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Aloísio Birk nasceu no dia 16 de junho de 1862, em Brand, perto de Aquisgrana (Aachen), na Alemanha. Em 25 de novembro de 1887, dois meses depois de ter terminado o serviço militar, ingressou aos 25 anos na vida religiosa. Iniciou o tirocínio em 11 de dezembro do mesmo ano em Harreveld, Holanda, convento que fazia parte da Província franciscana da Santa Cruz da Saxônia, Alemanha. Consta de suas anotações: "agora me chamo Frei Wigberto". Entrementes, um de seus irmãos ao visitá-lo em Harreveld, entusiasmou-se de tal forma pela vida religiosa, que resolveu ficar logo por lá, para tornar-se igualmente frade: Frei Donato Birk. Em 14 de dezembro de 1892, desembarcou com o irmão e mais 15 confrades no Rio de Janeiro, RJ, para participar da missão brasileira. Na data de 14 de julho de 1894 iniciaram juntos, em Blumenau, SC, o noviciado para a Ordem Primeira. Depois, os caminhos dos dois irmãos tomaram rumos diferentes. Frei Donato era sapateiro, Frei Wigberto marceneiro. Neste mister serviu pelo espaço de 40 anos, nas mais diversas casas e conventos da Província. No Estado do Rio Grande do Sul esteve em Três Arroios; no de Santa Catarina: em Lages, Vila Teresópolis, Blumenau, Gaspar, Porto União, Rodeio; no do Paraná: em Curitiba, Palmas, Paranaguá; no de São Paulo: no Pari, Guaratinguetá, Amparo; no do Rio de Janeiro: no convento de Santo Antônio, Ipanema, Quissamã. Os três últimos anos passou-os no "Sagrado", em Petrópolis. Muita madeira, pregos e parafusos devem ter passado pelas suas mãos, neste tão prolongado tempo de profissão. Nascido na região alemã da Renância, terra conhecida pelo temperamento alegre e descontraído de seus habitantes, foi Frei Wigberto pessoa sempre bem disposta e com isso ajudou muito aos outros de gênio mais introvertido. Como o irmão Frei Donato, tinha ele jeito e gosto para versejar, para a música e para o canto. Sempre que possível, sobretudo nas residências menores, reunia ao redor de si pessoas que gostassem de cantar e, com elas formava corais, para darem maior glorificação, louvor e esplendor a liturgia e ao culto divino. Em Petrópolis foi-lhe concedida a graça e a alegria de poder festejar, em 11 de dezembro de 1937, seu jubileu áureo de vida franciscana. Teve um programa repleto de emoções, elaborado com carinho, pelos estudantes teólogos. Recebeu até uma carta que parecia vir do além, homenageando em versos, seus 50 anos de franciscano. É que Frei Olivério Aps enviara esta carta pouco antes de seu falecimento (+02/12/1937) e ela chegou para o jubileu, só depois da morte dele. Apoiado no seu bordão jubilar, encimado com o número "50", com a grinalda de folhas de ouro na cabeça, o seu proverbial bom humor estava nesse dia no auge. Agradeceu as homenagens, contando de sua vida militar, da entrada na Ordem, de Harreveld, do Kulturkampf, da expulsão dos franciscanos da Alemanha. Foram recordados superiores e confrades dos tempos passados, tudo na mais fraterna alegria. Pouco mais de um ano depois do jubileu, Frei Wigberto doente do estômago, recolheu-se ao leito. Ficou acamado somente duas semanas. Em voz alta rezava jaculatórias, pedindo que Cristo o viesse buscar. Segurando nas mãos o rosário, seu pedido foi atendido às 2:00 horas da manhã do dia 19 de janeiro de 1939.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 209.