Ex-Leitor, pregador Régio, Padre da Província, brasiliense. No século se chamava Francisco José de Sampaio, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Candelária da cidade do Rio de Janeiro. Filho legítimo de Manuel José de Sampaio, natural e batizado na freguesia de São Pedro de Juqueiros, arcebispado de Braga, e de sua mulher Helena Maria da Conceição, natural e batizada na sobredita freguesia da Candelária, bispado do Rio de Janeiro. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. João de Sant’Ana Flores (1793-1796). Tomou o hábito no convento do Senhor Bom Jesus da Ilha, sendo guardião o Ex-Leitor Fr. José Mariano do Amor Divino, aos 14 de outubro de 1793. Fez profissão para frade do coro nas mãos do Ministro Provincial Fr. João de Sant’Ana Flores, no mesmo convento, sendo guardião o sobredito Fr. José Mariano do Amor Divino, aos 15 de outubro de 1794, sendo de idade de 17 anos, pouco mais ou menos, e tomando por nome Fr. Francisco de Santa Teresa de Jesus Sampaio. Foi admitido ao curso filosófico aberto no Convento de São Francisco da cidade de São Paulo pelo dito Ministro Provincial Fr. João de Sant’Ana Flores, sendo Lente o Ex-Leitor de Teologia Fr. Joaquim de Santa Leocádia. Foi eleito pregador no capítulo celebrado a 28 de setembro de 1799. Foi nomeado passante para o estudo no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, em lugar de outro que passou a Lente de Teologia do Convento de São Francisco de São Paulo. Com patente do Ministro Provincial Fr. Antônio de São Bernardo Monção (1799-1802) foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1801, pelo Exmo. Sr. Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1774-1805), 7º bispo da dita cidade. No capítulo celebrado aos 2 de outubro de 1802 foi instituído confessor de seculares, Lente de Teologia e Mestre de Eloquência Sagrada. No ano de 1808 foi Secretário da Visita Geral, sendo Visitador o Ir. Pregador e Ex-Definidor Fr. Joaquim da Santíssima Trindade Netto. No mesmo ano 25 de agosto Sua Alteza o Príncipe Regente Nosso Senhor (Dom João VI) foi servido nomeá-lo Pregador de sua Capela Real «sem o saber nem o buscar», e Examinador da Mesa da Consciência e Ordens. Desde o ano de 1812 se achava condecorado com o emprego de Teólogo da Nunciatura, por nomeação do Exmo. Sr. Núncio Apostólico Dom Lourenço Caleppi, arcebispo de Nisibi, feita em junho do dito ano. No ano de 1813 foi nomeado pelo Exmo. Sr. Bispo do Rio de Janeiro Capelão-mor de S. A. R., Censor Episcopal. No capítulo celebrado a 15 de outubro de 1814 saiu eleito Secretário da Província, sendo confirmado neste emprego na congregação intermédia de 20 de abril de 1816. No capítulo celebrado a 18 de abril de 1818 foi eleito guardião do convento do Senhor Bom Jesus da Ilha, com aplauso (?) de todos os eleitores e grande satisfação de Sua Majestade (Dom João VI). Foi confirmado nesta guardiania na congregação intermédia de 23 de outubro de 1819. Elegeram-no Definidor da Mesa no capítulo celebrado a 20 de outubro de 1821. Foi nomeado Deputado da Junta da Bula da Cruzada por alvará de Sua Majestade o Imperador (Dom Pedro I) de 19 de novembro de 1824. Sendo Secretário da Província faleceu em 12 de setembro de 1830 instantaneamente na sua cela no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, acometido de um ataque apoplético que a nada deu tempo. Fizeram-lhe os sufrágios no sobredito convento, aos 13 de setembro de 1830. Nom rededet memória eius. Dos seus numerosos sermões saíram publicados (segundo o Elenco): 1. Sermão de Nossa Senhora da Lapa etc., 1805. 2. Sermão de São Francisco de Paula, etc., 1808. 3. Oração fúnebre do Exmo. Sr. José Joaquim de Souza Lobato etc. , 1810. 4. Sermão da Primeira Dominga do Advento etc. , 1811. 5. Oração, fúnebre de Dom Pedro Carlos de Bourbom e Bragança, etc., 1812. 6. Oração fúnebre de Dom Lourenço Caepi, Núncio Apostólico etc. , 1817. 7. Oração fúnebre de Dom Fernando a Portugal, Marquês de Aguiar, 1817. 8. Sermão em Ação de etc. , 1821. 9. Oração fúnebre pelos mortos e assassinados na cidade da Bahia etc., 1822. 10. Sermão em Ação de Graças pela prosperidade do Brasil etc, 1822. 11. Sermão na Sagração e coroação de Sua Majestade Imperial etc. , 1822. 12. Sermão em Ação de Graças pelo restabelecimento de Sua Majestade Imperial etc. , 1823. 13. Oração fúnebre no aniversário de morte da augusta Senhora Dona Maria Leopoldina etc. , 1827. Foi redator da folha bimensal: o Regulador Brasileiro, onde escreveu vários artigos políticos, bem como no Diário do Governo, mais tarde chamado Diário Fluminense, o Projeto da Constituição do Império Brasileiro, guardado no Arquivo Imperial de Petrópolis, é da letra deste Religioso.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 1202.
