Confessor, ex-definidor, ex-Provincial, brasiliense. No século se chamava Joao Pinto Cardozo, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Candelária da cidade do Rio de Janeiro. Filho legítimo de Francisco Pinto Cardozo, natural e batizado na freguesia de (Nossa Senhora da Assunção) de Borrô, bispado de Lamego, e de sua mulher Ana Luísa Gomes, natural e batizada na freguesia de São Pedro de Miragaia, bispado do Porto. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Manuel de São Roque (1751-1754). Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, sendo guardião o Pregador Fr. Tomás dos Serafins, a 23 de maio de 1754. Professou no mesmo convento, sendo guardião o Pregador Fr. Antônio de São Vicente Ferrer. Com patente do Ministro Provincial Fr. Francisco da Purificação (1757-1761), foi ordenado Sacerdote em 1760 pelo Exmo. Sr. Dom Fr. Antônio do Desterro, OSB (1745-1773) 6º bispo do Rio de Janeiro. Foi instituído confessor de seculares na congregação intermédia de 27 de julho de 1765. Na congregação intermédia de 23 de julho de 1768 saiu eleito presidente do Convento de Nossa Senhora da Penha. Foi Mestre de cantochão em vários conventos. No de São Boaventura de Macacu, ensinou 4 anos e meio e outros tantos no de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ), além do tempo que tem sido Vigário do Coro nos conventos de Nossa Senhora da Penha, no de São Francisco da vila de Vitória, no de Santo Antônio da vila de Santos e no de São Francisco da cidade de São Paulo. Compôs e escreveu os livros de cantochão para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Por tantos serviços se lhe dispensaram 4 anos que lhe faltavam para quadragenário, isenção de horas miúdas e de hebdômadas, e a obrigação de fazer 2 presidências. Pelos mesmos serviços que iam sempre avançando, se lhe concedeu o privilégio de uma guardiania no capítulo celebrado a 24 de setembro de 1796. Na congregação intermédia de 28 de março de 1801 foi eleito guardião do Convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ). Saiu eleito guardião do convento do Senhor Bom Jesus da Ilha na congregação intermédia de 7 de abril de 1804. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 elegeram-no guardião do Convento de São Boaventura de Macacu. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 foi eleito Definidor da Mesa. Por Breve do Senhor Núncio Apostólico Dom Marefoschi da data de 26 de agosto de 1819 se lhe concederam os privilégios de Ex-Provincial de jure pedidos pela Província. Foi ainda declarado Definidor sub-rogado em 4 de setembro de 1819 e em 28 de fevereiro de 1824. Faleceu a 19 de março de 1825, munido com todos os Sacramentos, na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, onde esteve gravemente enfermo uns 2 meses, por efeitos do ataque de erisipela, que lhe dera por motivo da facilidade que tinha em dormir com janela e porta aberta... e foi a primeira vez que no decurso de 30 anos viram os religiosos ir-se à enfermaria receber votos para o capítulo. E acabou aquele religioso, cuja robustez de estômago a todos espantava, não podendo conservar nele nem os mesmos caldos, tendo de hábito 70 anos, 10 meses, menos 4 dias. Requiescat in pace.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1159.
