Lente, ex-Custódio, europeu. No século se chamava Manuel Mendes Vellozo, natural da cidade do Porto e batizado na freguesia de São Pedro de Miragaia. Filho legítimo de Manuel Mendes Vellozo e de sua mulher Isabel do Espírito Santo. Foi aceito na Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José do Nascimento. Tomou o hábito para frade do coro no Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Cabo Frio, aos 14 de outubro de 1736, sendo guardião Fr. José das Neves. Professou com este prelado e no mesmo convento, aos 15 de outubro de 1737. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de São Francisco de São Paulo, sendo mestre Fr. Arcângelo de Santo Antônio Sá. Entretanto, como este foi chamado pelo Bispo Dom Fr. Antônio de Guadalupe, OFM, para ler no Convento do Senhor do Bom Jesus da Ilha, ficou continuando o estudo que então abriu no mesmo Convento de São Paulo Fr. Cosme de Santo Antônio, por ordem do dito bispo reformador da Província. Com patente do Ministro Provincial foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro, a 23 de janeiro de 1742. Conferiu-lhe todas as Ordens Dom Fr. João da Cruz, OCD, bispo da dita cidade. Saiu eleito passante para o estudo de filosofia no Convento de São Francisco de São Paulo na congregação intermédia de 27 de julho de 1743. Nesta mesma congregação foi nomeado pregador. No capítulo de 7 de agosto de 1745 foi eleito confessor de seculares. Serviu de Comissário de Terceiros do Convento de São Francisco de São Paulo, nos anos de 1746 e 1747. Foi eleito mestre de teologia na congregação intermédia de 11 de fevereiro de 1747; leu no dito Convento de São Paulo. Serviu de secretário do visitador geral Fr. Agostinho de São José que celebrou capítulo, aos 19 de outubro de 1754. Neste mesmo capítulo foi eleito em guardião do Convento de São Francisco de São Paulo. Na congregação intermédia de 24 de abril de 1756 ficou por secretário da Província. No capítulo de 2 de outubro de 1757 elegeram-no guardião do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, sendo confirmado no mesmo lugar e convento na congregação intermédia de 21 de abril de 1759. Durante a sua guardiania continuaram-se as obras do novo convento. Por não aceitar Fr. Manuel da Encarnação o lugar de visitador geral, se lhe deu posse deste emprego, visto ser o segundo nomeado na patente do Ministro Geral, e para isso nos últimos seis meses fez deixação da guardiania. Visitou a Província e celebrou capítulos, aos 24 de janeiro de 1761. Foi segunda vez secretário da Província. Serviu até a congregação intermédia de 24 de julho de 1762. Nesta congregação saiu eleito guardião do Convento do Senhor Bom Jesus da Ilha. Elegeram-no custódio da Provinda no capítulo de 28 de janeiro de 1764. Por ordem do Conde da Cunha, vice-rei do Estado, datada a 10 de julho de 1765 foi exterminado para o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém; e por ordem de Luís de Vasconcelos e Souza, vice-rei do Estado, datada a 25 de abril de 1780, foi mandado recolher para Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Segunda vez saiu eleito custódio da Província no capítulo de 21 de agosto de 1784. Após o capítulo de 25 de agosto de 1787 escolheu morar no Convento do Senhor Bom Jesus da Ilha. Deste convento veio doente para a enfermaria do de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Passado um ano e alguns meses, depois de ter recebido todos os sacramentos, faleceu a 24 de julho, enterrou-se a 25 de manhã, por causa da celebridade da Senhora Sant’Ana, e fez-se-lhe o ofício a 26 do mesmo mês, tudo do ano de 1790. Está sepultado na quadra, onde se enterram-se os demais religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 859.
