Integrou o grupo de 17 frades que, sob a liderança de Fr. Cristóvão de Lisboa, partiu de Pernambuco dia 12 de julho de 1624 em direção a Belém do Pará. No dia 17, chegaram ao Ceará, onde foram recebidos pelas autoridades da capitania, os moradores brancos, e alguns índios principais já aldeados. De acordo com o manuscrito Epítome do Descobrimento do Maranhão e Grão-Pará e das coisas que os Religiosos da Província de Santo Antônio do Reino de Portugal fizeram em proveito das almas, aumento desta Coroa, e tudo para maior glória de Deus Nosso Senhor:
Chegados o custódio e seus companheiros ao Ceará, foram recebidos do capitão Martim Soares Moreno, que governava aquela praça, e dos mais portugueses e índios com demonstrações de alegria e grande contentamento. Vieram os principais das aldeias, o Algodão, o Caíba, o Moretim, e com as suas gentes, e diferentes nações festejaram a vinda dos religiosos, porque além da experiência de que eles são seus pais no espiritual, e temporal, por certa oculta noção do Espírito santo, se inclinaram a venerar os religiosos de Nosso Santo Padre São Francisco. Ali estiveram os religiosos um mês, e Francisco António do Calvário, que era um dos melhores línguas que havia na América com Frei Jenipolo, ambos entraram nas aldeias dos índios, e catequizaram e doutrinaram, de tal sorte a nossa santa fé entre aqueles bárbaros, que em menos de um mês levantou cruzes, desfez templos e baptizou milhares de índios, porque todos são mui dóceis, e recebem dos nossos frades de boa vontade a fé, e costumes que lhe ensinam.
