans da paróquia vizinha Vila Sério, reuniram-se para combinar que Onésimo ajudaria um pouco o vigário de Bela Vista com suas 29 capelas.

    Em 22 de agosto, Frei João veio comunicar que o Arcebispo elevaria Bela Vista à paróquia em 13 de setembro, pois até agora ela pertencia à paróquia de Lajeado.

    Já no fim de outubro, vieram finalmente os documentos oficiais da ereção da paróquia e da nomeação de vigário para Frei Feliciano, o qual então no domingo tomou posse na função de vigário.

    Em dezembro houve retiro em Taquari, onde o Padre Comissário Frei Paulo Stein prometeu um coadjutor na pessoa do recém-chegado Frei Florino Verhagen.

    Após o retiro, Frei Antônio van der Steen acompanhou Frei Feliciano para dar uma ajuda nos trabalhos do Natal e Ano Bom.

    Como durante quase todo o ano apenas um padre tomou conta da paróquia -onde antes haviam três padres- foi o número de S. Comunhões bem menor e foram prejudicadas a Ordem Terceira e as outras Irmandades, tanto aqui quanto em Gramado.

    O Capítulo Provincial de 1934 trouxe novas mudanças para a paróquia: a vinda de frei Antônio van der Steen para ser vigário, no lugar de frei Feliciano que foi transferido.

    Frei Antônio nos relata, na Neerlândia Seráfica de 1935, a situação da paróquia no ano de sua chegada:

    Quanto à situação moral-religiosa, essa é mais que boa e, olhando por óculos brasileiros, até mesmo muito boa. A paróquia contém quase exclusivamente de colonos italianos: um povo bem comportado e religioso do interior. Abusos de baixa moral que há em tantas outras paróquias brasileiras, estão aqui totalmente desconhecidas.

    À paróquia pertencem umas 30 capelas rurais, de cuja metade toma conta Frei Florino Verhagen e, da outra metade, Frei Antônio van der Steen. A situação da Ordem Terceira não está tão animada. O diretor em Bela Vista é Frei Antônio, em Gramado Frei Florino.

    A Pia União de Santo Antônio, ao contrário, está muito viva. Cada terça-feira na matriz há Bênção do Santíssimo em honra de Santo Antônio e, na ausência do Padre, um leigo reza o terço. Para maior ilustração, o seguinte: o povo tem o costume de construir ao longo das estradas oratórios em homenagem a seu querido Santo. Não conheço pessoalmente todos esses pequenos oratórios da paróquia, mas por aqui perto há uns 12. E destes 12, sete estão dedicados a Santo Antônio. Mas mesmo nos que estão dedicados a outros santos, existe ao menos um quadro de Santo Antônio.

    Em dezembro de 1939, frei Florino foi nomeado vigário da recém ereta paróquia de Vila Progresso, que antes era uma das capelas da paróquia.

    Durante um bom tempo frei Antônio ficou sozinho na paróquia.

    Frei Aureliano (Francisco) Prick foi nomeado coadjutor em fevereiro de 1947 e ajudou nesta paróquia até dezembro de 1948. Com a saída de frei Prick, foi nomeado coadjutor frei Tomás de Cocq van Delwijnen.

    Na Revista Santa Cruz de 1948, frei Antônio van der Steen, em sua crônica, conta mais um pouquinho da história da paróquia:

    Foi por provisão de 4 de agosto de 1926 que o Arcebispo de Porto Alegre deu esta paróquia, pouco antes criada, aos franciscanos, nomeando ao mesmo tempo vigário a frei Tiago Scheffers.

    A primeira tarefa destes pioneiros foi ampliar a matriz. Fizeram construir imediatamente a capela mor e as sacristias. Foi comprado um altar-mor com a imagem da padroeira Nossa Senhora de Lourdes e mais as imagens de São Francisco e Santo Antônio.

    Em breve foram também instalados os altares laterais com as imagens do Sagrado Coração e São José, ganhando assim a matriz um aspecto mais atraente, embora ainda muito singela no seu interior.

    Mais tarde foi construída na praça em frente à igreja uma escadaria de concreto; foi aumentada a igreja na sua parte frontal e também levantada a torre. No mesmo tempo o vigário comprou bancos novos e uma pia batismal de mármore.

    Esta construção levou nada menos de 14 anos, mas também foi uma coisa pesada para estes paroquianos sem grandes recursos.

    De 1926 para cá a situação da paróquia alterou-se consideravelmente. Nos primeiros anos só a cavalo é que se fazia a viagem a Lajeado; atualmente há serviço de ônibus para aquele centro. Os colonos de origem alemã cederam o lugar aos de origem italiana, ficando o território já várias vezes desmembrado. Vila Sério, que pertencia em grande parte à paróquia de Bela Vista, é agora freguesia independente, Vila Progresso igualmente se emancipou de Fão, tornando-se paróquia. E a nova freguesia de Boqueirão, com suas capelas filiais, pertencia outrora a Progresso, portanto, anteriormente a Fão.

