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Frei Urbano Jürgens nasceu em Paderborn, Alemanha, dia 19 de abril de 1882. Pais cristãos souberam enriquecer a alma do menino com sentimentos de piedade e amor a Deus. Disto resultou no jovem o desejo de consagrar-se todo ao Senhor, o que pôde realizar aos 21 anos. Recebeu o hábito dos Frades Menores no convento de Rodeio, SC, no dia 7 de fevereiro de 1904. Concluído o tempo do noviciado de irmão terceiro, sua ocupação foi a de linotipista (naquele tempo composição manual) na topografia do "Der Kompass" (A Bússola), jornal católico editado em língua alemã, desde 1902, pelos franciscanos do convento do Senhor Bom Jesus de Curitiba PR. Depois de quatro anos voltou a Rodeio para começar o noviciado na Ordem Primeira, sob a direção do zeloso padre mestre Frei Modesto Blõink. Após este segundo ano de provação, retornou a Curitiba, agora como porteiro, mas ali permaneceu somente um ano. Depois foi porteiro em Palmas, PR; Blumenau e São José, SC, até que no ano de 1925 foi transferido para o convento de Santo Antônio do Pari, SP, onde permaneceu até a morte. Ali serviu também de esmoler, angariando donativos, sobretudo durante o tempo da construção da grande matriz. Religioso exemplaríssimo em sua vida, amante da pobreza e dos irmãos necessitados, recebeu sempre bem a todos. Procurou ter diante dos olhos o exemplo do santo porteiro São Conrado de Parzham, a quem queria imitar com a maior fidelidade possível. Mas a Frei Urbano não foram poupadas provações. Durante mais de 30 anos sofreu de varizes abertas nas pernas, o que lhe causava dificuldades no andar e no permanecer em pé na portaria. Sua última doença só durou poucos dias. Dia 2 de julho de 1939, foi com ânimo alegre atender à portaria, apesar de estar ardendo em febre. Pelas dez horas as forças o abandonaram. Uma gravíssima pneumonia dupla encerrou sua vida mortal no dia 8 de julho de 1939. O médico que dele tratou, emocionado pela paciência e conformidade do seu doente, despediu-se dele osculando-lhe piedosamente a fonte fria. As exéquias estiveram presentes numerosíssimos fiéis que acompanharam o humilde religioso ao cemitério do Santíssimo Sacramento, cemitério este anexo ao do Araçá, em São Paulo.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 217.