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Place of presence and action

  • Identifier:
    11989
    Descripcion:
    OFM/PSC Paróquia Franciscana São Sebastião
    Type of presence:
    Place: Alegria, RS
    Initial date:
    1957
    Final date:
    1966
    Notes about this place of presence/action:
    Com este artigo da Revista Santa Cruz, de 1960, Frei Agostinho Grings nos apresenta a Paróquia de São Sebastião em Alegria - RS.

    O baile rodopiara a noite inteira, até o amanhecer. Numa dessas o maestro da charanga, ébrio de música, prazer e cachaça, ainda só regougava: Que alegria! Oh! Que alegria! Deu-se isso, três decênios atrás, num rincão do planalto que fica vinte e cinco quilômetros ao sudoeste de São José do Inhacorá, onde se erguiam umas casas dispersas, um sítio ainda sem nome, mas que desde esta data foi conquistando seu nome todo próprio. Os chofeiros de Ijuí ou Santo Ângelo recebiam encomendas para levar até lá: Para onde? - Para aquele rincão lá no alto, onde houve aquele baile, sabe? O tal Rincão da Alegria, sabe? - Sei. E todos sabiam.

    Essa foi a origem do nome da mais nova paróquia da Província: ALEGRIA. Digo, a mais nova, porque até o momento em que isto se escreve - 2 de fevereiro - não penetrou até aqui notícia que o contradiga. Após mais de um mês de assistência na paróquia de Pirapó, na fronteira com a Argentina, de volta outra vez para o meio dos confrades, antes de regressar com os alunos da Serra para Taquari, subindo de Santo Ângelo, foi Alegria o primeiro reduto franciscano onde o acima assinado fez uma parada, de um dia. Sugerindo eu ao novo vigário, Frei Sérgio (Diel), escrever alguma coisa na Santa Cruz, para os confrades conhecerem esta sua Alegria, ele teve a gentileza de declinar a honra em favor de quem a sugeriu. Com os dados necessários, estão pois brotando estas linhas, nas ladeiras verdejantes de São José do Inhacorá.

    A paróquia de Alegria foi toda desmembrada de São José do Inhacorá, acompanhada de onze capelas. A divisa é a dos distritos. A ereção da paróquia deu-se a 15 de agosto de 1959, e no mesmo dia a nomeação de seu primeiro vigário, Frei Alberto Froehlich.

    Como igreja matriz está servindo a antiga capela de madeira, de parede dupla, bastante ampla, construída em 1940. Será, porém substituída por uma construção mais sólida e espaçosa. Esta, porém, não se fará num dia, pelo que a velha capela foi agora pintada de novo, por dentro e por fora. E vejam que coincidência: o chefe dos pintores, Oto Busch, é o mesmo que ajudou, muitos anos atrás, na pintura da matriz de Teófilo Otoni.

    O padroeiro da igreja e da paróquia é São Sebastião.

    A casa paroquial foi construída em 1957 por Frei Pacífico (Dupont), então coadjutor de São José do Inhacorá, pois os últimos coadjutores dessa paróquia demoravam-se a maior parte do tempo, ou mesmo residiam, em Alegria. Saiu uma das melhores casas da vila. É edificada de tijolos. Constitui isto uma particularidade especial, pois nesta zona colonial a grande maioria das casas é de madeira, entre as quais, porém, há moradias confortáveis e belíssimas, construídas e pintadas com muito bom gosto. Até advogados, doutores e tabeliães não se dedignam, nestas paragens, de residir em casas de madeira, como também não este vigário de São José do Inhacorá. Sua habitação atual, porém, já tem seus dias contados, pois no dia 8 de fevereiro ela vai passar para novo dono, a quem foi vendida. O feliz comprador virá desmanchar a vetusta residência de Frei Lino, levar-lhe as tábuas, as portas e janelas, com o telhado (também de madeira), e a casa vai ressurgir, tal qual, em outra parte deste hemisfério. O vigário de São José naquelas horas estará confortavelmente instalado em sua nova casa paroquial, de tijolos, com dois pavimentos. Aí espera que os confrades venham estorvar muitas vezes a sua profunda solidão.

    Mas voltemos a Alegria. Os habitantes da nova paróquia são calculados em doze mil. A grande maioria é católica, mas também os evangélicos e Missúri tem seu templo onde se reúnem quando alguma vez aparece um pastor de Três de Maio. A maior parte da população é polonesa, principalmente na sede da paróquia; no mais, encontram-se representantes da língua alemã, italiana e muitos lusos.

    A vila de Alegria não está isolada do resto do mundo. Tem comunicação diária com Santo Ângelo, Ijuí, São José do Inhacorá e Três de Maio. A empresa de ônibus Inhacorá, em mãos do Sr. Ceslau Sawitzki, tem sua sede nesta mesma vila. E várias vezes por semana saem da vila transportes de carga em geral, e especialmente de suínos e soja, levando a fartura e o bom nome de Alegria até São Paulo e o Rio de Janeiro. Também possui o lugar comunicação telefônica com outros centros. A luz elétrica é gerada pelo dínamo da serraria, mas só à noite, ao escurecer, até cerca de onze horas; de dia, diz Frei Tiago, funciona a luz natural, aliás muito boa!

    Desde os dias daquele baile famoso a vila não renega seu nome, mas outros já são os motivos de alegria. O povo está satisfeito com a ereção da paróquia e mostra enorme boa vontade para ajudar nas coisas da igreja.

    Foram vigários em Alegria:

    Frei Alberto Froehlich - de agosto de 1959 a janeiro de 1960

    Frei Sérgio Diel - de janeiro de 1960 a janeiro de 1962

    Frei Raimundo Braun - de janeiro de 1962 até a transferência da paróquia para a Custódia de São Francisco de Assis, em 1966.

    Fonte: RSC 1960 - págs. 47 - 48

    RSC 1960 - pág. 2

    RSC 1962 - pág. 10.

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how to quote this content
SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Paróquia Franciscana São Sebastião. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: http://riefbr.net.br/en/content/ofmpsc-paroquia-franciscana-sao-sebastiao-5. Accessed on: 31/01/2025.