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Lugar de presencia y acción

  • Identificador:
    11991
    Descripción:
    OFM/PSC Paróquia Franciscana Santa Inês
    Tipo de presencia:
    Fecha inicial:
    1957
    Fecha final:
    1966
    Notas sobre este lugar de presencia/acción:
    Foi na reunião de janeiro de 1957 que o Definitório da Província Santa Cruz resolveu aceitar a Paróquia Santa Inês, de Três Passos no Rio Grande do Sul. Nesta mesma oportunidade foi nomeado seu primeiro vigário: Frei Olímpio Reichert.

    Em fevereiro de 1958, Frei Ivo Kuhn veio se juntar ao sempre empreendedor Frei Olímpio, nos trabalhos dinâmicos da nova paróquia.

    O Frei Alberto Froehlich, foi nomeado coadjutor em julho de 1958.

    Em fins de abril de 1960, a Província comprou um terreno nos arredores da cidade, onde viria a fundar um pré-seminário. Essa cidade fica situada a noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, região que é considerada de importância para uma futura expansão da Província naquele Estado.

    Com a saída de Frei Alberto, em janeiro de 1960, só em julho de 1961 a paróquia ganhou um novo coadjutor: Frei Donato Sehn.

    É de Frei Ivo o relato da Revista Santa Cruz de 1961, que transcrevemos abaixo e nos coloca um pouco a par da situação por eles encontrada em Três Passos.

    Antes tarde do que nunca.

    Com a intimação recebida de Frei Odilon (Diemel), venho afinal atender aos pedidos já tantas vezes feitos, mandando alguma colaboração sobre Três Passos.

    Antigamente, a fama de Três Passos era a pior possível. Verdadeiro refúgio de bandidos. Era o lugar preferido por aqueles que conseguiram escapar da polícia. Isso por ser fronteira com a Argentina, e tanto do lado argentino como do brasileiro havia, naquela época, mortes sem fim.

    Os primeiros colonos que entraram nesta região, tampouco podiam ser apontados como exemplo. A maior parte era constituída de gente fracassada, financeira e moralmente, nas assim chamadas colônias velhas.

    O município de Três Passos foi criado em 1945, abrangendo seis municípios de hoje, dos quais continua sendo ainda o centro. O município está hoje todo nas mãos dos franciscanos, por ter só duas paróquias: Três Passos e Tiradentes.

    Quando, há quatro anos, Frei Olímpio chegou aqui, encontrou um verdadeiro caos. E como ele mesmo disse, foi a primeira vez que teve medo de tomar conta de uma freguesia. A construção de um salão paroquial de 13 por 26 metros, estava parada por causa de brigas. Frei Olímpio, porém, pos mãos à obra e em pouco tempo o salão já estava servindo para igreja. A própria igreja era de madeira, de 13 por 13 metros, e num estado tão miserável e aspecto tão feio, que mais parecia um galpão.

    Frei Olímpio durante um ano viveu dez, desdobrando-se para atender tudo. Por fim não aguentou mais: teve de entregar os pontos e ficou durante três meses preso à cama, porque, além do esgotamento, ainda ficou com tifo. Durante o tempo da doença foi substituído por Frei Otávio (Reichert), até que a primeiro de fevereiro de 1958 o autor destas linhas veio como coadjutor.

    Frei Olímpio ainda estava fora, tratando da saúde. E antes que ele voltasse, foi iniciada, a conselho do mesmo, a derrubada da igreja velha. Na festa de Cristo-Rei de 1958, com a presença de Frei Fagundes (van Dreumel), Frei Erasmo (Veen) e Frei José (van der Weide), que vieram juntos com a banda de música do seminário de Taquari, foi lançada a primeira pedra da nova matriz. Dois anos depois, igualmente na festa de Cristo-Rei, foi conduzido o Santíssimo para a nova igreja. A matriz está sendo construída em partes. A parte que está pronta é de 20 por 26 metros. E como vai ser igreja em forma de cruz, estamos construindo agora a parte transversal da cruz.

