Lente, Padre da Província, europeu. No século se chamava Manuel Antônio de Mariz Sarmento, natural e batizado na freguesia de São Pedro de Vila Real, arcebispado de Braga. Filho natural de Francisco Manuel de Mariz Sarmento, e de Maria Tomásia de Carvalho, ambos naturais e batizados na mesma freguesia, vila e arcebispado. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. João de Sant’Ana Flores (1793-1796). Tomou o hábito no Convento de Senhor Bom Jesus da Ilha, aos 31 de dezembro de 1794, sendo guardião o Ex-Leitor Fr. José Mariano do Amor Divino. Professou no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, sendo guardião o Pregador Fr. José de São Joaquim Cardoso, aos 25 de janeiro de 1796, tendo de idade 20 anos e tomando por nome Fr. Manuel do Sepulcro Mariz. Com patente do Ministro Provincial Fr. Joaquim de Jesus Maria Brados (1796-1799), foi ordenado Sacerdote em São Paulo, a 5 de março de 1798, pelo Exmo. Sr. Dom Mateus de Abreu Pereira, bispo da dita cidade. Na congregação intermédia de 24 de março de 1798 foi eleito confessor de seculares e admitido ao estudo de filosofia, que se abriu no Convento de N. P. São Francisco da cidade de São Paulo, de que foi Lente o Ex-Leitor de Prima Fr. Francisco da Candelária. Mas não continuou por moléstia. A 10 de março de 1800 foi admitido ao estudo de língua brasiliana. No capítulo celebrado a 2 de outubro de 1802 saiu eleito presidente do Convento de N. P. São Francisco da vila da Vitória, e juntamente missionário dos índios. Na congregação intermédia de 7 de abril de 1804 tornou a ser eleito presidente do mesmo convento, sendo confirmado no mesmo emprego e convento no capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 foi novamente admitido ao estudo. Não entrou, porém, antes, apresentando ao Exmo. Sr. Núncio Apostólico documentos, pelos quais constava ter versado estudos, antes de vir à Religião: por graça e dispensa do dito Senhor foi no capítulo celebrado a 8 de outubro de 1808 eleito pregador e lente de gramática e de retórica para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Na congregação intermédia de 14 de abril de 1810 saiu eleito lente de teologia moral para o dito convento; estando já antes disto nomeado por Sua Alteza Real D. João VI, Examinador da Mesa da Consciência e Ordens. Foi nomeado por carta do Exmo. Sr. Núncio Apostólico Dom Lourenço Caleppi teólogo da Nunciatura no ano de 1810; e aos 21 de agosto de 1811 foi declarado Padre da Província por Breve do mesmo Exmo. Sr. Núncio Apostólico. No capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811 foi eleito Secretário da Província, sendo confirmado neste emprego na congregação intermédia de 24 de abril de 1813. A 15 de outubro de 1817 foi nomeado Secretário do lr. Visitador Geral Fr. José de Santa Miquelina. No dia 16 de novembro de 1817 expirou na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, depois de 4 dias uma agudíssima febre. Foi ungido, porque se julgou que o delírio em que estava, fosse até à morte. Porém, tornando a si por alguns momentos depois da Unção, recebeu a Eucaristia por Viático, e 6 horas depois terminou a sua carreira, deixando em consternação os religiosos que conheciam as suas belas qualidades, e que deram públicas demonstrações de sua sensibilidade pela sua falta. Foi sepultado a 17 de novembro de 1817.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1108.
