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Franciscano/a

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    Identificador:
    11519
    Nombre:
    Fr. Leopoldo van Winkel, OFM (Joannes Arnoldus Antonius van Winkel)
    Sexo:
    Fecha de nacimiento:
    28/03/1871
    Fecha del fallecimiento:
    08/01/1942
    Lugar de nacimiento: Rotterdam, NL
    Lugar del fallecimiento: Teófilo Otoni, MG
    Estado eclesiástico:
    Notas Biográficas:

    IN MEMORIAM

     

    Surpreendeu-nos dolorosamente a notícia da morte do R. P. frei Leopoldo. Porque, muito embora o soubéssemos doente, ninguém pensava que tão depressa fôssemos privados da sua convivência. Em frei Leopoldo perde nosso Comissariado um dos mais ativos confrades para a cura das almas. O zelo das almas era deveras a virtude que mais o distinguiu. Era daqueles sacerdotes que jamais se poupam a si mesmos, em se tratando de salvar uma alma. Sacrifícios para isto fez inúmeros, desde os primeiros tempos que chegara ao Brasil, até as últimas semanas da vida. Quando pároco quem com ele viesse em contacto sentia estar diante de um sacerdote que se dava todo ao seu povo. Deste zelo dá testemunho também o modo como passou as duas férias periódicas que teve na Holanda: em ambos os casos serviu-se das férias para pedir esmolas para a construção das igrejas de que o incumbira a autoridade, primeiro em Pirapora, depois em Cavalcante. Não teve a satisfação humana de terminar nem uma nem outra, porque foi removido antes de acabá-las. O que, porém, está feito, em sua maior parte é trabalho de frei Leopoldo.

    De sua vida religiosa diremos que foi um exemplo para todos nós, pela exatidão no cumprimento dos pequenos deveres da vida religiosa. Súdito ou superior, sempre frei Leopoldo foi o homem do dever, que jamais se julgava isento das obrigações da vida religiosa. Neste particular perdemos nele um confrade que nos edificava pela regularidade e exatidão de vida.

    Frei Leopoldo nasceu em Roterdão, aos 28 de março de 1871. Recebeu o hábito franciscano em 1890, fez a profissão solene em 1894, se ordenou em 1897 e chegou ao Brasil em 1907. Morreu como guardião do convento de Teófi1o Otoni no dia 8 de janeiro de 1942. Faleceu, pois, frei Leopoldo aos 70 anos, dos quais 52 vividos no claustro e 45 na cura das almas, quer como vigário zeloso, quer como missionário incansável, quer seja como educador emérito, que tudo isto ele soube ser em vida e com marcada personalidade. Por mais de uma vez frei Leopoldo foi conselheiro do comissariado, tal foi a estima em que o tinham superiores e confrades.

    As cidades onde frei Leopoldo exerceu a cura das almas são as seguintes: Ouro Preto (1907-1909), São João del Rei (1909-1912), onde lecionava no ginásio municipal, Niterói (1912-1914), Belo Horizonte - Barro Preto (1914-1915), Pirapora (1915-1919), São João del Rei (1919-1924) como diretor do ginásio e superior do convento, Muzambinho (1924-1926), Cascadura (1926-1934), Cavalcante (1934-1939), Neves (1939-1941). Pelo Capítulo Provincial de 1941 frei Leopoldo foi eleito o primeiro guardião do convento de Teófilo Otoni. Sobre a permanência dele em Teófilo Otoni. Frei Hilário nos mandou a carta seguinte:

    À noite do dia 18 de novembro trouxe-nos um caminhão o novo e primeiro Guardião do convento, muito abatido pela viagem por estradas péssimas.

    Embora lhe estranhasse o novo meio e o clima, alegre e contente começou a desempenhar-se da sua tarefa; trabalhando à medida de suas forças.

    Ia tudo muito bem até que chegou a festa de Natal: Á meia noite cantou frei Leopoldo a Missa solene, pela manhã celebrou mais duas; às 2 hs. da tarde acompanhou no harmônio da Matriz os cânticos de Natal da criançada, quando de repente sentiu-se muito mal; banhava-lhe o corpo um suor frio e copioso. Levado à casa de automóvel, julgava o médico, que logo acudira, tratar-se dum desarranjo do estômago. Desenganou-o o exame da urina, que mostrava perda considerável de albumina. Graças ao trato do médico deste incômodo restabeleceu-se depressa frei Leopoldo.

    Poucos dias depois teve uma recaída com sintomas mais graves; no dia 4 de janeiro mal poude terminar a S. Missa; o médico constatou insuficiência do coração; no dia da Epifania a conselho do doutor, foi o doente transferido para o hospital de Sta. Rosália. Ali pelo bom trato das Irmãs, num ambiente de sossego talvez vencesse ainda esta crise.

    Entretanto Deus quis chamar a Si o servo fiel. Ia-se agravando sempre o estado do Superior. Podia exclamar com o Sa1mista: Tribulatio et angustia invenerunt me: sed nomen Domini invocavi. A noite do dia 7 para 8 de janeiro passei-a junto de frei Leopoldo; com piedade e resignação edificantes, com toda, a lucidez de espírito, respondendo às orações, recebeu os últimos. Sacramentos. Estava satisfeito, alegre até, falava ainda ,brincadeiras, no meio das suas angústias. Ás 6 hs. da manhã fui à Matriz celebrar a S. Missa e deixei o doente, entregue aos bons cuidados das Irmãs já que os confrades estavam celebrando a Missa em outras capelas da cidade. Nem de longe suspeitando o desenlace, tão próximo, quis deitar-me um pouco, quando vieram chamar-me com toda a pressa. - Foi tarde. Frei Leopoldo, enquanto estava tomando um banho em busca de alívio calmamente entregou a sua alma ao Criador.

    Algumas horas depois foi carregado para a capela de nossa casa, transformada em câmara ardente. - A morte não lhe desfigurou o rosto, em que estavam estampadas a paz, a placidez, a resignação, e cujos lábios querer dizer ainda: "Sim Pai

    O enterro realizou-se na tarde do mesmo dia; apesar chuvas torrenciais, foram muitos os paroquianos, que quer de automóvel quer a pé acompanharam os restos mortais dum sacerdote e religioso de vida exemplar e de zelo incansável, dum operário na vinha do Senhor, que teve o que desejou: morrer trabalhando qual soldado, que, com as armas na mão cai no campo de batalha. Ao carro fúnebre precedia um automóvel em que tomaram assento Fr. Pacômio, Fr. Carlos, o Pe. Afonso Tasmann e o Vigário. - Foi inhumado no Cemitério Municipal num jazigo modesto. Celebrei a Missa de 7º dia com encomendação estando presentes numerosos fiéis; no mesmo dia visitei o túmulo de Fr. Leopoldo, encimava a lousa uma grande coroa de flores naturais, entrelaçada por uma fita larga com a inscrição: "Gratidão de Dr. Alkmim e família e dos detentos

    Fonte: Revista dos Franciscanos da Província Santa Cruz, 1942, p. 19 a 21

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SATLER, Fabiano Aguilar. Fr. Leopoldo van Winkel, OFM (Joannes Arnoldus Antonius van Winkel). Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/fr-leopoldo-van-winkel-ofm-joannes-arnoldus-antonius-van-winkel. Accedido en: 31/01/2025.