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Muito pranteado pelo povo e pelos confrades faleceu Frei André Noirhomme no dia 9 de novembro de 1913, na então prelazia de Santarém, PA. Nasceu aos 23 de novembro de 1864 em Sommersweiler, arquidiocese de Colônia, Alemanha, e depois de uma sólida preparação, dedicou-se por alguns anos ao magistério. Aos 28 anos de idade, no dia 30 de outubro de 1892, ingressou no noviciado franciscano em Harreveld, Holanda, onde logo se destacou pelo sério empenho de santificação. A seus constantes rogos os superiores o enviaram - ainda antes de terminar o noviciado - para a missão no Brasil onde aportou em Salvador, BA, ã 8 de junho de 1893. Os primeiros votos foram feitos no convento de São Francisco na Bahia em novembro de 1893, e as Ordens Menores recebidas em Olinda, PE, aos 29 de março de 1895. A ordenação presbiteral recebeu-a em 23 de maio de 1896. Exerceu as primeiras funções no colégio São Paulo, em Blumenau, SC, e mais tarde em Lages, SC. Em breve, porém, os superiores lhe confiaram encargos de maior responsabilidade como os de guardião, pároco e definidor. A estrela guia em toda a sua atuação foi sempre a honra de Deus e a salvação das almas. Em toda a parte, abriu escolas, para reativar e fazer reviver o perdido espírito religioso do povo. Aproveitou também para isso o dom musical que o Senhor lhe concedera, compondo cantos e ladainhas. Seu zelo sacerdotal o levou no ano de 1911 para a missão em Santarém, PA, onde depois de breve estadia foi-lhe confiado o encargo de comissário Provincial. Infelizmente numa das penosas viagens pelo rio Tapajós, contraiu febre mortal, que o prendeu ao leito. Edificou a todos pela sua grande paciência e conformidade. Não queria que os confrades já sobrecarregados de trabalhos se ocupassem dele e lhe fizessem companhia. Na noite de seu passamento urgiu que os coirmãos que velavam ao seu lado, fossem repousar. Logo depois, porém, atormentado por repentina sede febril e em delírio, apesar do extremo estado de fraqueza, levantou-se para buscar água. Ao puxar para junto de si o pesado filtro de pedra, as forças o abandonaram e caiu por terra; a talha descambou sobre ele ferindo-lhe o maxilar inferior e comprimindo o peito. Acorreram logos os confrades para livrá-lo de tão infeliz situação. Poucas horas depois, a Irmã Morte veio libertá-lo de todas as fadigas, trabalhos e sofrimentos desta vida.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 75.