Sacerdote. Sendo guardião do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro (embora não conste no catálogo dos guardiães), foi pela obediência enviado a Portugal. Na viagem foi aprisionado pelos mouros que o levaram a Marrocos. Logo que se teve notícia desse infortúnio, tanto a Ordem como seus parentes, que eram muitos e bem acomodados, se esforçaram por tirá-lo do cativeiro. Propuseram a matéria a El-Rei, que permitiu o ajuste. Não concordou com isso Fr. Cipriano. Preferiu continuar no cativeiro, servindo na igreja que a Ordem tinha naquele lugar (cujo nome não se declina). Comunicou, por isso, aos parentes que não se cansassem em seu temporal alívio, por achar-se plenamente realizado. Escreveu também aos prelados da Ordem que se servissem de permiti-lo naquela terra. Foi penitente exemplar, de oração contínua e verdadeiro ministro apostólico. Antes de morrer pediu aos companheiros de cativeiro perdão da tibieza com que os havia servido. E rogou-lhes o sepultassem à porta da igreja, para que todos os que entrassem naquele templo pisassem o mais indigno ministro que haviam tido aqueles altares. Deram-lhe os cativos aquele gosto pelo muito que o amavam.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 176.