Pregador, Ex-Ministro Provincial, Brasiliense. No século se chamava Teotônio de Souza Benavides, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, bispado de Mariana. Filho legítimo do capitão João de Souza Benavides, e de sua mulher Dona Ana Marcelina de Jesus, ambos naturais e batizados na sobredita freguesia de Nossa Senhora do Pilar. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Joaquim das Santas Virgens Salazar (1805-1808). Tomou o hábito no convento de São Francisco em São Paulo, aos 18 de março de 1807, sendo guardião Fr. José Carlos de Jesus Maria Desterro. Continuou seu noviciado no convento do Senhor Bom Jesus da Ilha, onde fez profissão para frade do coro nas mãos do guardião Fr. Joaquim de Santa Leocádia, aos 3 de maio de 1808, sendo de idade de 21 anos incompletos, e tomando por nome Fr. Teotônio de Santa Humiliana. Na congregação intermédia de 14 de abril de 1810 foi admitido ao estudo no convento de São Francisco em São Paulo, tendo por Lente de Artes o Ex-Leitor de Vésperas Fr. João do Espírito Santo. Com patente do Vigário Provincial Fr. Antônio Agostinho de Sant’Ana (1811), Ordenou-se de sacerdote em São Paulo, aos 30 de março de 1811. Conferiu-lhe todas as Ordens o Exmo. Sr. Dom Mateus de Abreu Pereira, bispo da sobredita cidade. No capítulo celebrado a 15 de outubro de 1814 foi instituído confessor de seculares e pregador. No capítulo celebrado a 18 de abril de 1818 foi nomeado porteiro do convento de Nossa Senhora da Penha; emprego que não exercitou. Foi eleito presidente para o convento de São Bernardino da ilha Grande (Angra dos Reis) na congregação intermédia de 23 de outubro de 1819. Pelo falecimento de Fr. Antônio de Santa Rita, guardião do convento de São Francisco da Vitória, foi eleito para esta guardiania, aos 7 de outubro de 1829, sendo reeleito para o mesmo cargo na congregação intermédia de 13 de fevereiro de 1830. No capítulo celebrado aos 20 de agosto de 1831 saiu eleito Definidor da Mesa. Por um Breve do Senhor Núncio Apostólico Pedro Ostini, munido com Beneplácito Imperial de 2 de novembro de 1831 foi declarado pelo Ministro Provincial Fr. Henrique de Sant’Ana (1831-1834), no gozo dos privilégios de Padre da Província. Aos 6 de março de 1835 foi eleito guardião do convento de São Boaventura da vila de Macacu. Renunciou este emprego. Na congregação intermédia de 27 de fevereiro de 1836 tornou a sair eleito guardião do sobredito convento de Macacu. No capítulo celebrado aos 7 de abril de 1838 foi eleito guardião do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Renunciou esta guardiania aos 16 de agosto do mesmo ano. No capítulo celebrado aos 24 de abril de 1841 foi eleito guardião do convento de São Boaventura de Macacu. No capítulo celebrado a 30 de outubro de 1847 saiu eleito Ministro Provincial. No capítulo celebrado a 28 de maio de 1853 fez parte da Mesa como Definidor adjunto. Pela renúncia que fez do provincialado Fr. Francisco de São Diogo, aos 6 de fevereiro de 1854 foi eleito Vigário Provincial: renunciou este cargo em 7 de outubro de 1857. No capítulo celebrado aos 8 de março de 1862 saiu eleito guardião do convento de Nossa Senhora da Penha. Sendo reeleito na mesma guardiania continuou no convento da Penha até agosto de 1867, Faleceu aos 11 de março de 1868 de uma apoplexia, tendo se dado com ele morto em sua cela no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Jaz sepultado na quadra dos Religioso.- Acerca deste Religioso as Notícias Diversas do Correio Mercantil (Jornal diário do Império) publicou no dia 12 do dito mês e ano de seu enterramento o seguinte: Faleceu ontem, 11 do corrente, vítima de uma congestão cerebral o R. P. Mestre Fr. Teotônio de Santa Humiliana Benavides, Religioso franciscano desta Corte. Era natural de Duro Preto, capital da Província de Minas Gerais, e contava 84 anos. Religioso honesto e circunspecto, era um dos nossos primeiros latinos: falava, escrevia e compunha versos excelentes na língua de Virgílio e Ovídio. Damos os nossos sinceros pêsames à Ordem Franciscana, a quem a morte acaba de roubar um dos seus antigos ornamentos. Publicou: Refutações ao Manifesto do Senhor São Fabregas Surigué, oferecida aos leitores do dito Manifesto, por Fr. Teotônio de Santa Humiliana Benavides, Rio de Janeiro, Tip. do Diário, de N. L. Viana, 1841.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1334.
