Ex-Leitor, ex-Custódio, europeu. No século se chamava Raimundo José de Niz, natural da cidade de Lisboa e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Pena. Filho legítimo de Dom Antônio Fuzil, natural de Francoforte, Reino de Sicília, bispado de Saragossa, e de sua mulher D. Maria Rosa, natural da cidade de Lisboa e batizada na freguesia de São Sebastião da Pedreira Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação (1757-1761). Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, sendo guardião o Confessor Fr. José das Neves, aos 25 de dezembro de 1760. Professou no mesmo convento, sendo guardião o Pregador Fr. José da Madre de Deus Rodrigues, aos 2 de fevereiro de 1762. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro pelo Ministro Provincial Fr. Manuel da Encarnação (1761-1764), sendo Mestre o Ex-Leitor de Teologia Fr. Antônio da Anunciação. Este estudo abriu-se no dia 1º de outubro de 1762. Aos 26 de abril de 1768 foi nomeado passante para o estudo de filosofia, que no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro leu o Ex-Leitor de Teologia Fr. José de Santa Maria Mascarenhas. Na congregação intermédia de 23 de julho de 1768 saiu eleito pregador. Com patente do Ministro Provincial Fr. José dos Anjos (1767-1770) foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro, em 5 de agosto de 1769. Conferiu-lhe todas as Ordens o Exmo. Sr. Dom Fr. Antônio do Desterro, OSB (1745-1773), 6º bispo da dita cidade. Na congregação intermédia de 27 de julho de 1771 elegeram-no Lente de Teologia. Foi nomeado confessor de seculares na congregação intermédia de 30 de julho de 1774. Aos 14 de agosto de 1775 o nomearam Lente de Filosofia para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, por causa da renúncia que tinha feito desta cadeira o Ex-Leitor de Prima Fr. Bernardino de Sena. Na congregação intermédia de 8 de maio de 1779 saiu eleito Lente de Prima. Na congregação intermédia de 22 de fevereiro de 1783 foi eleito Comissário de Terceiros do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, e juntamente Cronista da Província; porém não fez a crônica. Elegeram-no guardião do Convento de Nossa Senhora da Penha no capítulo celebrado a 25 de agosto de 1787. Na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1789 foi eleito guardião do Convento de São Francisco da Vitória, capitania do Espírito Santo. Foi eleito Custódio da Mesa no capítulo celebrado aos 28 de agosto de 1790. Distinguiu-se na prédica, principalmente no artificio e brevidade com que traçava as suas orações. Com o Ex-Leitor Fr. José Carlos de Jesus Maria Desterro serviu de capelão de agonia a Joaquim José da Silva Xavier, vulgo Tiradentes (21 de abril de 1792). No dia 28 de novembro de 1796 despediu-se da comunidade do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro para Lisboa com licença que obteve da Senhora Rainha (D. Maria 1), partiu a 4 de dezembro do dito ano. Continuou a existir na Corte, mas apartado do tumulto dos negócios e da penosa carreira dos pretendentes: vive sobre os livros aumentando deste modo as riquezas de seus conhecimentos que já eram grandes, quando se retirou da Província; o seu gosto em Literatura é sublime. Faz honra à Nação e a nossa Província. Santa Gertrudes (fls. 4) em 10 de fevereiro de 1828 o dá como falecido: lr. Ex-Leitor Fr. Raimundo Penaforte da Anunciação, com licença de 30 anos em Lisboa.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1189.
