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Lugar de presencia y acción

  • Identificador:
    11936
    Descripción:
    OFM/PSC Casa e Paróquia Franciscana Santo Sepulcro
    Tipo de presencia:
    Fecha inicial:
    1917
    Fecha final:
    1989
    Notas sobre este lugar de presencia/acción:
    A história da residência de Cascadura, no Rio de Janeiro, durante algum tempo esteve intimamente ligada com a da paróquia de São Pedro Apóstolo, em Cavalcante, visto que são frutos de uma raiz comum.

    O primeiro registro desta presença franciscana se deu a 1º de junho de 1912, quando Frei Adolfo (Thoonsen) se mudou de Niterói para ser capelão das Irmãs da Santa Casa em Cascadura; residia com Frei Ciríaco Hielscher, Comissário da Terra Santa.

    Desde o fechamento da residência de Niterói, em abril de 1914, o Comissário Provincial Frei Júlio Berten, estava à procura de um novo endereço no Rio de Janeiro, já que este era o porto de chegada das novas forças vindas da Holanda. Frei Cirilo la Rose ficou na cidade à procura de um bom lugar para dar início a uma nova fundação e não poupou esforços neste sentido, mas os lugares que se apresentavam eram considerados inadequados.

    Em outubro de 1916, celebrou-se o Capítulo Provincial em Weert, Holanda, quando Frei Júlio Berten foi reeleito Comissário Provincial. Nesta ocasião, pela recomendação dos Ministros das duas Províncias do Brasil, o Procurador da Ordem perguntou, em nome do Ministro Geral, se a Província, por meio do Comissariado, não poderia encarregar-se do Comissariado da Terra Santa no Brasil. Ouvida a opinião de Frei Júlio, a resposta foi afirmativa.

    O Governo da Província na Holanda achou conveniente que os próprios padres do Comissariado se encarregassem da Obra da Terra Santa no Brasil, e aos 15 de março de 1917 o Comissário Frei Júlio Berten foi nomeado por Roma, também Comissário da Terra Santa. Recebeu sua nomeação aos 8 de maio e logo informou a situação ao Padre Ciríaco Hielscher, da Província da Imaculada, em Cascadura, e também perguntou quando poderia encontrá-lo para ser posto ao par do movimento. Este, já no dia seguinte foi ao encontro de Frei Júlio. Frei Ciríaco cumpriu com a função de Comissário da Terra Santa durante dez anos, construiu a atual Igreja de Cascadura, muito bonita, por dentro artisticamente pintada e que foi consagrada em 1915.

    No dia 25 de maio de 1917, Frei Júlio foi a Cascadura, bairro do Rio de Janeiro, para tomar posse na casa que a Terra Santa aí possuía. As tentativas para alcançar casa e igreja na capital, até lá frustradas principalmente pela carestia em consequência da guerra, acharam assim uma feliz solução. E - seja de modo diferente de que se pensava - os nossos conseguiram uma casa perto da entrada no país. Nesta data Frei Cirilo La Rose estabeleceu-se provisoriamente em Cascadura. Com a sua saída, em seu lugar foi nomeado Frei Adolfo Thoonsen, o qual nas coisas da Terra Santa seria o substituto de Frei Júlio que, como superior dos Frades, estaria muito ausente. Para o movimento religioso da igreja, Frei Adolfo podia contar com a assistência de Frei Gualberto Schoonhof e Frei Baltasar Brölmann. A Obra Pia da Terra Santa dava muito trabalho, pois tinha de ter seus Irmãos esmoleres para visitarem em todo o Brasil as paróquias e conventos, suas zeladoras, inscrever os sócios vivos e falecidos, simples, remidos ou benfeitores com constantes remessas de diplomas, cruzes, terços e ainda entreter contato pessoal ou por escrito com o clero, confrades e zeladoras.

    Aos 29 de junho de 1920, a autoridade arquidiocesana dividiu o imenso território da paróquia do Irajá, da qual Santo Sepulcro fazia parte, em diversas novas paróquias, entre elas a de São Pedro de Cascadura, que ficou aos cuidados dos frades holandeses, sendo designada no decreto de ereção a igreja do Santo Sepulcro para matriz provisória.

