Pregador, Ministro Provincial, brasiliense. No século se chamava Antônio José Ferreira, natural e batizado na freguesia e vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, bispado de São Paulo. Filho legitimo de Manuel José Ferreira, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Vitória da cidade do Porto, e de sua mulher Felipa Maria de Jesus, filha legitima do tenente Cláudio Álvares de Araújo e de Teresa de Jesus Fajardo, todos naturais da freguesia e vila de Itanhaém. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. João de Sant’Ana Flores (1793-1796). Tomou o hábito no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro aos 23 de junho de 1796, sendo guardião o Pregador Fr. José de São Joaquim Cardoso. No mesmo convento fez profissão para frade do coro nas mãos do guardião Fr. Manuel Luís da Madre de Deus, aos 24 de junho de 1797, sendo de idade de 20 anos e tomando por nome Fr. Antônio de Santa Mafalda. Foi admitido ao estudo de filosofia no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, sendo Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção (1799-1802) e Lente o Ex-Leitor de Prima Fr. Joaquim de Santa Leocádia. Com patente do sobredito Ministro Provincial, foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro, em 8 de março de 1800 pelo Exmo. Sr. Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805), 7° bispo da dita cidade. Foi instituído confessor de seculares no capítulo celebrado a 2 de outubro de 1802. Na congregação intermédia de 7 de abril de 1804 foi nomeado companheiro do comissário de Terceiros do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805 foi eleito pregador e confirmado no sobredito ofício de companheiro. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 ficou com o mesmo emprego de companheiro, porém, não o aceitou. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 saiu eleito presidente para o convento de Santo Antônio de Santos. Na congregação intermédia de 14 de abril de 1810 foi eleito presidente do convento da Senhora da Conceição de Itanhaém, sendo confirmado nesta presidência e convento no capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811. Na congregação intermédia de 24 de abril de 1813 foi eleito guardião deste mesmo convento da Conceição, sendo reeleito para o mesmo emprego, aos 10 de novembro de 1814, pela renúncia do Pregador Frei Manuel de Santa Apolônia. Na congregação intermédia de 20 de abril de 1816 foi reconduzido no mesmo emprego, do qual era digno por ser um completo Religioso e de muito zelo pelo reparo deste convento. No capítulo celebrado a 18 de abril de 1818 foi eleito Definidor da Mesa. Aos 18 de dezembro de 1821 foi condecorado com os privilégios de Padre da Província, por um Breve do Exmo. Sr. Internúncio, residente em Lisboa. Depois do falecimento (16 de outubro de 1822) de Fr. Antônio do Bom Despacho que exercia o ofício de comissário de Terceiros do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, foi pedido pelos mesmos Terceiros para o dito emprego. No qual confirmado na congregação intermédia de 26 de abril de 1823. Alas fez dele renúncia no princípio de julho de 1823. Aos 29 de dezembro de 1823 foi eleito Vigário Provincial, por falecimento do Ministro Provincial Fr. Ângelo de São José Mariano. No capítulo celebrado em 5 de fevereiro de 1825, acabando de Vigário Provincial, saiu eleito guardião do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Renunciou este emprego. Mas renunciando também depois Fr. Tertuliano da Glória eleito em guardião para o convento de São Boaventura da vila de Macacu, foi eleito em seu lugar, aos 15 de abril de 1825, sendo confirmado nesta mesma guardiania na congregação intermédia de 5 de agosto de 1826. No capítulo celebrado aos 9 de agosto de 1828 elegeram-no guardião do convento de Nossa Senhora da Penha. Aos 15 de novembro de 1830 foi encartado no emprego de Secretário da Província pelo falecimento do Padre Mestre Fr. Francisco de Santa Teresa Sampaio. Na congregação intermédia de 23 de fevereiro de 1833 foi eleito guardião e comissário de Terceiros para o convento de São Bernardino da Ilha Grande (Angra dos Reis). Foi eleito Provincial no capítulo celebrado aos 23 de agosto de 1834, com todos os votos dos Padres Capitulares e geral aplauso de todos os Religiosos que por seus serviços, mérito e dignidade o esperavam há mais tempo ver neste bem-merecido emprego que desempenhará com grande brilho. Estando para concluo seu emprego, foi atacado de uma gravíssima enfermidade. Munido de todos os sacramentos, faleceu aos 14 de dezembro de 1837, na enfermaria do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Jaz sepultado na Quadra dos Religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1234.
