Dia 10 de junho de 1934, faleceu no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, RJ, na idade de 63 anos Frei Crisólogo Kampmann. Sua vida personifica uma parcela da história da Província da Imaculada Conceição, depois da restauração, pois, como Ministro Provincial a dirigiu com prudência e dedicação pelo espaço de 12 anos. Durante o tempo de seu provincialado foram fundadas 10 novas Residências, entre elas dois seminários (posteriormente desativados), o de Rio Negro, no Estado do Paraná e o de Garnstock, na Bélgica. Nasceu Frei Crisólogo Kampmann aos 4 de outubro de 1870, em Liesborn, Westfália, Alemanha. Concluiu os estudos ginasiais no seminário de Harreveld, Holanda. Dotado de talento privilegiado, os estudos não lhe causaram dificuldades, mesmo assim foi sempre um aluno atento e aplicado. Aos 12 de outubro de 1890 recebeu o hábito de São Francisco, e após os primeiros votos continuou os estudos nos conventos de Dorsten, Aquisgrana (Aachen) e Werl. Em junho de 1894 embarcou com mais 51 religiosos rumo ao Brasil. Foi ordenado presbítero em Salvador, BA, em 23 de maio de 1897, passando em seguida a trabalhar em Petrópolis, RJ. Na data de 26 de abril de 1899, por determinação do Internúncio papal, Monsenhor Enrico Sibilia, e na companhia de Frei Diogo de Freitas e do irmão religioso Frei Patrício Tuschen, foi fixar residência no vetusto convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, onde ainda residia o último sobrevivente da antiga Província da Imaculada, o Vigário Provincial Frei João do Amor Divino Costa. Estabeleceu-se assim com a incorporação dos 3 religiosos a continuidade da Província da Imaculada Conceição e a confirmação do elo de ligação com os restauradores saxões. Permaneceu neste convento até o ano de 1901, quando nomeado lente de teologia, se transferiu para Blumenau, SC, onde mais tarde foi também guardião. O capítulo de 1911 o elegeu Ministro Provincial, encargo que ocupou até 1917, e que devido às enormes distâncias, diversidade de situações e sobretudo à difícil comunicação entre a cheia e os religiosos das diversas residências e conventos, se tornou bem penoso. No triênio de 1917/1920, serviu como secretário da Província, mas já em 1920 foi novamente guindado ao cargo de Superior Maior por mais um triênio, e por uma posterior reeleição. As incumbências que os confrades lhe confiaram atestam a confiança, o apreço e a capacidade que nele depositavam. Como Ministro Provincial, não foi ele o jogador de xadrez, frio e calculista, que com lances audaciosos quer colocar as peças em lugares inesperados e impor ao adversário sua vontade ou seu ponto de vista, perseguindo a meta já pré-determinada. Se concedia ao irmão o primeiro lance, não se deixava arrastar por decisões precipitadas; mas quando o seu pensar sensato e ponderado dava solução aos problemas, não era então um oponente fácil. Conhecedor dos assuntos e problemas teológicos, sobretudo no campo da teologia moral e do direito canônico, pôde durante os longos anos de ensino, formar e orientar um numeroso grupo de coirmãos. Neste terreno era também solicitado para opinar ou resolver problemas difíceis ou intrincados a pedido de outros sacerdotes e mesmo para autoridades eclesiásticas. Como religioso, era de exemplar pontualidade em todos os exercícios da comunidade. Levavam também sua marca pessoal a piedade, a singeleza, a pureza, a constante ocupação com os estudos, o pensamento perspicaz, a discrição, qualidades estas que se refletiam no seu semblante. Não era Frei Crisólogo aquinhoado com o dom da sociabilidade. Nunca era ele o ponto central nas conversações, mas também nunca se retraía. Sabia rir com prazer, e como pessoa humana não era inacessível, como superficialmente poderia parecer à primeira vista. A seriedade de seu estado de saúde - operado de câncer - fora lhe ocultada, e quando os médicos do Rio o deram por desenganado, ressentiu-se bastante por lhe terem escondido a gravidade do mal; mas resignou-se todo à vontade de Deus. Sua partida - rodeados pelos irmãos - foi um suave adormecer. O sepultamento deu-se em Petrópolis. Também a revista Vita Franciscana, que ele lançou em fins de 1923, tendo como objetivo a animação e a comunicação entre os irmãos, perdeu nele, além de fundador, o promotor e constante incentivador.
Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 153.
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Identificador:57236Nombre:Fr. Crisólogo Kampmann, OFMSexo:Fecha de nacimiento:04/10/1870Fecha de entrada:12/10/1890Fecha del fallecimiento:10/06/1934Lugar de nacimiento: Alemanha, DELugar del fallecimiento: Rio de Janeiro (Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro), RJGrupo Religioso: OFM ― Ordem dos Frades MenoresEstado eclesiástico:Notas Biográficas:
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cómo citar este contenidoJEILER, Inácio. Fr. Crisólogo Kampmann, OFM. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/fr-crisologo-kampmann-ofm. Accedido en: 31/01/2025.