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Place of presence and action

  • Identifier:
    11967
    Descripcion:
    OFM/PSC Paróquia Franciscana São José
    Type of presence:
    Initial date:
    1941
    Final date:
    1966
    Notes about this place of presence/action:
    A paróquia de São José, em São José do Inhacorá, no Estado do Rio Grande do Sul, foi aceita pelo Comissariado da Santa Cruz em dezembro de 1941, a pedido do Bispo de Uruguaiana. Frei Tiago Scheffers foi nomeado seu primeiro vigário franciscano.

    Em Notas duma carta de frei Olímpio, editada na Revista Santa Cruz de 1941, encontramos a descrição da paróquia:

    A sede de São José do Inhacorá, na diocese de Uruguaiana, está situada no 7º distrito do município de Santo Ângelo, alí onde se encontram os 3 municípios: o de Santo Ângelo a que pertence, o de Palmeira e o de Santa Rosa.

    São José do Inhacorá foi desmembrada da freguesia Três de Maio e entregue aos franciscanos. São José é de fato um favo de mel e um diamante para qualquer Congregação e principalmente para nós. Tudo é novo aqui, a colônia progride. A sede tem aproximadamente 100 casas, água suficiente, luz elétrica. Estrada de rodagem para todos os lados. Cinco capelas, quase todas em construção: São José na Chapetá, Espírito Santo, São João, São Sebastião, São Pedro, mais duas escolas onde se reza missas, mais uma capela em vista. A capela mais afastada agora, São José na Chapetá dista 45 km.

    Em agosto de 1942 frei Tiago recebeu a ajuda de um coadjutor, frei Leobino Kraakman.

    Frei Tiago dá também suas primeiras impressões na revista de 1942:

    O aspecto da nossa paróquia é bem diferente de qualquer outra que conheço. A sede é habitada quase exclusivamente por descendentes alemães. O resto da paróquia, mais ou menos 9000 habitantes, é formado de lusos. A paróquia foi durante muitos anos mal servida, de formas que a prática da religião é coisa pouco conhecida. O casamento religioso é luxo para a maior parte. Comunhões nas viagens são poucas, mas encontra-se boa vontade. O povo gosta do Padre, recebe-o bem, mas poucos vêm assistir à S. Missa. Todos mandam batizar as crianças, pois não querem deixar os filhos sem padrinhos.

    Na sede de São José, todos são praticantes e não se encontra nenhum casal que não esteja casado religiosamente. O povo é generoso, ajuda para tudo que é bom.

    Nos poucos meses que estou aqui já tenho o capital necessário para a compra dum altar novo e três imagens: São José, o padroeiro, São Francisco e Santo Antônio, para dar à igreja um cunho franciscano. Apesar da crise, o povo concorre de boa vontade para o sustento da igreja e do vigário.

    No relatório de 1943, frei Tiago nos diz que houve progresso na paróquia. Na Matriz o número de comunhões subiu, de 9 mil no ano passado para 13 mil neste ano. O progresso nas capelas é mais consolador, as comunhões passaram de 1500 para quase 3000. Também o número de casamentos legitimados aumentou, de 33 em 1942, para 69 em 1943. Esperamos com o tempo o renascimento espiritual de toda esta paróquia, onde existe uma tão grande diferença entre a Matriz e as capelas. É preciso também uma nova Matriz, pois a atual, embora não tão pequena, torna-se bastante acanhada nos domingos de bom tempo, pois nas duas Missas, muitas pessoas ficam de fora, por não encontrar lugar.

    Em dezembro de 1944 frei Leobino foi transferido para Pará de Minas, nomeado professor e em abril de 1946 foi nomeado um novo coadjutor: Frei Sebastião Jans.

    A reunião do Conselho do Comissariado de fevereiro de 1947 transferiu frei Tiago e em seu lugar assumiu como vigário frei Florino Verhagen.

    Frei Sebastião, na revista de 1947, nos coloca a par da situação na paróquia:

    O Inhacorá tinha um nome, nos municípios vizinhos, que era coisa espantosa! Saque, brigas, revólver e facão foram coisas de cada dia. Mesmo o padre devia viajar, munido dum trinta e oito, para passar mais ou menos seguro, nestes matos. Pois o povo pensava que o padre estava cheio de dinheiro.

