1935, nove confrades da Província da Imaculada Conceição, foram ceifados pela morte, incluindo-se neste número ainda nos últimos dias do ano, o trágico desaparecimento de Frei Agnelo. Excetuando o óbito de Frei Hermenegildo Jacobi que teve morte provocada por desastrosa queda do cavalo, em 1894, nenhum outro frade sofrerá até então, morte por acidente. Este aconteceu com o guardião do convento do noviciado, Frei Agnelo Topheide, que perdeu a vida afogado, no dia 28 de dezembro de 1935. Vamos aos fatos conjeturados: Foi numa tarde de sábado quando Frei Agnelo se dirigiu à capela de Warnow-Alto (atendida por Rodeio, SC), e onde predominavam os fiéis de língua polonesa. No dia seguinte 29 de dezembro, seria ali celebrada (dentro da oitava) a festiva missa do Natal. Extenuado pelo calor reinante, aproveitou, pelas 15 horas, como já o fizera em vezes anteriores, a oportunidade para um refrescante banho no riozinho que cruzava o caminho. Como até às 17 horas ele ainda não tivesse chegado, fiéis e penitentes que o aguardavam na capela, ficaram preocupados; e 1 inquietos com a demora, resolveram ir ao encontro dele até a margem do riacho. Seu hábito e roupas ali estavam. Prevendo o pior e já pressentindo uma desgraça, começaram com varas e ganchos a vasculhar o leito do rio, até que num desvão mais profundo o corpo foi encontrado. Pensou-se na época que ele fora vítima de uma congestão cerebral, ou sofrerá um mal-estar súbito. O que aconteceu realmente: Anos mais tarde, um polonês na hora da morte, declarou diante de sacerdote e de duas testemunhas, que ele, por desavenças pessoais com Frei Agnelo, o tocaiara e agredira, com uma pedrada na cabeça. Talvez nem o tivesse matado, mas vendo-o desacordado, apavorou-se, tirou-lhe as roupas, lançando o corpo ao rio e provocando assim o afogamento. Logo que Frei Bruno Linden recebeu a infausta notícia, rumou de caminhão para o lugar do acidente para trazer o corpo a ser velado, na igreja matriz de Rodeio. No dia seguinte, devido o inusitado do acontecimento, acorreu muito povo e mesmo o clero dos arredores se fez presente ao sepultamento. Nasceu Frei Agnelo Topheide aos 2 de janeiro de 1890, em Warendorf, na Alemanha. Recebeu o hábito franciscano em 4 de setembro de 1906 e ainda durante o noviciado veio para o Brasil. Ordenado presbítero em 1913, passou os primeiros seis anos do seu sacerdócio na pastoral, em Rodeio, isto de 1914 a 1920. Depois de ter ficado somente um ano em cada um dos seguintes lugares: Santo Amaro do Cubatão (agora: Santo Amaro da Imperatriz, SC) São Paulo (Pari) e Amparo, SP, foi eleito guardião deste último convento em 1923, ali permanecendo até 1929. A seguir esteve como superior e pároco na residência de Não-Me-Toque, RS (esta entregue em 1945). O capítulo Provincial de 1932 confiou-lhe o guardianato do convento do noviciado, em Rodeio. Era Frei Agnelo versado em diversos idiomas. Falava além do alemão, o português, o italiano e o polonês, e dava bem conta do recado em qualquer lugar ou situação em que o colocavam. Unia uma afabilidade natural a um grande zelo pela salvação das almas, e isto o tornava querido em toda a parte. Com sua morte prematura, a Província da Imaculada perdeu uma de suas melhores forças no trabalho pastoral.
Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 181.
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Identificador:57247Nombre:Fr. Agnelo Topheide, OFMSexo:Fecha de nacimiento:02/01/1890Fecha de entrada:04/09/1906Fecha del fallecimiento:28/12/1935Lugar de nacimiento: Warendorf, DELugar del fallecimiento: Rodeio, SCGrupo Religioso: OFM ― Ordem dos Frades MenoresEstado eclesiástico:Notas Biográficas:
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cómo citar este contenidoJEILER, Inácio. Fr. Agnelo Topheide, OFM. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/fr-agnelo-topheide-ofm. Accedido en: 31/01/2025.