    A frequência à Missa era fraquíssima. Em 1957, mesmo na Semana Santa, o povo cabia folgadamente na velha igrejinha, de seus 169 metros quadrados. Em 1958, quando havia duas Missas no salão paroquial, bastante maior, praticamente nunca a igreja ficava cheia nas duas Missas. Hoje, na nova igreja, podemos dizer que a igreja fica repleta nas três Missas de domingo. E nas festas já está ficando pequena. Também nas capelas, que eram em número de 12, sendo hoje 22 e mais três em construção, o movimento aumentou consoladoramente.

    Em grande parte podemos explicar esse aumento da vida religiosa em toda a paróquia, pela entrada de muitas famílias boas desta região. A cidade, que era quase toda protestante, hoje na maioria é de católicos. Isso porque o pessoal do Frigorífico Trespassense é todo composto de bons católicos. E com a instalação de uma moderníssima fábrica de óleo de soja, na qual foi investido um capital de mais de oitenta milhões, vieram de novo só elementos católicos. O mesmo se verifica no interior. Os antigos elementos emigram para as matas do Paraná, e geralmente são católicos que vem comprar terras aqui.

    Também as paróquias vizinhas são na maioria de bons católicos. Prova disso é que em Taquari e Agudo estão quase uma centena de alunos desta região. Foi por este motivo que se cogitou da fundação de um pré-seminário na nossa cidade de Três Passos. Aqui, indiscutivelmente, é o centro industrial e comercial de toda esta região, com meios de comunicação para todo os Estado. Quanto ao ensino, temos uma Escola Normal, e o Ginásio Espírito Santo, cujo curso diurno funciona no colégio das Irmãs e o noturno num dos salões paroquiais. Os protestantes possuem também o seu ginásio. Resta saber agora quem, por primeiro, terá o curso científico.

    O nosso pré-seminário por ora será de madeira, 7 por 17 metros, com dois pisos. Até o fim do mês, se Deus quiser, estará pronta a construção. Será mais um campo de lutas, mas esperamos que, no futuro, teremos muitos franciscanos desta região.

    Assim por hoje se despede, com um abraço franciscano,

    Frei Ivo OFM.

    O Definitório em 1962 transferiu Frei Olímpio (principalmente por problemas de saúde) para Porto Alegre e em seu lugar, agora como vigário, ficou o Frei Ivo. Neste mesmo ano Frei Olímpio faleceu.

    Em fins de fevereiro de 1964, foram realizadas missões na paróquia. Frei Ildefonso Wouters escreveu, na Revista Santa Cruz de 1964, como foram estes dias.

    Santas Missões em Três Passos

    (fins de fevereiro de 1964)

    Quem julgasse as Santas Missões da cidade de Três Passos pelos números, antes se sentiria decepcionado do que encantado. 1.100 confissões, 2.800 comunhões em cinco dias de missões, numa cidade de 6.000 habitantes é índice duma participação que nem de longe se pode taxar de total.

    Mas quem conhece esta próspera cidade, amálgama de adventícios de todas as cores religiosas, e mais ainda quem a conheceu 10 anos atrás, há de admirar-se de tal resultado. Dos próprios católicos trespassenses, pelo menos, ninguém tinha um prognóstico tão otimista. Estes descobriram a sua própria força e valor.

    Quando a cura de almas de Três Passos foi confiada aos nossos confrades e Frei Olímpio tomou posse, encontrou um pusillus grex (pequeno rebanho) de fiéis no meio duma grande multidão de protestantes, maçônicos e católicos resfriados pelo ambiente de indiferentismo. Uma miserável igreja de madeira que nos domingos se enchia numa missa só, deixando na segunda missa a maioria dos bancos vazios. Era 1956.

    Contudo, na sua indomável confiança no futuro desta região serrana e com apoio do Sr. Bispo de Santa Maria, que ainda duvidava se a Sé da nova diocese havia de ser Três Passos ou Frederico Westphalen, projetou Frei Olímpio uma igreja de dimensões de Catedral: 50 metros de comprimento, com 20 de largura.

    Foi um projeto feito a la franciscana. Frei Olímpio e um construtor licenciado criaram esta espécime de arquitetura supra-temporal: por fora, o Duomo de Milano com sua Turmfreude; por dentro, arcadas góticas, um forro basilical e um presbitério de dimensões muito felizes, duma tremenda majestade. Engraçado, observou um arquiteto formado, esta igreja não tem estilo, mas periga sair bem bonita.