    A zona mudou muito de aspecto; chegou muita gente boa aqui. Também nas coisas espirituais mudou-se muito, ou melhor, devemos dizer, tudo se mudou aqui graças à influência religiosa. Nos tempos passados pertencia esta zona, como frei Olímpio escreveu na Santa Cruz de 1941, à Vila Três de Maio, ou Buricá. O Vigário tinha então a zona que ele tem ainda agora em Buricá, e essa zona não é pequena, e ainda em cima a nossa zona, hoje a paróquia São José. Não é, pois de admirar, visto o grande território da paróquia para um padre quase sempre sozinho, que mal e mal podiam ser visitadas, 4 ou 5 vezes, por ano todas as capelas e casas desta imensa zona.

    Desde a fundação da nova paróquia de São José, melhorou muito a situação. No princípio trabalhava aqui o frei Olímpio, depois frei Tiago. De julho de 1942 até janeiro de 1945 foi a paróquia administrada por frei Tiago e seu cooperador frei Leobino. No intervalo da saída de frei Leobino até a minha chegada, ficava de novo todo o trabalho para o Vigário.

    De um para outro dia não se vê progresso espiritual. Conferindo, porém, os dados de frei Olímpio em 1941 com os de 1946, podemos verificar um progresso ótimo. O trabalho não é fácil. As viagens, para quem nunca ou quase nunca montou a cavalo, não é canja; as distâncias são longas, tudo, porém, vai bem e o povo tem de saber que o padre vem no dia marcado.

    Para ver como cresceu o movimento nesta zona, temos agora 9 Capelas, prontas. Quando o Sr. Bispo chegou aqui para fazer a desmembração da nova paróquia, visitou todas as capelas e achou que o único lugar possível para sede era São José, até esta data capela de Buricá. Lá o movimento era maior, uma população boa, capaz de sustentar um vigário. Dito e feito, foi aqui criada a sede da paróquia. Duas capelas ficam mais ou menos perto da sede e o resto 5 ou 6 horas a cavalo. Daí se vê a dificuldade de atender a zona mais afastada. Se sede da paróquia estivesse mais ou menos no centro, seria muito fácil. Voltemos, pois para as capelas e vejamos como estavam neste ano.

    Santo Antônio, distância de São José: 8 km.

    Comecemos com a capela mais perto. Junto com São José é o núcleo mais forte desta parte do Inhacorá. A capela é bem nova, ainda mais, vai ser a capela de maior movimento religioso. Faltava um impulso para a construção da nova capela. Por isso deu o vigário um ultimatum: Não recebereis mais visitas do padre até que a capela esteja de pé. E pronto!

    17 de fevereiro foi lançada e benta a primeira pedra.

    O povo é muito católico, não só de nome. Frequência da missa é ótima, mesmo num dia de chuva.

    Espírito Santo (Engenho Velho), distância de São José: 16 km.

    É a capela mais velha que temos. A população é uma mistura de tudo. A frequência nos domingos é consoladora. A capela é pequena demais quando o tempo está bom. A frequência dos sacramentos é satisfatória. A capela tem tudo o que é necessário. A caixa está bem forte. Sempre dei dois dias de visita, desde julho cada vez três dias, sempre um destes dias era domingo.

    Dâmaso Nardes, distância de São José: 23 km.

    É uma casa particular onde o padre reza uma vez por mês a S. Missa. Esta casa está em pleno campo. População do campo. Pouca frequência na missa e dos sacramentos. No ano que vem veremos talvez o começo duma nova capela aqui.

    Nossa Senhora da Vitória (Chiapetta), distância de São José: 38 km.

    Estamos aqui de novo na colônia, quase tudo é gente nova da colônia velha ou de São José. O povo católico vive aqui em mistura com povo protestante. Aqui encontramos também a única capela protestante da nossa paróquia. Essa capela é muito pequena em relação com a capela católica de Chiapetta.

    Este ano dei cada vez dois dias de visita, dos quais um sempre era domingo. Em setembro fiquei 8 dias lá para a preparação das crianças de 1ª comunhão, o resultado foi grande: 37 primeiras comunhões.

    A capela foi pintada de novo em outubro por dentro e por fora. A imagem de Nossa Senhora é grande, mas pouco artística.

    Brancas, distância de São José: 50 km.

    Uma vez só rezei aqui no tempo da desobriga a S. Missa. Por falta duma casa para rezar a Missa não fui mais para lá. Os poucos católicos aqui podem, com tempo bom, ir à Chiapetta, eu, porém, iria rezar lá também a S. Missa, se tivesse casa de hospedagem com sala que comportasse o povo todo do lugar.

    São José (Boggo), distância de São José: 36 km.

    O povo representa várias nacionalidades. A capela está pronta, não estando porém forrada. Para o povo a religião é novidade. Poucos vêm à missa e recebem os sacramentos.

