Ex-leitor, pregador régio, europeu. No século se chamava José Pereira Pinto, natural e batizado na freguesia de São Pedro de Sobreira. Filho legítimo de Manuel Pinto Nogueira, natural da mesma freguesia, e de sua mulher Violante Moreira, natural da freguesia de São Miguel de Gandra, e todos do bispado do Porto. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. João de Sant Ana Flores (1793-1796). Tomou o hábito no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, aos 9 de abril de 1796, sendo guardião o lr. Pregador Fr. José de São Joaquim Cardozo. Por ordem do Ministro Provincial Fr. Joaquim de Jesus Maria Brados (1796-1799), professou no mesmo convento, sendo guardião o lr. Ex-definidor Fr. Manuel Luís da Madre de Deus Teixeira, aos 16 de abril de 1797, sendo de idade de 17 anos mais ou menos e tomando por nome Fr. José de Santa Miquelina. No capítulo celebrado a 28 de setembro de 1799 foi admitido ao estudo de filosofia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro e teve por Mestre ao Ex-Leitor Fr. Joaquim de Santa Leocádia. Com patente do Ministro Provincial Fr. João de São Francisco Mendonça (1802-1805) foi ordenado Sacerdote em São Paulo, a 9 de janeiro de 1803. Conferiu-lhe todas as Ordens o Exmo. Sr. Dom Mateus de Abreu Pereira, bispo da dita cidade. Na congregação de 7 de abril de 1804 foi instituído confessor de seculares. No capítulo celebrado a 5 de outubro de 1805 foi eleito pregador. Na congregação intermédia de 11 de abril de 1807 saiu eleito passante para o estudo no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado aos 8 de outubro de 1808 foi instituído Lente de Moral prática para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Na congregação intermédia de 14 de abril de 1810 foi eleito Lente de Filosofia para o Convento de Santa Clara de Taubaté, pedido pelo senado (de Taubaté) a benefício daqueles povos com o Beneplácito de S. Alteza Real (D. João VI); mas não podendo por moléstia exercer este emprego, renunciou. A 24 de setembro de 1811 foi aceito pelo Reverendo Definitório um Breve, em que o Senhor Núncio Apostólico lhe concedia e confirmava os privilégios de Lente de Teologia Moral. No capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811 foi eleito guardião do Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Cabo Frio, pela renúncia do Predador Fr. Antônio de Santa Rita. Para este mesmo convento saiu eleito Comissário de Terceiros na congregação intermédia de 24 de abril de 1813. No capítulo celebrado a 15 de outubro de 1814 o eleito guardião do Convento de Nossa Senhora do Amparo da vila de São Sebastião, de que fez renúncia, a qual foi aceita. Foi nomeado Pregador Régio por aviso de S. Majestade, intimado à Província pelo Exmo. Sr. bispo diocesano, capelão-mor, Dom José Caetano da Silva Coutinho. Por esta nomeação foi incorporado à hierarquia dos ex-provinciais. No dia 15 de outubro de 1817, havendo terminado o provincialado o Ministro Provincial Fr. José Carlos de Jesus Benjamim (1814-1818), juntaram-se em Definitório os Padres da Mesa e o elegeram Visitador Geral e Presidente do capítulo próximo futuro, eleição honrosa pela unanimidade de votos. No capítulo celebrado a 18 de abril de 1818, foi eleito Secretário da Província pelo Ministro Provincial Fr. José Carlos de Jesus Maria Desterro (1818-1821), com unânime sufrágio do Definitório. Em 6 de novembro de 1818 foi nomeado Teólogo da Nunciatura apostólica pelo Exmo. Sr. Núncio Dom João Francisco Marefoschi, arcebispo de Darniata (?). No capítulo celebrado a 20 de outubro de 1821 saiu eleito guardião do convento do Senhor Bom Jesus da Ilha, sendo confirmado nesta mesma guardiania na congregação intermédia de 26 de abril de 1823. No capítulo celebrado a 5 de fevereiro de 1825 foi eleito Definidor da Mesa. Faleceu de uma biliosa na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, munido com todos os sacramentos, aos 30 de maio de 1826.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1171.
