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Nasceu Frei José Luiz Barreiro no Rio de Janeiro, RJ, aos 2 de março de 1882. Espanhol o pai, francesa a mãe. Depois de ter sido agraciado com a cura miraculosa de grave, enfermidade em Lourdes, França, pediu admissão na nossa Província, o que se deu em 10 de novembro de 1907, em Rodeio, SC. Ainda antes de terminar os estudos filosóficos, manifestaram-se nele indícios de tuberculose, que em breve tomaram forma tão ameaçadora, que os médicos lhe deram como prazo máximo um ano de vida. Sua piedosa mãe (vovó Barreiro, conhecida e estimada por gerações de frades, e que ainda sobreviveu ao filho por mais de 30 anos), grande benfeitora da Província, desejava ardentemente ver o filho ordenado sacerdote, o mais breve possível. Esta alegria mãe e filho puderam partilhar, pois, antes de terminar os estudos teológicos, recebeu dispensa da Santa Sé, e pôde receber o presbiterato em Petrópolis, RJ, aos 3 de março de 1912. Por cinco anos ainda exerceu o sacerdócio. Aceitou a doença com toda a conformidade à vontade de Deus e com espírito sempre alegre. No começo de julho de 1917 tomou parte com a comunidade do convento de Santo Antônio do Rio, dos exercícios espirituais, mas já no dia 17 do mesmo mês depois de ter celebrado a Santa Missa das 7 horas e participado da missa conventual das 8, dirigiu-se ao quarto. Antes de lá chegar, violenta hemoptise pôs fim à sua vida. Foi encontrado morto diante da porta da própria cela. Foi sepultado em Petrópolis. Vinte e dois anos depois do falecimento de Frei José, em Vita Franciscana, Frei Benvindo Destéfani recorda o confrade: "Caráter extremamente comunicativo e altamente compassivo, mau grado a pertinaz moléstia que, lentamente lhe minava o organismo, Frei José Barreiro, OFM, era uma alma de escol, toda de Deus. Não obstante os contínuos sofrimentos, era de uma jovialidade e de uma delicadeza extraordinárias. Longe de se deixar abater pela traiçoeira doença que o fazia definhar a olhos vistos, apreciava o bom humor. Diante de uma frase espirituosa, sorria alegremente, até que um impertinente acesso de tosse lhe embargava a voz. Apesar da atroz enfermidade, era um franciscano perfeitamente conformado com os desígnios do Altíssimo, que às vezes escreve direito por linhas tortas”.

Fonte: JEILER, Inácio. Confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, falecidos nos primeiros 50 anos da restauração (1891-1941). São Paulo: Província Franciscana Imaculada Conceição, 1990, p. 81.