Loading...
Franciscano/a

  • Alt
    Identificador:
    20695
    Nombre:
    Fr. Dom Luís Maria de Santana, OFMCap
    Sexo:
    Fecha de nacimiento:
    21/03/1886
    Fecha de entrada:
    04/02/1904
    Fecha del fallecimiento:
    05/05/1946
    Lugar de nacimiento: Itália, IT
    Lugar del fallecimiento: Botucatu, SP
    Estado eclesiástico:
    Notas Biográficas:

    Dom Frei Luís Maria de Sant’Ana (Antônio Culturato), filho legítimo e primogênito de Luís Culturato e Jacinta Boldrini Culturato, nasceu na cidade de Sant’Ana, província de Pádua, Itália, aos 21 de março de 1886. Foi batizado aos 27 do mesmo mês, com o nome de Antônio. Contava apenas 2 anos quando, em 1888, veio para o Brasil com seus pais, indo fixar-se em Araraquara, em nosso Estado. Cursou o preparatório no antigo Coleginho dos frades, em Piracicaba, e no Colégio Sanjoanense, em São João da Boa Vista.
    Seguindo impulso da própria vocação, internou-se no Colégio Seráfico dos Capuchinhos, Taubaté, em 1899. Ali recebeu o hábito franciscano e iniciou o Noviciado aos 4 de fevereiro de 1904 com os colegas Frei Vital de Primiero e Frei Angelo de Taubaté. Feita a profissão simples aos 7 de fevereiro de 1905, foi para São Paulo, onde cursou Filosofia e Teologia no Convento Imaculada Conceição, dos capuchinhos. Recebeu ordens menores de Dom José Marcondes Homem de Melo, a 12 de janeiro de 1907. Fez a profissão solene a 26 de fevereiro de 1908. Foi ordenado subdiácono por Dom Duarte Leopoldo e Silva, na Sé de São Paulo, aos 25 de julho de 1908; diácono, aos 19 de setembro desse mesmo ano, e presbítero aos 6 de março de 1909. Celebrou a sua primeira santa Missa solene em Araraquara aos 14 do mesmo mês. Terminados os estudos, passou a dedicar-se aos múltiplos trabalhos do ministério sacerdotal percorrendo grande parte das cidades do interior de nosso Estado.
    Desempenhou na Ordem vários cargos, sucessivamente, como Conselheiro, de 1927 a 1929, Guardião em São Paulo, de 1921 a 1924 e de 1927 a 1929, Diretor da Ordem Terceira e outras Associações, colaborando também na redação de ANAIS, LA SQUILLA e outras revistas. Por muitos anos foi diretor do Colégio Imaculada Conceição, na capital. Tendo adquirido a nacionalidade brasileira, não somente no tocante à sua formação moral mas também legalmente, nos termos do art. 69, parágrafo 49 da Constituição de 24 de fevereiro de 1891, Frei Luís soube imprimir, sempre, às suas atividades um sentido de pura e alta brasilidade.
    Em data de 25 de fevereiro de 1925, Dom Duarte Leopoldo e Silva recebia, do Campo de Operações, no Estado do Paraná, o seguinte telegrama: “Oficiais e soldados católicos desejam assistência religiosa junto forças em operações. Solicitamos vossa fineza conceder-nos sacerdote brasileiro virtuoso para espontaneamente compartilhar nossas provações exercendo ministério espiritual nesta rude campanha. Nosso Estado Maior verá com simpatia presença sacerdote dedicado junto nossos hospitais e unidades de frente... (...) A designação a capelão recaiu em Frei Luís que aceitou prontamente o cargo, partindo logo para o campo de operações, lá permanecendo até o final da campanha naquele Estado.
    Numa ordem publicada pelo Coronel Mariano Rondon consta: “Forças em Operações nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Quartel General em Guarapuava, em 8 de maio de 1925. Visita do sacerdote brasileiro. Visitou-nos hoje, em despedida, o Capuchinho brasileiro Frei Luís Maria de Santana, da Arquidiocese de São Paulo, que passou, dois meses em assistência religiosa junto aos Hospitais e unidades do 1º escalão destas Forças. Este sacerdote, cuja permanência junto às Forças em virtude de pedido dos oficiais e soldados da União Católica do Exército, compartilhou com nossos camaradas da frente, das rudezas da campanha, permanecendo sempre desinteressadamente à disposição da tropa para o ministério sacerdotal e conquistando a simpatia de todos pela sua cativante personalidade. Antes de retirar-se teve a gentileza de celebrar ofícios religiosos em Cascavel, Mallet e Guarapuava, em sufrágio dos mortos desta Campanha. Em suas prédicas associou-se à causa da ordem, pregando a obediência às leis e autoridades constituídas, e devotamento ao serviço público e à fé nos destinos da Pátria. Gen. Cândido M. Rondon”...
    Não se compara esse normal devotamento a uma causa secular ao devotamento de Frei Luís à causa do Evangelho, no serviço aos irmãos, distribuindo-lhes as riquezas dos mistérios de Deus, o que mereceria muito mais linhas na exposição de sua vida e atividades.
    Foi nomeado Bispo de Uberaba pelo Papa Pio XI, com bula datada de 2 de agosto de 1929. Por especial indulto, sua sagração realizou-se no dia 4 de outubro, homenageando seu Fundador São Francisco, na igreja Imaculada Conceição, em São Paulo. Foi sagrante Dom Duarte Leopoldo e Silva, servindo de Assistentes Dom Francisco de Campos Barreto e Dom José Carlos de Aguirre, estando presentes também Dom José Maurício da Rocha e Dom José Maria Parreira Lara. Tomou posse solene da diocese a 27 de outubro, celebrando-se naquele dia a Festa de Cristo Rei. Governou a diocese de Uberaba durante quase nove anos, até 7 de junho de 1938. Percorreu por diversas vezes o seu território, em visitas pastorais; promoveu a prática das santas missões em quase todas as paróquias e a reconstrução de várias igrejas. Introduziu novas congregações religiosas como dos Capuchinhos, dos Estigmatinos, das Missionárias de Jesus Crucificado, Missionárias de Nossa Senhora das Dores e Franciscanas do Egito. Incentivou a fundação de novos colégios católicos; dotou o bispado de novo palácio episcopal. Adquiriu-lhe e montou oficina tipográfica para o jornal diocesano. Iniciou as obras da reconstrução da catedral. Deu novo impulso à obra das Vocações e conferiu a ordenação sacerdotal a doze alunos do seminário diocesano.
    Por Bula datada de 2 de abril de 1938, Pio XI designou-o Bispo de Botucatu, no Estado de São Paulo, transferindo-o de Uberaba. Tomou posse da nova diocese a 29 de junho desse mesmo ano, tendo paraninfado o ato o senhor Governador Ademar Pereira de Barros. Superadas galhardamente as primeiras e mais graves dificuldades que oferecia a situação da nova diocese, aplicou, ao mesmo tempo, suas constantes atividades aos diversos setores da administração diocesana. Deu grande impulso às obras da nova catedral, promoveu a construção do Mosteiro Santa Gema Galgani das Monjas Passionistas, reformou e ampliou o prédio do Seminário Diocesano, construiu novo edifício para a Cúria Diocesana com amplo salão de reuniões e conferências; criou na Diocese as Vigararias Forâneas, fundou o novo órgão de imprensa “Monitor Diocesano”, deu novos estatutos ao Seminário Menor e à Obra das Vocações Sacerdotais; promoveu a realização das santas missões na sede e na maioria das paróquias e a do primeiro Congresso Eucarístico Diocesano, celebrado de 1º a 8 de junho de 1941, com a participação do Sr. Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar de Afonseca e Silva e mais nove prelados. Pertenceu à Comissão Episcopal de Vigilância do Seminário Central do Ipiranga, de São Paulo.
    Acometido por uma grave enfermidade, a morte veio colhê-lo subitamente no dia 5 de maio de 1946. A Igreja perdeu, assim, um dos seus mais cultos e piedosos bispos. (Cf. REB, junho 1946, pp. 519-521).
    Além de suas intensas atividades episcopais, Dom Frei Luís sempre reservou grande espaço de tempo para estudos e escritos.

