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Natural de Langeneicke, diocese de Paderborn, Alemanha, nasceu Frei Bertino Blomenrõhr aos 10 de março de 1966. Seus pais eram lavradores e deles aprendeu e seguiu aquela atividade. Chegou a ser, mais tarde, administrador de uma fazendola e posteriormente comerciante de produtos agrícolas. No dia 11 de fevereiro de 1894 recebeu no convento de Harreveld, Holanda, o burel franciscano. Na festa de São Pedro de 1899, embarcou com mais oito confrades com destino à missão franciscana no Brasil. Em Blumenau, SC, terminou o noviciado da Ordem Primeira. De 1900 a 1908 esteve em Santo Amaro do Cubatão (atual Santo Amaro da Imperatriz, SC). Ali acompanhou Frei Xisto Meiwes em numerosas viagens pastorais, quando formou um grande círculo de amigos e conhecidos, sobretudo entre os colonos vindos da Renânia e Westfália. Trazendo para o convento, bastante experiência e conhecimentos humanos, de sua vida, era ótimo conselheiro para as pessoas que o procuravam. Não havia nele nada de fingido; sua simplicidade e piedade franciscanas eram autênticas. Transferido para Blumenau em 1908, como auxiliar do irmão hortelão, foi, a partir de 1910 até a morte, ininterruptamente, porteiro do convento. Era homem talhado para este trabalho. Aos poucos foi conhecendo e ajudando também ali as famílias da extensa paróquia. Apoiando sobretudo os jovens, seus amigos desde os tempos da primeira eucaristia, sabia dar a eles conselhos precisos. Além da portaria, tomou sob seus cuidados o jardim interno do convento, cuidando para que não faltassem flores em todas as épocas do ano, flores essas que pelo seu colorido deviam proclamar os louvadores do Senhor. Nas horas de recreio, era Frei Bertino bom companheiro. Quase toda a sua conversa, alegre e fluente, e o inesgotável repertório versavam sobre as tradições franciscanas da Província da Santa Cruz da Saxônia, Alemanha. O Kulturkapf, o retorno dos religiosos à Alemanha; os trabalhos dos missionários; os veneráveis irmãos de 3 ou 4 décadas passadas, eram assuntos sempre abordados. Também os antigos seminaristas de Blumenau, quando regressavam já ordenados sacerdotes, recebiam dele toda atenção e respeito. Nunca mudou essa sua atitude. Além disso era conhecida sua prontidão e disponibilidade para acordar os sacerdotes que deviam viajar cedo. De madrugada, cuidava e preparava o necessário, ajudando-lhes depois a Santa Missa. Entre 16:30 e 18 horas havia substituição na portaria. Primeiramente fazia suas orações, depois dava uma volta pelo jardim, horta e estrebarias. À noite, fazia conscienciosamente sua leitura espiritual, e nos sábados à tarde, preparava diligentemente a missa dominical. Apesar de ser de constituição forte, as varizes durante anos, lhe causaram feridas nas pernas e muito sofrimento. Nos últimos anos, o coração também preocupou. Percebia-se no semblante o mal-estar que afligia, mas nunca se ouvia uma palavra de queixa. Várias vezes internado no Hospital Santa Isabel, voltava animado, depois de um bom tratamento, para sua querida portaria. Internado novamente pouco antes do Natal de 1928, dizia: "Desta vez vou daqui para o cemitério". O mal do coração piorava acentuadamente. Dia 14 de janeiro recebeu a Santa Comunhão pela última vez. A lucidez ia desaparecendo aos poucos. Adormeceu no Senhor no dia 18 de janeiro de 1929, às 12:35 horas. Na igreja paroquial foi oficiada missa de corpo presente. Sua morte foi muito sentida pelos confrades, amigos e conhecidos.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 117.