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Franciscano/a

  • Alt
    Identificador:
    11495
    Nombre:
    Fr. Constâncio van Eijk, OFM (Johannes Laurentius van Eijk)
    Sexo:
    Fecha de nacimiento:
    07/09/1885
    Fecha del fallecimiento:
    12/10/1960
    Lugar de nacimiento: Alkmaar, NL
    Lugar del fallecimiento: Boekel, NL
    Estado eclesiástico:
    Notas Biográficas:

    IN MEMORIAM

     

    Haja vista a figura desta necrologia! Poder-se-ia classificar como uma única, no meio da numerosa Ordem Seráfica. Talvez ele pudesse ser "tipado'" como um "hiper-otimista", que, pela graça de Deus sobrenaturalizado, repuxava sua natureza fisicamente fraca. Não concordava com o físico que ganhara de Deus e de seus pais. Exigia-lhe mais que podia e julgava que não se lhe podia reclamar menos do que concorrentes com ele neste vale de lágrimas requeriam de físicos mais privilegiados. Filho de casal franzino, irmão de mais quatorze, partiu bem com outros os recursos físicos à sua disposição. Sua parte foi recebida com gratidão e aproveitada com mais de cem por cento, quiçá demais explorada, o que causou reviravolta, por lado da sua natureza exausta.

    Sua inteligência, sua vontade e seus sentimentos acompanharam, paralelamente, seu total natural, como também seu sobrenatural, que Deus lhe deu, talvez por recompensa, em grande quantidade. Era muito piedoso, de uma piedade não tanto contemplativa, mas sim extremamente ativa. Não tanto para ficar horas e horas diante do Sacrário, mas sim para persistir e conservar-se unido a N. Senhor, a Quem gostava de levar consigo em viagens, repetidas demais, aos doentes. Ele gostava de fazer reviver seu Deus no meio das crianças, por palavras vivas e infantis, por representações que prendiam as crianças do catecismo a Deus. Às vezes sua originalidade tocava ao excessivo. Lembro-me de que o diretor do colégio em São João del Rei se zangou uma vez com ele, quando expulsara um casal da aula: o homem não sabia que frei Constâncio estava representando a expulsão de Adão e Eva fora do Paraíso.

    Frei Constâncio não entendia palavra sem ação. Móvel em todo sentido, gastava energia a mais, e por isso se alimentava excessivamente sem, no entanto, utilizar a saturação. Para isto não dava ao seu corpo tréguas. Toda sua pessoa se caracterizava por hiper-otimismo. Se ele pudesse ler estas linhas, seria o primeiro para contestar o exagero dessa opinião. Não admitia exagero. Era exagitado por natureza. Se ele não fosse chamado por Deus para a vocação e missão que teve, que sairia dele? A graça da religião, a formação dos seus santos pais, sua vocação franciscana profunda, deram a esse virtuoso padre e frade menor os contornos de uma singular estátua, digna de ocupar lugar único na galeria seráfica.

    Por todo este esboço, se compreendem a atividade e a vida desse exemplar filho de S. Francisco, que poderia figurar entre os primeiros companheiros do Nosso Santo Pai. Tinha muito do "Tolo de Assis", posto que não tão bem equilibrado. Era obediente como cadáver. Aceitava tudo e achava tudo pouco. Jamais se queixava de alguma coisa que fosse demais. Não se achava demais para os trabalhos mais humildes. Era bem preparado, homem de talento, e sempre achava ter prestado de menos, pelo que tinha feito. O impossível o venceu e distendeu suas capacidades e faculdades, corporais e espirituais. Era o resultado do seu complexo subjetivo, bom e meritório, que Deus deve ter julgado melhor do que nós.

    Tivemos a ventura de conhecer frei Constâncio desde que entrou no noviciado, um ano depois de nós. Acompanhamos sua vida religiosa e sua atividade de padre, professor e coadjutor da paróquia de São João del Rei. Sempre foi legítimo intérprete de um otimismo ao extremo. Nascido em Alkmaar, Holanda, a 7 de setembro de 1885, recebeu o hábito franciscano a 7 de setembro de 1906,foi ordenado sacerdote a 2 de março de 1913, e partiu, sem completar o quinto ano em Venray, para o Brasil a 17 de junho de 1914. Foi da turma de frei Brás e frei Hilário, figuras eméritas entre nós, a primeira ainda em plena atividade, a outra de saudosa recordação.

    Frei Constâncio trabalhou durante os seus primeiros anos, como professor do ginásio Santo Antônio em São João del Rei, onde lecionava Física e História. Era ao mesmo tempo zeloso coadjutor de Mons. Gustavo, vigário da cidade, tomando conta de todas as capelas filiais. Era jornalista apreciado, publicava cartas nas revistas franciscanas da Holanda, como também no jornal regional de sua terra, do qual era correspondente. Mais tarde trabalhou como coadjutor em Ouro Preto, onde teve muitas e as melhores relações e amizades.

    Em 1926 (29 de junho) frei Constâncio foi em férias à Holanda. Até 1930 prestou serviços de assistente no convento de Vorden, e depois no de Venray. Em 1942 foi internado na Casa Padua, em Boekel, instituto de psiquiatria, onde no ano retrasado tive a satisfação de revê-lo, resignado e piedoso como sempre, descansando da sua vida movimentada em demasia.

    Morreu na paz do Senhor, no dia 12 de outubro, e foi enterrado no dia 15 de outubro no convento de Megen, onde fizera os seus estudos secundários. Frei Constâncio deve ter recebido a recompensa da sua vida sacrificada. Sua memória será honrada nos anais da Ordem. Dos seus confrades só louvor, saudades, admiração. - Ao seu enterro ainda assistiram quatro irmãs e dois irmãos, dos quinze que esta benemérita família holandesa criou para Deus.

    Por Frei Zacarias van der Hoeven

    Fonte: Revista dos Franciscanos da Província Santa Cruz, 1961, p. 23 a 25

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SATLER, Fabiano Aguilar. Fr. Constâncio van Eijk, OFM (Johannes Laurentius van Eijk). Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/fr-constancio-van-eijk-ofm-johannes-laurentius-van-eijk. Accedido en: 31/01/2025.