    Firmado no lema que adotara: “Omnia et in omnibus Christus”, não descurava seu dever de mestre e orientador do rebanho que lhe fora confiado por Deus.
    Grande foi o número de Pastorais e circulares que escreveu, tanto para os diocesanos de Uberaba como para os de Botucatu.

    Aos 4 de outubro de 1929 escrevia sua primeira Pastoral de Saudação aos fiéis de Uberaba (MG). Outras circulares e Pastorais se lhe seguiram. Aos 6 de março de 1932 escrevia a quarta Pastoral, versando sobre o Espiritismo.
    Aos 5 de junho de 1938 saúda sua nova Diocese: Botucatu.

    Sobre o Congresso Eucarístico Diocesano escreveu uma Pastoral aos 6 de março de 1941.

    Conforme dados colhidos por Frei Afonso Lorenzon, de 16 de julho de 1938 a 8 de maio de 1946, Dom Luís escreveu 51 circulares sobre os mais diversos assuntos, especialmente sobre vocações sacerdotais e sobre as Missões. Embora tenha falecido relativamente novo, Dom Luís deixou para todos exemplos de imensa dedicação pela causa da Igreja e da Ordem, quer como religioso, quer como brilhante sacerdote e zeloso Bispo. (Cf. também AOMC, 64, 156).

Configuraciones Institucionales relacionadas
cómo citar este contenido
CONFERÊNCIA dos Capuchinhos do Brasil. Fr. Dom Luís Maria de Santana, OFMCap. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/fr-dom-luis-maria-santana-ofmcap. Accedido en: 19/01/2025.