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O ressurgimento do franciscanismo em Terras de Santa Cruz, no final do século 19 e início do século 20, se deve em grande parte a Frei Gregório Janknecht, o verdadeiro articulador desse empreendimento missionário. Por empenho, interesse e dedicação pessoais conseguiu, com a colaboração dos confrades de sua Província, a da Santa Cruz da Saxônia, Alemanha, a restauração de nossa Província da Imaculada e também a de Santo Antônio. Eles demonstraram muita coragem e ainda maior confiança na Providência Divina, ao aceitarem e assumirem obra de tal envergadura. Um dever nosso de reconhecimento e sincera gratidão o faz, por isso, encabeçar este relato de nossos irmãos falecidos. Nasceu Frei Gregório aos 29 de setembro de 1829 em Kirchhellen, diocese de Münster, Westfália, Alemanha. Com 21 anos recebeu o burel de São Francisco, e a 7 de março de 1853, foi ordenado sacerdote. Não tendo ainda completado 26 anos, foi por unanimidade de votos eleito Ministro Provincial (1855-1861) da Província da Santa Cruz da Saxônia. Recebeu a Província enfraquecida, com poucos conventos e religiosos idosos, mas conseguiu em poucos anos por seu esforço e dinamismo um reerguimento notável da vida religiosa e um impressionante surto de vocações e aumento de conventos e atividades. Em 1862 foi, com 33 anos, eleito Definidor Geral, familiarizando-se então com as conquistas e problemas de toda a Ordem. No período do segundo provincialado (1867-1879) muito teve que sofrer juntamente com seus confrades por causa da perseguição religiosa conhecida pelo nome de Kultukampf. Todos os frades foram exiliados e os conventos fechados. Mas não se deixou abater e reergueu mais uma vez os destroços da Província, levando-a a grande florescimento e pujança. Eleito, providencialmente, mais uma vez Provincial (1888-1891) foi neste triênio que, participando do Capítulo Geral da Ordem Franciscana em Roma, Frei Gregório recebeu e aceitou a incumbência que lhe confiou o Padre Geral, Frei Aloísio em 18 de dezembro de 1884, de enviar religiosos de sua Província para o Brasil. Grande número de voluntários se apresentou. Províncias da Itália e da Espanha anteriormente consultadas, tinham recuado diante das dificuldades e problemas que uma missão renovadora de tal porte exigia. Entrementes chegaram do Brasil pormenores da queda da monarquia (15-11-1889), e levou algum tempo até que os ânimos serenassem. Finalmente, em 23 de maio de 1891, encetaram a viagem os Frei Amando Bahlmann e Frei Xisto Meiwes, sacerdotes e os dois irmãos religiosos leigos Frei Humberto Themans e Frei Maurício Schmalor, que se fixaram em Teresópolis (agora: Vila Teresópolis, SC), onde chegaram dia 10 de julho de 1891, uma sexta-feira, às 19 horas. Seguiram-se levas e levas de sacerdotes, estudantes clérigos, noviços, irmãos religiosos leigos, seminaristas-postulantes, por anos seguidos para repovoarem o espírito religioso nos velhos conventos do Norte e dar vida às novas fundações no Sul. Já sexagenário, a pedido do seu Provincial, veio Frei Gregório pessoalmente visitar a missão brasileira em 1895. Permaneceu aqui vários meses orientando, vigiando, executando medidas e providências a serem tomadas, tanto no Sul como no Norte. No início de fevereiro de 1896 voltou à Alemanha, levando talvez o vírus da febre amarela, pois, chegou ao porto de Hamburgo, gravemente enfermo. Dois dias depois, a 1? de março, chegou ao convento de Paderborn, quase moribundo. No mesmo dia entregou sua alma a Deus. Frei Gregório Janknecht, foi sob todos os pontos de vistas, um homem extraordinário e providencial. Ressaltando somente uma faceta de sua vida prodigiosa, podemos dizer que tinha um espírito verdadeiramente missionário e apostólico. Já em 1858 enviara aos Estados Unidos da América do Norte, três sacerdotes e cinco irmãos religiosos leigos, onde, em Teutópolis, deram início à grande Província Franciscana do Sagrado Coração de Jesus. No início do Kulturkampf, 1875, foram enviados para lá, de um só vivo interesse mostrou também pela Terra Santa, da qual foi Comissário Geral, para grande parte da Alemanha. Empenhou-se pela Província Franciscana da Irlanda; foi grande benfeitor da Província de Santa Isabel da Turíngia, Alemanha, pelo envio de sacerdote e alunos. Auxiliou o Colégio de Quaracchi, Itália, pelos teólogos que para lá mandou e ajudou na construção do Colégio internacional, em Roma. Ainda outras Ordens e mesmo Congregações receberam dele valioso apoio: Irmãs Clarissas da Alemanha e dos Estados Unidos; a fundadora das Irmãs Pobres de São Francisco, a venerável Madre Francisca Schervier, encontrou nele um sábio conselheiro e generoso benfeitor; os Irmãos Pobres de São Francisco, fundados em Aquisgrana (Aachen), em 1857, também obtiveram nele orientação, auxílio e serviços. Até a Congregação do Verbo Divino, o conta como um dos que mais ajudaram o santo fundador. As missões estrangeiras, em geral, foram consta

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 15.