Confessor, (Pregador?), brasiliense. Natural de Santos, filho legítimo de Francisco Tavares Cabral e Dona Isabel da Silva. Tomou o hábito para frade do coro no Convento de Santo Antônio de Santos, aos 4 de setembro de 1723. Dele escreve Pedro Taques: «Já depois de professo, fugindo das virtudes e apertos da clausura, passou a viver apóstata pelos sertões do rio São Francisco. Dele se passou para a comarca da Vila Boa de Goiás, a tempo que já suas irmãs se achavam nestas minas, que, fazendo assento no arraial de Nossa Senhora do Pilar, sítio de Papuã, a ele veio Fr. Francisco. Ali o prendeu o sargento-mor Antônio Ribeiro Leal, sendo juiz ordinário, como amante da justiça e de retidão, pelos estímulos de várias queixas que muitos ofendidos articulavam contra o apóstata que remetido em ferros aos seus prelados (no Rio de Janeiro) foi castigado conforme as leis indispensáveis de tão santo instituto. Com o decurso dos anos se consumou a pena do castigo, e foi posto em liberdade fora dos cárceres em que se tinha conservado, quando já o culpado réu não a pôde gozar com sossego de Espírito, porque, refletindo nos erros da vida passada, caiu na infelicidade de ficar leso do discurso e viveu como pateta possuído de um temor pânico que lhe tem introduzido a maior humildade que se pode considerar. Contudo segue os atos de religião, sem liberdade para sair à rua acompanhando a qualquer outro religioso. Altos são os juízos de Deus!». Faleceu louco na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, onde lhe fizeram os sufrágios, aos 13 de dezembro de 1787.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 813.
