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O irmão religioso terceiro Frei Elias Holtkort, natural de Soest, diocese de Paderborn, Alemanha, era um homem forte e robusto. Recebeu o hábito em 7 de janeiro de 1894. No convento de São Francisco em Salvador, BA, foi atacado pela febre amarela, e recebeu os últimos sacramentos. A tarde do dia 15 de fevereiro, domingo de carnaval, apareceram em Frei Elias, os sintomas reveladores da morte próxima. A Higiene já havia sido avisada; o caixão está sendo forrado com fazenda em pixe, e colocado em cela próxima. A cova em 10 palmos de profundidade, também fora preparada. Mas Frei Elias lutaria muito até que a morte o dobrasse, tão vigoroso ele era. De certo a previa, pois dizia: "Vou morrer, quero morrer mesmo; mas quero ver como isto acontece; há de custar bastante". Contraste terrível: a barulhenta festa do carnaval nas ruas, com músicas, algazarra, mascarados, e o silêncio de morte nos recintos do convento. Num momento de lucidez, disse-Frei Elias: "Se aqueles aí fora soubessem como estão as coisas aqui, pensariam de outra forma". Após prolongada agonia morreu no dia 17 de fevereiro de 1896, em Salvador. Após o desenlace ninguém tem mais nada a ver com o falecido; cabe aos funcionários da Higiene colocá-lo no caixão, levá-lo a um carro fúnebre especial, acompanhá-lo ao cemitério, no qual ninguém é autorizado a assistir ao sepultamento. Contava Frei Elias 21 anos de idade e 2 de vida religiosa.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 31.