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No dia 6 de março de 1935, faleceu depois de longo e angustiante sofrimento, num dos sanatórios de Campos do Jordão, SP, o confrade diácono Frei Beno Sehnen. Nasceu ele em São Martinho do Capivari (agora: Capivari, diocese de Tubarão), Estado de Santa Catarina, aos 18 de abril de 1911. Concluídos os estudos ginasiais no colégio seráfico de São Luís de Tolosa, em Rio Negro, PR, ingressou a 5 de janeiro de 1929 no noviciado franciscano, em Rodeio, SC. No dia 21 de dezembro de 1933, recebeu na igreja conventual do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, RJ, a ordenação diaconal. Como apresentasse sintomas de doença pulmonar, os superiores o enviaram, no início do mês de agosto de 1934, para o Rio de Janeiro, RJ, a fim de consultar médico especialista. Resultado: tuberculose em estado bem adiantado. Em Petrópolis, no clericato, se manifestara verdadeira epidemia de tuberculose (tísica pulmonar) entre os frades estudantes. Quase uma dezena deles foi afetada. Como na época o tratamento, mais viável, consistia em ar puro e abundante alimentação, a Província achou por bem abrir em Campos do Jordão residência (O "Conventinho", posteriormente desativado), para dar assistência a estes confrades enfermos. Campos do Jordão, fora há mais tempo declarada estância climática ideal (1600 metros de altitude), para este tipo de cura. Em 14 de agosto viajou Frei Beno na companhia do confrade enfermeiro Frei Luís Ferreira Lima para Campos do Jordão. Não estava ele ciente do seu precário estado de saúde, praticamente desenganado pelos médicos, tanto assim que houve dificuldades para poder interná-lo no sanatório. Quase sete meses passou por estágios com melhoras e pioras, revezando-se acessos mais brandos com os mais violentos, até que sucumbiu no dia 6 de março de 1935, pelas 14 horas. Pouco mais de duas horas antes do desenlace, escreveu ainda Frei Beno, de próprio punho, carta para o guardião e colegas de Petrópolis, agradecendo novenas que por ele tinham sido feitas. Exprimia sua alegria, reconhecimento e esperança. Caráter vivo e alegre, mas prudente e sensato no trato com as pessoas, foi Frei Beno um permanente elo de união entre todos os irmãos. Sempre demonstrou um grande amor e animado interesse pelas missões e missionários. Este entusiasmo já há anos o fazia trabalhar e se ocupar com elas. Na doença demonstrou exemplaríssima paciência e total conformidade com a vontade de Deus. "Como é feliz o homem que sabe captar o ideal do sofrimento", foram palavras suas, que ele procurou concretizar em sua vida, fazendo delas a mística da dor, pois dizia: "quem se une a Cristo no ideal da cruz, para este, Ele é plenitude de amor e de bondade". No final, antes da crise derradeira, teve ainda dois ataques, o primeiro a 20 de fevereiro. A irmã enfermeira o encontrou quase sem sentidos, lutando contra pavorosa falta de ar. Passado o acesso, já era ele o mesmo Beno tranquilo de sempre. Nesta noite pediu confissão, unção dos enfermos e absolvição geral. A segunda crise ocorreu no domingo de carnaval; daí em diante seu estado regrediu rapidamente até o fatal desenlace no dia 6 de março de 1935. Repousa no cemitério de Abnérssia (bairro de Campos do Jordão), sob a sombra da Cruz.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 163.