    Quando a saúde de Frei Olímpio já estava em declínio e Frei Ivo praticamente era vigário, em 1958, iniciaram-se as obras. Tudo no espírito franciscano. Muito tijolo, muita massa pobre, nenhum problema de cimento armado, completamente dentro da capacidade dum construtor, licenciado para construir moradias de 2 pisos.

    A primeira parte, duns 25 metros, de três naves longitudinais, começou a ser usada em 1960. Sem reboco, sem forro, mas de uma acústica invejável.

    Atrás duma parede de emergência continuavam as obras: uma nave transversal de 13 metros, presbitério e sacristias. O povo começou a chamá-la a igreja das três frentes. Pois nas extremidades da nave transversal há entradas tão pomposas como a entrada principal. Num ritmo suave conseguiram acabar o reboco externo, o que permitia o afastamento dos andaimes. E, 15 dias antes de se começarem as Santas Missões, aprontou-se o presbitério, de modo que a parede de emergência podia ser demolida.

    Aí pareceu a catedral em toda a sua majestade. Todo mundo julgava tal igreja grande demais para Três Passos. Mas a primeira noite das Santas Missões já desmentiu este temor.

    Na recepção dos missionários encheu-se a nave central, os fundos e a transversal. Todo mundo estava contente: Três Passos tem uma igreja de acordo com seu prestígio, pois os trespassenses são orgulhosos da sua cidade progressista, destinada a tomar a liderança na Serra.

    A audibilidade sofreu um pouco, devido à enorme distância entre o presbitério e os fundos da igreja. Somente a voz de Frei Anselmo (Arenhart) venceu este trajeto galhardamente. Isto, porém, há de melhorar com um forro de eucatex. Aliás, sempre mais está se introduzindo o costume de falar no meio do povo, em contato mais íntimo com os fiéis.

    As missões deviam ser pregadas por Frei Celso (Brancher), Anselmo (Arenhart) e Ildefonso (Wouters). Frei Celso adoeceu gravemente, dando assim a sua contribuição mais preciosa para o bom êxito. Frei Anselmo o substituiu como mestre e Frei Orlando (Rabuske), recém nomeado para Não Me Toque, nas pregações. No fim Frei Bernardo (Dupont), missionário efetivo, veio liberar Frei Orlando para seus trabalhos de professor.

    A significação destas missões consiste mais no fato que as houve, do que no método ou no conteúdo dos sermões. Pois o auditório era muito flutuante: hoje estes, amanhã aqueles. De manhã um tipo de ouvintes, de noite outro tipo. Somente algumas almas boas fizeram a missão toda, com todos os exercícios. Não era, como nas capelas filiais, uma doutrinação completa de um só missionário para um só auditório durante 6 dias.

    Muitas ovelhas desgarradas voltaram ao confessionário depois de vários anos de ausência, não comovidos por algum sermão impressionante, mas simplesmente porque era missão. Esta palavra goza ainda duma força mágica, também entre católicos relaxados. Não fazer missão, isto é, não confessar e comungar uma vez durante as missões, é para os gaúchos o cúmulo da obstinação na maldade. A tal ponto a maioria não quer rebaixar-se.

    Por isso acreditamos que foi muito salutar a campanha relâmpago de propaganda que começamos uns 15 dias antes, movimentando a juventude e casais e enchendo as vitrinas de panfletos e convites. Todo mundo sabia das missões. A rádio não cessava de convidar a todos, tanto católicos como evangélicos. Os não católicos aceitavam o convite com delicadeza; ninguém o repudiou; e de fato, muitos compareceram, sobretudo às conferências de classe.

    As missões confirmaram um espírito de sereno ecumenismo, que já está se formando nesta cidade de vários anos para cá. O vigário e os pastores protestantes são bons amigos e aparecem mutuamente nas festas das igrejas. Nas pregações e na hora católica ou evangélica da rádio não se ouve nenhuma invectiva humilhante; todo respeito para cada um que vive conforme a sua consciência. Não exortamos os evangélicos a se tornarem católicos só para casar. Reconhecemos que também para eles é uma infidelidade renegar a sua fé, se não estiverem convencidos da verdade do catolicismo.

