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A aldeia de Bracht, na Alemanha, foi a terra natal de Francisco Gaspar Blõink, onde nasceu aos 18 de agosto de 1868, filho de pais, cristãos fervorosos, e que gozavam também de certo bem estar material. Era o nosso Chico de temperamento impulsivo, vivo, alegre e amável. Depois da morte prematura do pai, manifestou à mãe a vontade de estudar para tornar-se sacerdote, o que no momento não foi possível. O permanente desejo de seguir a carreira sacerdotal, numa vida claustral, o levou a visitar aos 22 anos, em 1890, o seminário franciscano de Harreveld, Holanda, e, encantado, logo se matriculou, voltando para casa já postulante. Despedindo-se dos seus familiares, recebeu ainda no mesmo ano, no dia 4 de maio, o hábito e o nome religioso de Frei Modesto. Em 10 de maio de 1891 emitiu os votos simples. Nos anos de estudo, exagerou muito na mortificação e no jejum, resultando daí um mal de estômago que o acompanhou durante o resto da vida. Naquela época, o entusiasmo dos religiosos e seminaristas pelas missões estrangeiras estava no auge. O grupo dos seminários brasileiros era o mais numeroso. A eles agregou-se Frei Modesto, já diácono, e viajou para o Brasil, onde desembarcou em Olinda, PE, no dia 3 de dezembro de 1894. Em Salvador, BA, continuou os estudos e foi ordenado sacerdote aos 30 de março de 1895. Em janeiro de 1897, veio Frei. Modesto transferido para Blumenau, SC, e em maio recebeu com a "cura" a obediência de sua nomeação para mestre de noviços. Poucas semanas depois deu início ao noviciado com a vestição de 11 estudantes. Dado ele mesmo ao ascetismo, foi o cunho que imprimiu nos seus noviços, mas nunca omitiu transmitir também a eles a alegria do Santo de Assis. Com a restauração da Província, em 14 de setembro de 1901, aconteceu a transferência do noviciado de Blumenau para Rodeio, SC. No primeiro capítulo regular da recém-restaurada Província, em 1904, foi eleito definidor, ocasião propícia para uma visão mais global dos problemas e acontecimentos. Devido ao contínuo mal estar do estômago e manifesta fraqueza física, os superiores acharam por bem aliviá-lo, depois de 10 anos, dos encargos do noviciado e transferi-lo para Lages, SC, como cooperador, julgando que os trabalhos, mais ao ar livre, trariam uma melhora para a sua saúde. Despediu-se de Rodeio no dia 25 de novembro de 1907, e a penosa viagem a Lages foi feita a cavalo. Dedicou-se com muito empenho à pastoral, mas não era bom pregador. Faltava-lhe por completo os recursos e dotes oratórios, mas o conteúdo das alocuções provinha da meditação e da vida. Ajudou também no atendimento das inúmeras capelas. Devido à saúde combalida, passava temporadas em fazendas, entre elas, na do amigo Hortêncio Camargo. O ar puro dos campos e o descanso ajudavam, mas não para curá-lo. Havia ainda o problema da insônia, e assim a cura de almas tornou-se para ele demasiadamente pesada. Em 26 de janeiro de 1913 foi nomeado novamente mestre de noviços. Retornando à direção do noviciado, encontramos um Frei Modesto mais amadurecido, que aos poucos foi tornar-se um formador franciscano sempre mais eficiente. Não seguia normas rígidas, mas procurava sobretudo desenvolver as capacidades individuais de cada um. A prática contínua da caridade lhe dava certo grau de intuição, que contrabalançava com a falta de formação teórica. O espírito de piedade e oração com que norteou a vida de seus noviços, continuou sendo a característica do seu modo de ser e de agir. Como estivesse continuamente adoentado, passou temporariamente, em agosto de 1919, a direção do noviciado a Frei Capistrano Eising, já auxiliar seu, desde 1913. Pôde assim fazer uma temporada maior de férias, em Lages. No capítulo de janeiro de 1920, esperava ser substituído, mas permaneceu no cargo. Em 1922 foi operado do estômago, em Blumenau. Quase não resistiu devido ao seu estado de fraqueza. Em outubro de 1924, viajou a Rio Negro, PR, para novo repouso. Em seu lugar ficou Frei Januário Bauer, já então seu vice mestre. No mês de janeiro de 1925, ficou desobrigado do encargo de mestre, mas voltou a Rodeio, como confessor. Em janeiro de 1926, desejava passar nova temporada em Lages, quando o capítulo Provincial deu uma guinada em sua vida: foi transferido para o novo seminário franciscano que a Província da Imaculada abrira em Garnstock, Bélgica. Visitou os familiares e iniciou seu novo cargo bem mais suave agora, o de mestre dos irmãos religiosos terceiros. Mas Frei Modesto, depois de uma ausência de mais de 30 anos não teve mais resistência para enfrentar o rigoroso inverno europeu. Logo depois do Natal, apanhou forte resfriado que se transformou em gripe e desta passou para pneumonia. No dia 7 de janeiro" de 1927, primeira sexta-feira do ano, aconteceu a crise, e pelas 17:30 horas adormeceu placidamente no Senhor. Os muitos apontamentos, conferências, retiros e cartas que ficaram de Frei Modesto, ressaltam sempre de n

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 109.