Lente Jubilado, Pregador Imperial, Ex-Definidor Geral, Custódio atual, Brasiliense. No século se chamava Francisco José de Carvalho, natural e batizado aos 24 de agosto de 1784 na freguesia da Sé da cidade do Rio de Janeiro. Filho legítimo de João Antônio da Silveira, natural e batizado na freguesia de São Roque da Ilha do Pico, bispado de Angra (Açores) e de sua mulher Ana Francisca da Conceição, natural e batizada na freguesia de Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba, bispado do Rio de Janeiro; neto pela parte paterna de Manuel Gomes de Oliveira e de Madalena Josefa de Santa Rosa, e pela parte materna de Joaquim José dos Santos e de Rita Maria C. de Carvalho. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção (1799-1802). Tomou o hábito para frade do coro no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, aos 28 de junho de 1801, sendo guardião o Ir. Ex-definidor Fr. José Mariano do Amor Divino. Professou no mesmo convento e mãos do dito guardião, aos 3 de outubro de 1802, sendo de idade de 17 ou 18 anos, e tomando por nome Fr. Francisco do Monte Alverne, que pelo Prelado lhe foi confirmado. Pela congregação intermédia de 7 de abril de 1804 foi nomeado colegial para o estudo no convento de São Francisco de São Paulo, sendo Lente de Artes do seu colégio (estudo), o Ir. Ex-Leitor de Teologia, Fr. Inácio de Santa Justina. Com patente do Ministro Provincial Fr. Joaquim das Santas Virgens Salazar (1805-1808), foi promovido a Ordens: Menores a 31 de janeiro de 1807; Epístola no dia 1° de fevereiro e Evangelho a 8 do dito mês e ano; Presbítero em 1808, as quais lhe conferiu o Exmo. Sr. Dom Mateus de Abreu Pereira, bispo de São Paulo. No capítulo celebrado a 8 de outubro de 1808 foi instituído confessor de seculares. Na congregação intermédia de 14 de abril de 1810 foi eleito pregador e passante para o colégio (estudo no convento de São Francisco) de São Paulo. Na congregação intermédia de 20 de abril de 1816 foi eleito Lente de Prima do mesmo colégio. Por provisão datada de 17 de outubro de 1816 foi nomeado Pregador Régio, nomeação digna de seus talentos. Foi nomeado Examinador da Mesa de Consciências e Ordens, aos 20 de setembro de 1818, e Teólogo da Nunciatura Apostólica, a 18 de novembro do mesmo ano. Na congregação intermédia de 23 de outubro de 1819 foi eleito guardião do convento de Nossa Senhora da Penha. O Corpo Capitular reunido no dia 27 de outubro de 1821, querendo recompensar os serviços prestados na sua brilhante carreira, tendo em consideração 8 atos de conclusões públicas em filosofia, e não havendo título explícito e legal que obrigue os Lentes de Prima a defenderem atos públicos de teologia, lhe declarou solenemente todos os seus privilégios de Lente de Prima, acrescentando-lhe ainda em remuneração os privilégios de outra guardiania. Por falecimento do Padre Mestre Ex-Provincial (h.c.) Fr. José Cupertino de São Francisco Villaça, foi eleito e aprovado unanimemente Secretário da Província, aos 11 de março de 1824. No capítulo celebrado a 5 de fevereiro de 1825 saiu eleito Custódio da Mesa. Por provisão do Exmo. Sr. Dom José Caetano da Silva Coutinho (1806-1833), 8° bispo do Rio de Janeiro, em data de 30 de abril de 1829, foi escolhido para Lente de Retórica do seminário de São José e autorizado para substituas faltas dos Lentes de Filosofia e de Teologia Dogmática. Por outra provisão de 15 de maio de 1830 foi nomeado Lente da cadeira de Filosofia Racional, Moral e Teologia Dogmática, pelo mesmo Senhor bispo. Por mais outra provisão do mesmo Exmo. Senhor, em data do mesmo dia, mês e ano, foi nomeado Examinador Sinodal. Por diploma de 17 de fevereiro de 1835 foi nomeado membro correspondente do Instituto Histórico da França. Em 1837 infelizmente perdeu sua vista, quiçá pelas fadigas literárias, a que não se poupou como verdadeiro amante das ciências. No capítulo celebrado a 24 de abril de 1841 foi declarado Lente Jubilado. Por diploma de 24 de junho de 1847 foi nomeado membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Por diploma de 10 de novembro de 1848 foi nomeado membro honorário da Imperial Sociedade Amante da Instrução. Em sessão magna de inauguração da Sociedade Ensaio Filosófico, no dia 10 de dezembro de 1848 foi solenemente proclamado “genuíno representante da filosofia do espírito humano no Brasil” e recebeu das mãos do Exmo. Sr. Bispo (do Rio de Janeiro) Conde Capelão-Mor Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, que presidiu a sessão como Diretor da Sociedade, uma coroa de louro que a Sociedade Filosófica lhe oferecia. Por diploma de 11 de fevereiro de 1849 foi nomeado Membro Grande Conservador da mesma Sociedade. A instâncias do Visitador Geral Fr. João de São José Calmon, Religioso da Província de Santo Antônio da Bahia, por Breve Apostólico, dado pelo Senhor Internúncio Bedini na Corte do Rio de Janeiro, munido com Beneplácito Imperial, foi habilitado para poder ser eleito em capítulo, Definidor da Mesa, dispensando a irregularidade contraída pela cegueira, e assinar-se de chancela; Breve este que foi apresentado em sessão definitorial de 2 de maio de 1850. Em sessão definitorial de 15 de junho de 1850 foi eleito Custódio da Mesa, pela renúncia que fez o Custódio Fr. Joaquim de São Daniel. Renunciou esse emprego; porém, depois de celebrado o capítulo de 17 de agosto de 1850 fez parte do definitório como Definidor adjunto, o que também renunciou. No capítulo provincial celebrado a 1° de março de 1856 foi unanimemente eleito Custódio. Por um Breve da Nunciatura Apostólica expedida na Corte do Rio de Janeiro, com data de 17 de outubro de 1856 foi nomeado Ex-definidor Geral da Ordem, com todos os direitos e privilégios que a Lei lhe concede. Aos 2 de dezembro de 1858 faleceu em São Domingos de Niterói, de um ataque apoplético, estando ali de licença, e chegou a receber o sacramento da Unção. Seu corpo foi sepultado na quadra dos religiosos no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1319.