Pregador, ex-definidor, europeu. No século se chamava Manuel Rodrigues de Freitas, natural da freguesia de Santa Maria de Vermorim, arcebispado de Braga. Filho legítimo de Jerônimo Rodrigues e de sua mulher Maria Gonsalves, naturais da mesma freguesia. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José do Nascimento. Tomou o hábito no Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Cabo Frio, aos 9 de julho de 1735, sendo guardião Fr. Domingos de Belém, e professou com o mesmo prelado e no mesmo convento, aos 10 de julho de 1736. Foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de Senhor Bom Jesus da Ilha pelo Visitador Geral Fr. Manuel de Jesus Maria Madalena, sendo mestre o Ex-Leitor de Prima Fr. Manuel da Encarnação, e, porque este estudo se aboliu pela reforma do Exmo. Sr. Bispo Dom Fr. Antônio de Guadalupe, continuou o estudo do Ex-Leitor de teologia Fr. Arcângelo de Santo Antônio Sá, que leu no mesmo convento, sendo Ministro Provincial Fr. Lucas de São Francisco. Foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro, com patente do Ministro Provincial Fr. Lucas de São Francisco, e lhe conferiu as ordens o Exmo. Sr. Dom Fr. João da Cruz, bispo da dita cidade. Na congregação intermédia de 27 de julho de 1743, foi nomeado pregador. No capítulo celebrado a 7 de agosto de 1745 saiu confessor de seculares. Serviu 3 anos de Comissário de Terceiros, no Convento de Santo Antônio de Santos: de 1748 a 1751. No capítulo celebrado aos 25 de setembro de 1751 foi eleito presidente do Convento de São Francisco de São Paulo. Na congregação intermédia de 24 de março de 1753 saiu nomeado Comissário de Terceiros do dito Convento de São Paulo, sendo confirmado no mesmo lugar e convento no capítulo celebrado a 19 de outubro de 1754. Na congregação intermédia de 21 de abril de 1759 foi nomeado Comissário de Terceiros da vila de São Francisco (São Francisco do Sul, SC) e nesta ocupação foi ficando confirmado até o capítulo celebrado a 24 de janeiro de 1767, no qual saiu eleito guardião do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Tendo saído eleito guardião deste mesmo convento no capítulo celebrado a 27 de janeiro de 1770. Exerceu este cargo no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, por renúncia que dele fez o ex-definidor Fr. Manuel de Santa Maria Aguiar, sendo confirmado no mesmo lugar e convento na congregação intermédia de 27 de julho de 1771. No fim desta guardiania, pois só faltavam 3 dias para a celebração do capítulo (30 de janeiro de 1773), foi exterminado sem causa para isto para o Convento de São Francisco de São Paulo, por ordem do Exmo. Marquês de Lavradio, Vice-Rei do Estado. Entretanto, recorrendo à Sua Majestade, em pouco mais de um ano veio ordem para que se recolhesse ao Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, com todas as honras que dantes tinha. Na congregação intermédia de 30 de julho de 1774 foi eleito guardião do Convento de São Francisco de São Paulo. Por causa da sustação que houve no capítulo a celebrar-se a 3 de fevereiro de 1776 durou esta guardiania quase 3 anos e meio. Neste tempo, por comissão do sobredito Ministro Provincial, visitou todos os conventos do Sul, exceto o da cidade de São Paulo, de que era guardião. (No Convento de Nossa Senhora do Amparo de São Sebastião, lavrou termo em 22 de novembro de 1777). Foi nomeado Definidor da Mesa por breve do Senhor Núncio de Portugal, passado a 11 de junho de 1777, e tomou posse do lugar aos 8 de novembro de 1777. Serviu ainda de Comissário de Terceiros da vila de Curitiba em 1781 e 1788. Faleceu no dia 14 de março de 1805 de tarde, na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, tendo recebido os Sacramentos de Viático e Unção. Está sepultado na quadra dos religiosos.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1011.
