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Westfaliano de Meggen, Alemanha, nasceu Frei Timóteo Arens aos 27 de dezembro de 1871. Na juventude aprendeu a arte da serralheria e, durante o serviço militar, seu ofício foi o de espingardeiro, isto é, consertador de carabinas. Ingressou na Ordem Franciscana aos 22 de novembro de 1895, na Alemanha, e em 1901 veio para o Brasil, onde em Rodeio, SC, terminou o noviciado da Ordem Primeira e professou temporariamente. Transferido para Blumenau, SC, ali permaneceu até 1913, tendo, durante todo esse tempo, sob sua responsabilidade, o maquinário tocado a vapor que movimentava a grande marcenaria, o moinho, a lavanderia e outras oficinas. Esta ocupação exigia dele muito esforço, empenho, dedicação e suor, o que só pode ser avaliado por quem, naqueles tempos, conheceu toda a movimentação do convento, colégio e seminário menor, em Blumenau. Depois de uma estadia, por um ano, em Amparo, SP, onde trabalhou como sacristão, voltou novamente às máquinas, mas desta vez para as oficinas da impressora de o "Kompass" ("A Bússola" jornal católico editado em língua alemã, em Curitiba, PR, desde 1902). Conscienciosamente exerceu ali o cargo, sabendo que o rendimento e a capacidade das máquinas impressoras muito dependiam da limpeza e conservação. Seu zelo e dedicação o levavam a fazer, quanto possível, ele próprio este serviço. Ficou em Curitiba até o mês de março de 1927, quando foi enviado a Blumenau para submeter-se a uma operação. Já há tempos não se sentia bem, mas como não gostava de pedir licenças e dispensas, suportou o mal-estar em silêncio, sem queixas, e sem se manifestar sobre isto aos outros. Os meses que antecederam à morte, e que os passou em Blumenau, trouxeram-lhe muito sofrimento, que soube suportar até com alegria. Foi um autêntico filho da obediência; humilde como uma criança, sabia reconhecer no desejo dos superiores a vontade de Deus. f 115 Desapegado dos bens e amenidades deste mundo, mostrava isto no asseio de sua cela pobre e nos locais de trabalho. Apesar de lidar com grandes estoques de papel, tinta e outras coisas necessárias numa tipografia, nada ali se perdia. Era na verdade, nosso Frei Timóteo, uma alma silenciosa e retraída, nunca falando de si mesmo. Muito prezada a oração, aproveitando todo o tempo disponível para se unir a Deus. Nos domingos e dias santificados aproveitava para participar de todas as santas Missas celebradas na igreja conventual do Senhor Bom Jesus. Nestes dias estava tão ocupado com Deus, que nem lhe sobrava tempo para ler ou folhear revistas e outros escritos profanos. Com o amor ao silêncio e à oração, unia um grande espírito de sacrifício. Renúncias no comer e no beber; suportar falhas e fraquezas dos outros, com paciência e caridade; prontidão para passar trabalhando grande parte da noite, sobretudo antes das festas; abster-se voluntariamente de passeios fora do convento, e ainda muitos outros atos de virtude edificavam os coirmãos que se sentiam intimamente impelidos para um maior espírito de mortificação. No fidelíssimo Frei Timóteo tivemos um perfeito modelo do verdadeiro religioso franciscano, e contamos ter nele um intercessor diante do trono de Deus. Faleceu em Blumenau no dia 24 de outubro de 1927. Na Vita Franciscana de março de 1934, encontramos um pedido feito à redação da revista, no sentido de elaborar um necrológio mais completo sobre Frei Timóteo Arens, isto por ter havido diversos atendimentos extraordinários, orações ouvidas e casos de graças alcançadas por sua intercessão. Infelizmente a iniciativa não vingou, pois, posteriormente nada mais encontramos.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 115.