Pregador. Ex-custódio, europeu. No século chamava-se Teodósio Martins Lage, natural e batizado na freguesia de São Pedro de Fragoso. Filho legítimo de João Dias Lage e de sua mulher Maria Gonçalves Lage, naturais da mesma freguesia e moradores no lugar de Lage, termo de Barcelos, arcebispado de Braga. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Manuel de São Roque. Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, sendo guardião Fr. Tomás dos Serafins, aos 23 de maio de 1754, e professou no mesmo convento, sendo guardião Fr. Antônio de São Vicente Ferrer, aos 25 de maio de 1755. Foi nomeado colegial para o estudo de Filosofia, que se abriu no Convento de São Francisco de São Paulo pelo Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação, sendo mestre o Ex-Leitor de Teologia Fr. Manuel de São Boaventura, o qual saiu eleito na congregação intermédia de 21 de abril de 1759. Neste estudo só teve Filosofia, porque foi mudado no fim dela para o Convento de São Luís de Itu, e neste convento foi presidente saindo eleito no Capítulo celebrado aos 28 de janeiro de 1764. A Teologia veio ter depois, no sobredito Convento de São Francisco de São Paulo, sendo mestre Fr. João Capistrano de Silo Bento, em 1765. Foi ordenado em São Paulo, recebendo a tonsura, ordens menores e subdiaconato em 30 de dezembro de 1759, diaconato a 1º de janeiro de 1760, e o presbiterato em 3 de janeiro de 1760, com patente do Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificarão, e lhes conferiu Dom Fr. Antônio da Madre de Deus Galrão, OFM, bispo de São Paulo. Na congregação intermédia de 24 de julho de 1762 saiu eleito Confessor de seculares, e teve patente de Pregador na congregação intermédia de 23 de julho de 1768. Foi eleito presidente do Convento de São Francisco de São Paulo no Capítulo de 24 de janeiro de 1767 e foi reeleito na congregação intermédia de 23 de julho de 1768. Por renúncia que houve tornou a ficar presidente do mesmo Convento de São Paulo no Capítulo celebrado a 27 de janeiro de 1770 e na congregação intermédia de 27 de julho de 1771 foi outra vez reeleito no lugar de presidente do mesmo convento. No Capítulo celebrado aos 30 de janeiro de 1773 saiu eleito guardião do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Na congregação intermédia de 30 de julho de 1774 o elegeram presidente do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, o qual lugar não aceitou e tornou para São Paulo. Porém, pela sustação que houve neste Capítulo (1776), quando tornou o guardião para o Convento de São Francisco de São Paulo, ficou-lhe servindo de presidente, que exerceu durante dois anos. Na congregação de 8 de maio de 1779 saiu eleito superior da Aldeia de São João. Também renunciou este lugar, e ficando algum tempo no Convento de São Paulo, veio depois mudado para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, donde foi capelão de uma corveta para Angola (África). Foi eleito guardião do Convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis), no Capítulo celebrado a 6 de outubro de 1781. Foi eleito superior da Aldeia da Escada no Capítulo celebrado aos 21 de agosto de 1784. Na congregação intermédia de 25 de fevereiro de 1786 foi confirmado no mesmo lugar. No Capítulo celebrado a 25 de agosto de 1787 foi reeleito superior da Aldeia da Escada. Ficou confirmado neste mesmo lugar na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1789. Na congregação intermédia de 3 de março de 1792 saiu eleito porteiro do Convento de São Francisco de São Paulo. No Capítulo celebrado aos 31 de agosto de 1793 foi eleito guardião do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1795 foi reeleito para a mesma guardiania e no mesmo convento. Foi eleito custódio no Capítulo celebrado aos 24 de setembro de 1796. Sendo deputado pelo Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção para visitador do Convento de São Boaventura de Macacu. Em vésperas de abra visita foi acometido da morte repentinamente e apenas se confessou e recebeu a Santa Unção, dando a alma a Deus no sobredito Convento de São Boaventura aos 29 de junho de 1800. Jaz sepultado no Capítulo do mesmo convento.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 953.