    A mudança de padres foi grande nestes 20 anos de existência da paróquia. Contamos 17 padres, que já trabalharam aqui, lutando e sofrendo, como vigário, coadjutor ou substituto. O vigário atual, frei Antônio, exerce o seu pastorato já uns quinze anos.

    A 10 de novembro de 1940 o bom povo de Vila Fão viu pela vez primeira um paroquiano subir o altar do Senhor para celebrar a sua primeira missa. Foi frei Isidro Bottega.

    As pegadas de frei Isidro foram seguidas por diversos outros paroquianos. Nossa paróquia já conta com três clérigos: frei Inácio Dresch, frei Flávio Bottega e frei Gervásio Muttoni.

    No dia 8 de dezembro de 1943 foi inaugurada a nova canônica, construída por frei Remígio (Hendriks).

    Em janeiro deste ano começou-se com a construção do muro em redor do cemitério.

    Nos primeiros anos o movimento religioso da paróquia não era muito grande, e isto devido à falta de padres. Atualmente, porém, há todos os meses um grande número de comunhões. Isto, todavia, não é de estranhar, uma vez que o padre, que durante ano e meio tinha que lidar sozinho com a paróquia e todas as suas capelas, não podia cuidar suficientemente do Apostolado da sede.

    Nossa paróquia tem ainda 15 capelas, das quais três entre a população de cor, que não têm convivência com os colonos. A frequência à missa e aos sacramentos nestes lugares é satisfatória. Muitas capelas são mais antigas que a própria matriz. Foram remodeladas ou renovadas, mas por ora ainda todas são de madeira.

    Pouso Novo está com aspirações de se formar paróquia independente. A visita à capela de Pouso Novo é em dois domingos de cada mês, embora seja a melhor zona da paróquia.

    As outras capelas recebem assistência espiritual uma vez por mês e nas festas combinadas. As quatro capelas menores de dois em dois meses.

    As festas nas capelas são sempre bem frequentadas. Visto que o povo é muito devoto da padroeira da paróquia, Nossa Senhora de Lourdes, temos nas capelas também duas grutas, uma em Toscas e outra em Forqueta.

    Os Santos mais cotados na devoção popular daqui são Santo Antônio e São Roque. Prova disto são as várias capelas a eles dedicadas a os capitéis ao longo das estradas.

    Cada capela tem a sua escola. Pouso Novo e Fão possuem um grupo escolar. O de Fão está no terreno da igreja, sendo ao mesmo tempo escola paroquial. O prédio é de madeira, como quase todas as casas destas paragens, e tem três salas. A Prefeitura de Lajeado paga à igreja o aluguel do prédio. A igreja possui mais terrenos que são arrendados a quem oferece maior aluguel, desta maneira a matriz tem certas rendas anuais.

    Fão possui também um hospital, por enquanto de madeira, mas será iniciado um prédio de material. Este hospital será cuidado pelas Irmãs Carlistas, que chegarão ao final de 1949.

    O Capítulo Provincial, realizado em junho e julho 1953, transferiu frei Antônio, que foi vigário de Fão durante dezenove anos, e agora apresentava problemas de saúde. Em seu lugar frei Tomás assumiu o cargo de vigário.

    Durante as férias de frei Tomás na Holanda, de outubro de 1955 a abril de 1956, frei Sebastião Jans ficou encarregado da paróquia.

    O Capítulo Provincial, realizado em fevereiro de 1956, nomeou frei Sebastião Jans como coadjutor da paróquia de Vila Fão, tendo ele trabalhado até novembro do mesmo ano.

    A partir de 1956, frei Tomás trabalhou sozinho na paróquia até sua transferência, em novembro de 1965. Foram dezessete anos no total, cinco como vigário paroquial e depois mais doze como vigário.

    Em março de 1966, quando houve a criação da Custódia de São Francisco de Assis, a paróquia foi entregue aos cuidados dos frades gaúchos.

    Fontes:

    Arquivo Provincial

    Neerlândia Seráfica (tradução não editada)

    Anos: 1927 a 1938

    Revista Santa Cruz

    1939 - págs. 177-178

    1947 - pág. 19

    1948 - pág. 60-63, 102

    1953 - págs. 114

    1955 - pág. 146

    1956 - págs. 7, 101

    1965 - pág. 228

    1966 - pág. 29.

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SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Paróquia Franciscana Nossa Senhora de Lourdes. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/ofmpsc-paroquia-franciscana-nossa-senhora-lourdes. Accedido en: 31/01/2025.