Frei Rogério Yedema, um de seus párocos, em uma crônica de 1986 nos conta um pouco da história desta paróquia.
Um bom número de frades prestou serviço na paróquia. Quando pego os livros de batizados dos anos 60 a 72, noto que muitos freis deram aqui sua assistência. Entre eles: Frei Mário (Cornelissen), Frei Zacarias (van der Hoeven), Frei Teodulfo (Kamsma), Frei Teodoro Ouwendijk, Frei Clemenciano (Liefrink), Frei Sebastião (Jans), Frei Gabriel (Seesing), Frei João Brouwer, o ex-Frei Fidélis (Mafficioni), Frei Olavo Timmers - que aqui deu muita assistência - Frei Aurélio (Peters), Frei Rodrigo (Verkoijen), Frei Jorge (Geerlings) e eu. Podemos dizer que São Geraldo foi por muito tempo um apêndice do Convento Santo Antônio de Visconde do Rio Branco. Todos os confrades que moraram neste convento, de uma maneira ou de outra, prestaram serviço a este lugar.
Curioso é que São Geraldo não é o padroeiro da cidade; esta honra pertence a São Sebastião. É a paróquia de São Sebastião de São Geraldo. Esta anomalia acha sua explicação no fato que o fundador teve por sobrenome São Geraldo. E, certamente, foi por este motivo que a devoção a São Geraldo nunca foi muito grande. Imaginem, São Geraldo não tinha em todo o seu território uma capela em seu nome. Na matriz, numa capela embaixo da torre estava a sua imagem, junto com uma porção de outras imagens da antiga matriz. Poucos devotos olharam para esta figura de batina preta. Mas, em 1976, organizei a primeira novena em honra dele. Deu um bom resultado. Então lancei a ideia de construir uma capela em honra dele. Foi uma dificuldade achar um lugar conveniente. Mas a prefeitura ajudou. Num topo de um morro me ofereceram um terreno para a construção de uma capela. Era um lugar ótimo. Daí se enxerga toda a pequena cidade. Lá era o lugar para construir uma capela que seria um monumento em honra do santo que deu nome ao lugar. Inventei de fazê-la oitavada. E em cima da capela, fizemos mais uma capelinha, onde colocamos o santo. De lá, São Geraldo olha a cidade, que lá embaixo deita-se aos seus pés.
Dia 11 de março de 1985, ela foi solenemente inaugurada por seu xará, Dom Geraldo Reis.
Descendo da capela de São Geraldo, morro abaixo, numa distância de mais ou menos um quilômetro, encontramos a matriz. Uma igreja majestosa, com duas torres, ampla, bem arejada, mas de acústica ruim. Todos que visitam São Geraldo admiram esta catedral, quase grande demais para uma população de quatro mil habitantes. Foi um trabalho gigantesco, começado pelo Pe. Geraldo Breyer, e mais ou menos concluído pelo Pe. Orozimbo. Depois, nossos Freis fizeram ainda muito para completá-la.
Saindo da matriz e andando mais um quilômetro, passando por uma ponte e a rua nova, chegamos à Praça Santo Antônio. Lá, encontramos mais uma das maravilhas de São Geraldo, que é a capela de Santo Antônio. Esta foi inaugurada no dia 5 de janeiro de 1975. Carinhosamente, ela é chamada de igrejinha. O povo gosta dela, e a cada terça-feira e sábado enche-se de fiéis. Em redor da capela há um jardim, que chama a atenção de todos os visitantes; bonito mesmo!
E a paróquia, como é? Tem poucas capelas na roça. Só seis. E a capela que fica mais distante está a 16 km.
O povo de São Geraldo é - pelo menos parece - muito religioso. Dentro da cidade há 6 igrejas. Três católicas e três dos crentes, que são muito ativos.
Mas a grande maioria professa a fé do vigário.
Frei Rogério ficou na paróquia por quase 14 anos.
Com a transferência de Frei Rogério em fevereiro de 1986, assumiu a direção da paróquia o Frei Osório da Silva Santos, em maio do mesmo ano.
Em agosto de 1989, com a saída de Frei Osório, a paróquia de São Geraldo foi entregue aos cuidados pastorais da Diocese de Leopoldina.
Fonte: Revista Santa Cruz
1964 - pág. 73
1986 - págs. 35-37, 145
1989 - pág. 170.
