De acordo com Jaboatão, Orbe Seráfico, Primeira Parte, 389-390:
389. Já em outra parte, tratando dos vários Religiosos Menores, que antes dos nossos fundadores aportaram em diversos tempos pelas capitanias desta conquista, deixamos dito viera também um destes à Vila de Olinda, e que nela, com ajuda, e socorro de pessoas devotas, levantara uma capelinha ao Glorioso Peregrino, e grande caritativo S. Roque de Mompeler, e nela, uma Congregação de Terceiros da Venerável Ordem da Penitência. O que agora devemos fazer é assignar o sítio desta capela, e apontar os fundamentos do que fica dito, e principalmente enquanto ao lugar em que existiu, porque averiguada a certeza deste, já não fica o mais tão dificultoso. Diz a tradição, que fora este o mesmo em que existe hoje o Mosteiro do Grande Patriarca S. Bento. É verdade, que nos seus Arquivos se não acha escritura, ou doação, que se fizesse aos PP. desta capelinha; porque dizem eles, que com a tomada da terra pelos holandeses, se perderam todos os papéis, e escrituras dos Mosteiros. Mas achamos memória entre os religiosos seus velhos, que afirmam ter ouvido a outros mais antigos, houve no lugar desta capelinha, acrescentando que estava fundada para aquela parte onde fica agora a torre da sua igreja, já mui chegada ao despenhadeiro, que cai sobre o Varadouro.
390. Outra razão se nos oferece de mais fundamento para que se não ache nas suas escrituras, ou doações a memória desta capela, e é porque os ditos Padres passaram a Pernambuco, como consta da doação, que lhes fez para isso o seu donatário Jorge de Albuquerque do ano de 1592 por diante; assistiram primeiro na igreja de S. João de Olinda, dali foram para Capelinha do Monte da mesma Vila, da qual lhes fez doação o Ilustríssimo Bispo D. Antônio Barreiros, achando-se em Pernambuco de visita; e não tendo eles no lugar do Monte as conveniências necessárias para Mosteiro, compraram a Gaspar Filgueira, e a sua mulher a olaria, e sítio, onde hoje existem, e nisto se passaram alguns anos, e nestes se havia também com o tempo abolido, e de todo destruído a fábrica ou, ao menos o exercício, e serventia da Capelinha de S. Roque; pois já desde o ano de 1585, ou 1586 a haviam desamparado, como logo se dirá, os Irmãos Terceiros, que a sustentavam, e por conta dos quais corria o seu tratamento; porque se haviam passado para o novo Convento da Senhora das Neves, levando consigo, e tudo o mais, a imagem do santo, como seu titular. Com outra demonstração mais evidente se confirma no lugar a existência desta Capela.