    Quem vai ganhando com tal irenismo é a igreja católica. Pois a maior parte dos protestantes não tem convicção religiosa profunda. São protestantes e ficam protestantes, porque foram criados naquela religião. É mais respeito para com os pais e parentes do que por acreditar numa verdade. A maior parte nem enxerga diferença de doutrina entre catolicismo e protestantismo. É tudo a mesma coisa. Para eles toda a diferença consiste em certos costumes e práticas religiosas. E todos eles, a porfia, vão pauteando seus costumes pelo modelo dos católicos. Pois no mais profundo do seu coração se esconde a convicção de que a católica é a verdadeira. Seu empenho está em ter tudo que os católicos também tem.

    Por isso, por causa de um casamento, geralmente viram o casaco com toda facilidade e aceitam sem dificuldade a doutrinação católica. Dizem que já há muito tempo estavam convencidos daquela. Só não viraram para não ofender os pais.

    Do mesmo modo aproveitam os evangélicos quase integralmente uma conferência do missionário sobre os deveres dos casados, etc. Sei de alguns que ficaram encantados com a conferência e declararam nunca ter ouvido coisas tão bonitas; abriu novos horizontes para eles e assim a palavra de Deus vai conquistando os seus corações. Não precisam converter-se já - já. Deixemos tempo ao Espírito Santo para realizar suas maravilhas suaviter fortiteque sem fazer violência às leis da psicologia.

    Foi isto justamente que se comprovou nestas Santas Missões: o catolicismo é a religião mais forte de Três Passos, apesar de que numericamente não tenham a maioria absoluta. O resto é uma massa incoerente, cuja religiosidade se apóia e se espelha na Igreja Católica. Esperamos que isto tenha curado o pusillus grex do seu complexo de inferioridade e os tenha convencido de que a Igreja Católica em Três Passos está crescendo em qualidade e quantidade, apesar de que não floresçam aqui certas práticas devotas ou associações religiosas, que antigamente serviam de índice de progresso religioso dum lugar.

    Nas noites a catedral estava sempre cheia. Muito satisfatória era a afluência às conferências de classe. Infelizmente, numa cidade tudo deve ser feito de noite. De dia cada um tem seu trabalho. Por isso foram mal frequentadas as conferências especializadas que marcamos para depois do grande sermão da noite para operários, industriais e comerciários e funcionários. Seriam muito úteis e interessantes tais conferências, mas para estas a missão deveria durar mais do que 5 dias.

    Nada de especial temos a dizer das missões nas capelas filiais. Estas foram como sempre. O nosso empenho se concentrava, sobretudo, em dar ao povo semi-analfabeto das colônias uma idéia mais esclarecida da essência do cristianismo: fé - igreja - eucaristia - comungar em cada missa - caridade fraterna - sadia devoção mariana - conceito exato de pecado.

    Trabalho secundário, mas que pode ocupar muito tempo, é endireitar casamentos e fazer as pazes (melhor: criar armistício) entre famílias que estão de briga.

    Confiamos na eficiência da palavra sacerdotal, na qual Karl Rahner vê quase um sacramento, pois é espírito e vida como o Mestre mesmo afirmou. Os efeitos das Santas Missões em Três Passos ultrapassaram não só as nossas esperanças, mas também foram muito além dos fenômenos observáveis que se podem exprimir em palavras e números. A semente deve cair desaparecida na terra; a seara virá no próximo verão. Se Frei Olímpio tivesse visto a sua igreja, quatro vezes cheia num só domingo!...

    Frei Ildefonso.

    Em 1964, com a saída de Frei Donato Sehn, nomeado reitor do pré-seminário, lá mesmo em Três Passos, Frei Gaspar Schnorrenberger foi nomeado vigário cooperador da Paróquia de Santa Inês.

    Frei Ivo e Frei Gaspar continuaram trabalhando juntos nesta promissora paróquia, até a transferência da mesma para os cuidados da Custódia de São Francisco de Assis, em 1966.

    Fonte: Revista Santa Cruz

    1957 - págs. 6 e 7

    1958 - pág. 27

    1960 - pág. 80

    1961 - págs. 121, 127 a 129

    1962 - pág.

    1964 - págs. 65 a 69, 291 e 292.

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SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Paróquia Franciscana Santa Inês. Red Internacional de Estudios Franciscanos en Brasil. Disponible en: http://riefbr.net.br/es/content/ofmpsc-paroquia-franciscana-santa-ines. Accedido en: 19/01/2025.