    Com o término da construção da cripta da nova matriz e da residência em 1934, os serviços da nova paróquia foram transferidos definitivamente para Cavalcante e Santo Sepulcro voltou a ser a Igreja da Terra Santa exclusivamente, sucursal da paróquia.

    Nossa casa em Cascadura recebia sempre visita de confrades, de outros padres e até de leigos para embarcarem ou desembarcarem em suas viagens marítimas com baús, caixotes e malas, embrulhos pequenos e grandes, até de máquinas inteiras. Ajunte a isso os caixotes e caixas de material da Terra Santa e então tire a conclusão: nossa casa em Cascadura, naquele tempo, era mais um depósito, um armazém, entupido de gente e coisas, onde era difícil fazer limpeza, ao que a falta de água contribuía bastante. Aos novatos isso dava muito má impressão.

    Apesar do deslocamento de muito do movimento paroquial para Cavalcante, a comunidade de Cascadura continuou seu ritmo de trabalho normalmente.

    O Comissariado da Terra Santa teve diversos Comissários que residiram em Cascadura, mas os mais conhecidos foram: Frei Júlio Berten (1917-1939), Frei Solano Geubels (1941-1959) e Frei Modesto van Gastel (1964-1967), que zelaram cuidadosamente pelo convento, igreja e também pelos bens imóveis (terrenos, casas, etc.), pelos padres, Irmãos e secretários do Comissariado.

    Outros trabalhos realizados na residência provinham da Procuradoria Franciscana. Seu procurador estava às ordens de todos os confrades, de perto e de longe para compra e despacho de qualquer mercadoria, numa palavra tudo que lá no interior era mais difícil e mais caro. Esse procurador era também intermediário entre os confrades e suas obras perante as instâncias governamentais. Tudo o que se referia ao embarque e desembarque de confrades, de outros religiosos e até de leigos, na ida e na volta, ficava por sua conta, como também carteiras de identidade, passaportes novos ou a revalidar, passagens, despachos de carga, complicações na alfândega, polícia, passeios aos pontos mais pitorescos do Rio e hospedagem, etc.

    Em meio a tanto vai-vem constante, era feita a cura de almas na igreja bonita do Santo Sepulcro e naquela redondeza. Esse movimento religioso era bem grande, pois pela beleza da igreja vinha gente de longe para batizados e casamentos. Além dos padres locais, os padres hóspedes também estavam prontos a assumir alguma celebração.

    O catecismo era bastante animado; o Apostolado da Oração, a Pia União das Filhas de Maria e a Cruzada Eucarística tinham muitos associados, além da grande Ordem Terceira.

    Em todas as terças-feiras, em honra de Santo Antônio, era feita uma grande distribuição de pão e de mantimentos, cujos nomes eram gritados por Frei Solano que, quanto mais gritava, mais transpirava; era bonito de ver e ouvir aquele fradão enorme em meio àquela gente humilde.

    Mesmo sem ser paróquia, nossa igreja do Santo Sepulcro tinha grande movimento paroquial. Eles davam assistência ao Hospital Nossa Senhora das Dores e ao Orfanato Santo Antônio, em Madureira. De fato, Cascadura merecia ser paróquia, o Sr. Cardeal só não a eregiu porque os frades não tinham número suficiente de pessoal para aceitar outra paróquia.

    No dia 1º de janeiro de 1945, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, criou de uma vez 25 paróquias, entre as quais também a de Cascadura: Santo Sepulcro. Agora o nosso Comissariado aceitou este pedido e nomeou seu primeiro vigário: Frei Solano Geubels: um autêntico cabide de cargos: Comissário da Terra Santa, Procurador Geral e praticamente perito-contador de nossos ginásios, visitador de algumas congregações femininas e de vigário, agora oficializado. Era muita coisa acumulada, mas em janeiro de 1947 Frei Metódio de Haas foi nomeado pároco e Frei Tarcísio Appelboon como coadjutor.

