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Configuração Institucional de Ordem, Instituto, Irmandade

  • Identificador:
    14330
    Nome da Instituição:
    OFM – Comissariado da Província da Piedade de Portugal no Maranhão e Pará (1693-1757)
    Data inicial:
    1693
    Data final:
    1757
    Lugar de sede: Belém (Cidade de Belém), PA
    Notas sobre esta configuração institucional:

    "Em novembro de 1693, chegaram ao Pará contratados para substituírem os jesuítas de Mariocai os primeiros missionários da província portuguesa da Piedade recebendo Gurupá e o território entre os rios Trombetas e Gueribi, bem como o vale do Xingu. Também estes franciscanos encontraram muita resistência da parte dos colonos quando tomaram a defesa dos direitos dos índios. Frei Pedro de Redondo (+1710), que ardorosamente defendeu os nativos de Serapatuba reclamando contra a exploração dos mesmos em trabalhos públicos, pagou caro sendo deposto. Nesta época, os índios Piriqui mataram os padres Frei Pedro de Évora e Frei Antônio da Vila Viçosa. O exército colonial vingou o crime castigando os pagãos moradores do rio Atumá.
    A Câmara de Belém, em carta dirigida a El-Rei e datada de 19.VII.1704, critica duramente todas as ordens missionárias pelas negociações excetuando apenas os franciscanos da Piedade que ‘não faltam com a doutrina e cura espiritual, mas o (sic) consideram acessório à jurisdição temporal’.
    Em 1720, o comissariado da Piedade administrava as dez missões seguintes: 

    1. Nossa Senhora da Piedade de Gurupá; 
    2. São José de Arapijó, entre os índios Capuna; 
    3. Santa Cruz, composta dos seguintes grupos: Aracaju, Corascorati, Ambiquara, Manaus; 
    4. São Brás de Maturu, com os Torá; 
    5. São Francisco de Gurupatuba, com estes grupos: Tapiassu, Apama, Gonçari, Manaus; 
    6. Santo Antônio de Surubiu, com os Apama, Crossam e Manaus; 
    7. Santo Antônio de Curuamanema, com os Baré e os Taquiponá ou Nambiquará; 
    8. Santa Ana de Pauxis (atual óbidos, sede prelatícia), com os Pauxis, Arapiu, Coriati e Candori; 
    9. São João Batista, com os Jamundá; 
    10. São João Batista, com os Tocantim.

    Os Franciscanos da Piedade mereceram a seguinte apreciação do atual historiador mais afamado da Amazônia Ferreira Reis: ‘...obtiveram êxitos sensíveis, montando aldeamentos, operando descimentos, convertendo dezenas de tribos, explorando rios como o Trombetas e o Jamundá, disciplinando o gentio com que tomavam contacto ou sobre que recaía sua atenção mais direta. Só em 1727, no Trombetas, conseguiram reduzir toda a massa gentílica, distribuída em mais de duas dezenas de tribos que se espalhavam, até a zona tida como fronteira da colônia holandesa de Surinam. Frei Francisco de São Marcos foi o herói desse feito’.
    Outros missionários de destaque foram Frei Manuel de  Marvão, Frei Francisco de Alvor e Frei Alexandre de Portel. Embora criticados por uns, os Piedosos mereceram o elogio de D. João de São José, bispo de Belém. Não Ilhes faltaram atritos com as autoridades militares de Pauxis e Gurupá, sendo, porém, sempre bem-vistos e aceitos.  Quando o marquês de Pombal tomou as rédeas do governo, as missões da Amazônia foram extintas e os Franciscanos da Piedade expulsos, em 1757."

    Fonte: WILLEKE, Venâncio. Missões Franciscanas no Brasil (1500-1975). Petrópolis: Vozes, 1974, p. 148-150.

como citar este conteúdo
SATLER, Fabiano Aguilar. OFM – Comissariado da Província da Piedade de Portugal no Maranhão e Pará (1693-1757). Rede Internacional de Estudos Franciscanos no Brasil. Disponível em: https://riefbr.net.br/pt-br/content/ofm-comissariado-da-provincia-da-piedade-portugal-no-maranhao-e-1693-1757. Acessado em: 04/10/2024.