Pregador, Padre da Província, europeu. No século se chamava Gerardo Marques das Neves, nascido aos 14 de abril de 1765, natural e batizado na freguesia de São Mamede no lugar do Valongo do bispado e termo da cidade do Porto. Filho legítimo de João Antônio das Neves, e de sua mulher Helena Marques das Neves. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José dos Anjos Passos (1781-1784). Lançou nele o hábito o Pe. Fr. André da Vila Nova, guardião do Convento de Santo Antônio de Vai de Piedade extramuros da cidade do Porto, no seminário da Graça daquela cidade, aos 20 de setembro de 1782. Principiou o noviciado no Convento de São Boaventura de Macacu, a 4 de fevereiro de 1783, sendo guardião o Pregador Fr. Inácio da Anunciação. Com este prelado e no sobredito Convento de Macacu, professou aos 5 de fevereiro de 1784. Entrou no estudo de filosofia no mês de julho de 1785, sendo Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes (1784-1787), e professor o Ex-Leitor Fr. Bernardino de Sena. Com patente do Ministro Provincial Fr. José do Desterro (1787-1790), Foi ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro, a 20 de setembro de 1788. Conferiu-lhe todas as Ordens o Exmo. Sr. Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805), 7º bispo da dita cidade. No capítulo celebrado aos 28 de agosto de 1790 foi instituído pregador. A pedido do Senhor Conde de Rezende, Vice-Rei do Estado, foi mandado por capelão de um navio para Lisboa e por lá se conservou. No capítulo celebrado a 28 de setembro de 1799, se lhe enviou patente de procurador Geral de Lisboa. Na congregação intermédia de 28 de março de 1801 foi eleito confessor de seculares. Por um breve do Exmo. Sr. Núncio Apostólico datado de 16 de outubro de 1810 obteve os privilégios de Ex-definidor, tendo voltado para a Província, onde no ano de 1811 foi Visitador Geral e Presidente do capítulo celebrado a 12 de outubro de 1811. Foi eleito lente de teologia moral para o Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, pela renúncia que desta cadeira fez Fr. Manuel do Sepulcro Mariz. Por breve do Senhor Núncio Apostólico, Arcebispo de Nísibi, datado de 13 de fevereiro foi condecorado com os privilégios de Padre da Província. Na congregação intermédia de 24 de abril de 1813, foi confirmado na presidência das Conferências de Moral. Nos princípios de dezembro de 1813 apresentou um Aviso de Sua Alteza Real D. João VI, ordenando ao Ministro Provincial Fr. Alexandre de São José Justiniano (1811-1814) lhe desse licença para acompanhar até o Sul (RG) ao conselheiro José Egídio Alvares de Almeida, Marquês de Santo Amaro, o que se executou. Em 1815 estava de capelão na fazenda deste conselheiro no distrito de Viamão, RS. Munido com todos os Sacramentos faleceu em Porto Alegre, RS, aos 8 de setembro de 1818.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1112.
