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Franciscan

  • Identifier:
    10284
    Name:
    Fr. Antônio de Santa Maria Anes, OFM
    Sex:
    Date of admission:
    01/09/1602
    Date of death:
    10/05/1633
    Place of birth: Viana do Castelo, PT
    Place of death: Vitória, ES
    Ecclesiastical state:
    Biographical Notes:

    Irmão leigo. Chamava-se no século Antônio Anes, da Freguesia de Fife de Santa Catarina, termo de Viana do Castelo, arcebispado de Braga, e filho legitimo de Joane Anes e de sua mulher Margarida Alves. Sendo já mancebo de mais de 20 anos passou ao Brasil e ficou na Bahia. Deixou o ofício de pedreiro que anteriormente havia aprendido e se aplicou ao estudo da gramática. Movido, porém, de superior impulso, resolveu buscar o estado de religioso. Foi aceito à Ordem pejo lr. Custódio Frei Brás de São Jerônimo. Tomou o hábito no Convento de São Francisco da Bahia e professou para frade Irmão leigo no dia 1º de setembro de 1602, na madura idade de 33 anos. Com a sua arte de pedreiro foi de muito préstimo para diversos conventos. Por último o mandou a obediência para o Convento e São Francisco de Vitória. Foi nesta casa que lhe sobreveio a moléstia que ia acrisolar as suas já sólidas virtudes. Declarou-se o mal primeiro nas mãos, caindo-lhe parte dos dedos, para depois produzir chagas em todo o corpo. Uns viam o mal no constante manejo com a cal das ostras, ao passo que outros diziam tratar-se do mal de S. Lázaro (lepra). Assim viveu ainda alguns 15 anos. Jamais se queixou, nem mesmo ao notar que os demais religiosos o evitavam, de medo do contágio, bem como do asqueroso de sua moléstia. De bom grado se sujeitou às medidas profiláticas tomadas pelos prelados: para fazer as suas devoções postava-se à porta do púlpito e a uma tribuna da capela-mor para ouvir as missas. No mais, conservava-se na cela absorto em oração mental ou rezando pelas contas — presente ainda de sua avó, dizia — ou por um livrinho de meditações, que seus dedos mutilados mal podiam segurar e manusear. Como se não lhe bastasse o sofrimento causado pela doença, guardava todos os jejuns da Igreja bem como da Regra, acrescentando-lhes muitos outros de sua devoção. Gozava do carisma de previsão de acontecimentos futuros. Munido dos sacramentos do Viático e Unção dos Enfermos, entregou nas mãos de Deus suavemente o seu espírito no ano de 1633. Houve grande concurso de povo ao seu enterro. Pela muita devoção que tinham ao religioso falecido, lhe levaram a maior parte do hábito em retalhos, sem que os religiosos o pudessem defender. Para não ficar descomposto o cadáver, foi necessário cobri-lo com um manto. Ao toque e aplicação do seu hábito, das contas porque rezava, repartidas por várias pessoas, e de algumas coisas com que haviam tocado o seu corpo defunto, aconteceram vários prodígios não só em racionais cristãos, mas também em brutos animais. Seis anos depois da sua morte, abriu-se no claustro junto à sua outra sepultura para um religioso de Nossa Senhora do Carmo, falecido no mesmo convento de São Francisco de Vitória. Foi fama pública que se viu o corpo do Servo de Deus inteiro e incorrupto. Por isso o prelado local, que na ocasião era Fr. Paulo de Santo Antônio, não consentiu que se tirasse mais terra daquela parte e mandou assinalar com uma cruz a sepultura de Fr. Antônio de Santa Maria.

    Na referência bibliográfica Religiosos Franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil na Colônia e no Império, de Fr. Sebastião Ellebracht, é o frade nº 019.

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    Na referência bibliográfica Livro de Óbitos da Província de Sto. Antônio - 1584-1957, de Fr. Menandro Rutten, tem a seguinte descrição:

    Frade leigo, natural do Brasil. Pedreiro. Faleceu no dia 10 de maio de 1633.

how to quote this content
ELLEBRACHT, Sebastião. Fr. Antônio de Santa Maria Anes, OFM. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: http://riefbr.net.br/en/content/fr-antonio-santa-maria-anes-ofm. Accessed on: 18/01/2025.