    A criação da paróquia e a nomeação de um pároco e de um coadjutor deve ter aumentado bastante o movimento religioso. Com tudo isso, porém, continuou difícil criar-se em Cascadura uma autêntica comunidade paroquial, pois a matriz era da Terra Santa, que resolvia todos os problemas financeiros; assim, os paroquianos não eram exigidos para campanhas de melhoramentos, pois recebiam de mão beijada os benefícios da Terra Santa. Além disso, o maior movimento religioso provinha de missas, batizados e casamentos de fora, de não paroquianos. É também interessante anotar que, ao passo que os diversos párocos de Cavalcante publicavam seus relatos na nossa Revista Santa Cruz, os de Cascadura (daquela época) não mandavam muitas contribuições.

    E a vida em Cascadura continuou, sempre melhorando em seu movimento paroquial, resultado do trabalho incessante dos seus frades, cuja pastoral não era água tão mole assim e nem o coração do povo tinha casaca dura demais.

    Honra ao mérito de tantos freis que, por mais ou menos tempo, se dedicaram ao progresso espiritual e material de Cascadura: Júlio (Berten), Cirilo (La Rose), Adolfo (Thoonsen), Gualberto (Schoonhof), Baltasar (Brölmann), Benigno (van Osch), Roberto (Cornelisse), Leopoldo (van Winkel), Bertoldo (Wartna), Agostinho (van Maarseveen), Rufino (Peters), Aquiles (Meersman), Canísio (Zoetmulder), Hilário (Broekhuyse), Crisógono (van Veen), Leonardo (Retèl), Adolfo de novo, Alfredo (Waardeloo), Lamberto (Beckhoven), Flaviano (van Liempt), Rogério (Stevens), Tarcísio (Appelboon), Lauro (de Koning), Solano (Geubels), Virgílio (Hoogenboom), Sofonias (Balvert), Brás (Berten), Geraldo (van Sambeek), Simeão (van den Akker), Antônio da Rocha, mais uma vez Adolfo, Fernando (Claro da Boa Morte), Domingos (Fernandes Monteiro), Tarcísio, Rogério Yedema, Modesto van Gastel e muitos outros.

    Até abril de 1989 Cascadura foi paróquia nossa, franciscana, sempre mais comunidade paroquial, principalmente desde que o movimento da Terra Santa se mudou para Carlos Prates (Belo Horizonte), em 1967.

    Há mais tempo já se falava em entregar a paróquia ao Cardeal Sales, por falta de pessoal. O que apressou a entrega da paróquia foi o assalto a bala contra o vigário, Frei Mariano, vítima do seu apostolado entre pivetes, meninos abandonados, para os quais tem procurado ser, com muito sacrifício e abnegação, benfeitor, protetor, um verdadeiro pai. Graças a Deus, Frei Mariano, logo socorrido por paroquianos, foi feliz na intervenção cirúrgica e recuperou-se bem, perdoando seus agressores e intencionado a continuar seu bonito apostolado em outro lugar.

    A paróquia do Santo Sepulcro foi entregue oficialmente aos cuidados da Arquidiocese do Rio de Janeiro em abril de 1989, encerrando-se assim a presença franciscana em Cascadura.

    Observação importante: A partir da década de 1970, a Paróquia de Santo Sepulcro, de Cascadura, passou a ser chamada também de residência ou paróquia de Madureira. Segundo informações, isto se deu porque Cascadura se localizava na macro-região do bairro de Madureira e pertencia ao Vicariato de mesmo nome.

    Fontes: Revista Santa Cruz

    1936 - pág. 23-26

    1974 - Artigo: Primórdios da Província de Santa Cruz - Autor: Frei Olavo Timmers

    Págs. 192, 195, 297, 300-301

    1989 - pág. 96

    Livro: Vinte e Cinco Anos no Brasil (1899-1924)

    Autor: Frei Sabino Staphorst Tradução de Frei Helano van Koppen

    Págs. 168-170

    Livro: Nossas Paróquias de: Caravelas, Alcobaça e Prado - BA, Cascadura e Cavalcante

    Autor: Frei Helano van Koppen

    Págs. 27, 29, 42, 43, 44, 45, 49.

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cómo citar este contenido
SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Casa e Paróquia Franciscana Santo Sepulcro. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/ofmpsc-casa-e-paroquia-franciscana-santo-sepulcro. Accedido en: 31/01/2025.