Pregador, Brasiliense. No século se chamava Lucas José dos Santos, natural e batizado na freguesia de Santo Antônio da vila de Guaratinguetá, bispado de São Paulo. Filho legítimo do capitão Manuel Antônio dos Santos, e de sua mulher Catarina da Anunciação, ambos naturais e batizados na sobredita freguesia e bispado; neto pelo lado paterno de Antônio da Motta Paes e de Helena Antunes do Prado, e pelo lado materno de Manuel de Bargas Leal e de Maria Nunes Rangel. Com dimissórias do Revmo. Senhor Paulo de Souza Rocha, Governador do bispado de São Paulo, foi ordenado sacerdote pelo Exmo. Sr. Bispo do Rio de Janeiro Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805). Exerceu o emprego de pároco coadjutor na sobredita freguesia de Santo Antônio de Guaratinguetá. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção (1799-1802). Tomou o hábito no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, no dia 1º de fevereiro de 1800, sendo guardião Fr. Inácio da Anunciação. Fez profissão no mesmo convento e nas mãos do Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção, aos 2 de fevereiro de 1801, sendo de idade de 35 anos incompletos e tomando por nome Fr. Lucas José da Purificação. Entrou no estudo de filosofia do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, já aberto no capítulo (de 28 de setembro 1799?). Foi instituído confessor de seculares na congregação intermédia de 28 de março de 1801. No capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805 foi eleito pregador. A 13 de setembro de 1806, em Mesa Definitorial, foi eleito Mestre de Noviços para o convento de São Francisco em São Paulo. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 foi confirmado no mesmo emprego do dito convento em São Paulo, onde pouco tempo exercitou o ofício. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 foi instituído Mestre de Noviços para o convento do Senhor Bom Jesus da Ilha; mas logo no mês seguinte passou a exercitar o dito ministério no convento de São Boaventura na vila de Macacu, para onde passou o noviciado. No capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811 foi eleito presidente e comissário de Terceiros para o convento de Santa Clara em Taubaté. Com patente do Visitador Geral Fr. José de Santa Miquelina foi presidente in capite do convento de São Francisco em São Paulo, no ano de 1818. No capítulo celebrado a 18 de abril de 1818 saiu eleito presidente do convento de Santo Antônio em Santos. Elegeram-no guardião do convento de Santa Clara em Taubaté no capítulo celebrado a 20 de outubro de 1821. Por súplica do Exmo. Sr. Bispo de São Paulo Dom Mateus de Abreu Pereira foi exercer o emprego de Capelão das Religiosas do convento da Luz, na dita cidade, logo que finalizou a sua guardiania na congregação intermédia de 26 de abril de 1823. Em 26 anos de Capelão dignamente desempenhou a confiança que nele pôs o Bispo Diocesano, conservando a observância dos Estatutos e Disciplina Religiosa do convento da Luz e promovendo a conclusão das obras que faltavam: como dourar a igreja; levantar torres; fazer a portaria, cemitério e outras obras de ponderação, como paramentos preciosos para as solenidades. Munido com todos os sacramentos, concluiu os seus dias a 29 de abril de 1849, dia em que se rezava o Patrocínio de São José, sendo de todos estimado por suas virtudes, moral e social. Foi sepultado com grande concurso de pessoas de distinção, até pelo Presidente da Província Doutor Vicente Pires da Motta, no cemitério do convento da Luz, mandado fazer por ele mesmo e contando 83 anos e meio de idade. Como seu antecessor no ofício de Capelão, o Servo de Deus Frei Antônio de Sant’Ana Galvão, pela austeridade de sua vida e alguns fatos quase milagrosos, era venerado como santo.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1281.
