Pregador, Sacristão-Mor, europeu. No século se chamava Custódio José de Carvalho, natural e batizado na freguesia de São Nicolau da cidade do Porto. Filho legítimo de José Carvalho dos Reis, natural e batizado na freguesia de Escapães, bispado do Porto, e de sua mulher Domingas Clara de Jesus, natural e batizada na freguesia de Alvarenga, bispado de Lamego. Foi aceito à Ordem pelo Ministro Provincial Fr. José de Jesus Maria Reis. Tomou o hábito no Convento de São Boaventura de Macacu, aos 23 de agosto de 1779, sendo guardião Fr. José de Santa Úrsula Pacheco, e professou no mesmo convento e com o mesmo guardião, aos 12 de setembro de 1780, Foi nomeado colegial para o estudo de filosofia no capítulo celebrado aos 6 de outubro de 1781, sendo mestre Fr. Antônio de Santa Úrsula Rodovalho. Foi ordenado Presbítero no Rio de Janeiro por D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castello Branco, com Letras do Ministro Provincial Fr. Fernando de São José Menezes, a 21 de maio de 1785. Foi instituído pregador no capítulo celebrado aos 25 de agosto de 1787. Entretanto, declarou-se por tal a 29 de novembro do mesmo ano. Principiou a servir de sacristão-mor e mestre de cerimônias no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. Na congregação intermédia de 28 de fevereiro de 1789 o instituíram confessor de seculares. A 27 de setembro de 1791 foi eleito pedagogo dos noviços, mas não chegou a exercitar o ofício. Na congregação de 28 de fevereiro de 1795 foi eleito passante do estudo de filosofia do Convento de São Paulo: mas atendendo-se à debilidade e configuração do seu peito foi eximido deste ofício pelo Reverendo Definitório e ficou na mesma ocupação de mestre de cerimônias e sacristão-mor do convento do Rio de Janeiro. No capítulo celebrado a 24 de setembro de 1796, atendendo-se aos seus bons serviços na sacristia do convento do Rio de Janeiro, onde tem servido também de mestre de cerimônias, levantou-se em conta uma presidência. Acompanhou ao Ministro Provincial Fr. Joaquim de Jesus Maria (1796-1799) na visita dos conventos de toda a Província, servindo em vários dos ditos de secretário de visita e em todos como fiscal das alfaias pertencentes ao culto Divino e asseio dos templos. A 22 de abril de 1803 deu a alma a Deus na enfermaria do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, deixando uma saudosa memória a toda a Província e a toda a cidade do Rio de Janeiro que sempre edificou com seus bons exemplos e raras virtudes, principalmente no culto de Deus e de seus altares, no zelo da salvação das almas e na continua assistência do confessionário, onde se mostrou digno dispensador dos santos mistérios e também na cadeira da verdade, onde subiu a anunciar a palavra Divina com grande fruto e proveito dos ouvintes. Recebeu os últimos Sacramentos com aquela piedade e devoção de que era animado, e acabou os seus dias com a mesma santidade com que viveu. Jaz sepultado no cemitério, onde se enterram os religiosos, defronte da escada que sobe ao salão da sacristia.
Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 983.