    Santa Teresinha, distância de São José: 35 km.

    Aqui estamos de novo no campo. É uma capelinha bem pequenina. A visita de 4 dias nem deu uma comunhão.

    São João (Três Vendas), distância de São José: 35 km.

    A população é composta dos tais chamados pêlo duro, gente que pouco sabe do valor das coisas espirituais e também tem pouco interesse em aprender. A frequência da missa é triste. 40 comunhões no ano inteiro.

    A capela está bem arrumada, tudo pronto.

    A gente pensava aqui mesmo que Três Vendas devia ser paróquia, mas o que então o Vigário havia de fazer? Nem sempre tinha missa encomendada neste ano.

    Salatiel Correia (Rincão de Sant'Ana), distância de São José: 36 km.

    É uma casa particular. A população é de caboclos; parece-me que é mistura de índios. Gente boa e simples, mas pobrezinhos.

    No começo vinha sempre bastante gente rezar o terço de noite. Os últimos tempos porém não vem mais ninguém. O Salatiel e senhora se esforçam bastante, contudo com poucos resultados.

    Nesta zona existe, como me contaram, ainda um resto duma seita fanática, que a polícia já castigou tempos passados. Tem um chefe e algumas pessoas são santos; uma é N. Senhor, outra N. Senhora, etc. recebem o culto dos outros, os fiéis se surram nas suas reuniões no mato. Frequentam também a missa; se é verdade, não sei!

    São Pedro, distância de São José: 32 km.

    É uma capela à beira do campo. População pêlo duro. Gostam do padre mas frequentam pouco a igreja. Como em outras zonas também, batizam primeiro as crianças em casa e depois (de um ano ou 4-5-6 anos) mandam batizá-las pelo padre. Comunhões no ano inteiro: 13. Mesmo na festa de São Pedro pouca gente. A imagem de São Pedro é coisa curiosa, digna dum museu histórico. A impressão que a imagem dá é: segurando bem o Evangelho (ou livro de missa) parece São Pedro assobiar. A imagem foi achada no campo e estava parcialmente queimada. Deram na imagem uma pintura e pronto; dizem que é imagem milagrosa.

    O altar e a imagem estão cheios de fitas de todas as cores, frutos das promessas.

    Escola da Esquina (Leviski), distância de São José: 22 km.

    Viajando de São Pedro para Três de Maio encontramos um outro lugar onde cada mês há S. Missa. Leopoldo Leviski quis interessar o povo na construção de uma capela, quase ninguém quis ajudar. Assim fica a S. Missa sempre na Escola. Os caboclos daqui também têm pouco interesse por religião, com algumas exceções. Quando há casamento ou batizados vem muita gente.

    Passo do Rodrigues, distância de São José: 27 km.

    Continuando nossa viagem até o Rio Buricá, encontramos mais uma escola, onde cada mês vem o Padre. População de caboclos ou como outros dizem: pêlo duro. Aqui vem sempre muita gente na missa, mesmo quando não há batizados e casamentos. Também o número de comunhões é bem grande. Cada vez que o padre está, vem muita gente rezar o terço na casa de João Rodrigues, onde o padre está hospedado.

    É como um oásis no meio do deserto. Construir aqui uma capela é difícil. Gente pobre e falta de madeira.

    Nossa Senhora Aparecida (Restinga), distância de São José: 11 km.

    A capela está ficando velha e ainda não tem janelas e nem soalho, nem portas; o único móvel é o altar e uma cadeira num tosco confessionário. As janelas, portas, etc. já podiam estar prontos há muito tempo, falta porém, um que se interesse seriamente para tomar conta disso.

    São Sebastião (Rincão de Alegria), distância de São José: 22 km.

    Capela bem feita. Povo na maioria de origem polaca. Os caboclos vêm pouco na missa. Frequência das missas satisfatória, como também nas comunhões. Cada visita é de três dias, um deles sempre um domingo. A caixa é forte. Na capela falta só a pedra do altar.

    Todo o povo, inclusive a sede, é calculado mais ou menos em 9000 almas.

    A perfeição não alcançamos ainda. Pelo contrário, estamos ainda muito longe disto.

    Não de uma vez, mas devagarzinho esperamos conduzir a nossa gente um pouco mais perto de Deus.

    Em fevereiro de 1947, frei Sebastião foi transferido para Não Me Toque, também no Rio Grande do Sul. Retornou a Inhacorá em fevereiro de 1948 a fim de substituir a frei Florino que foi em férias à Holanda.

    Esta paróquia florescente da serra do Rio Grande do Sul viu neste ano um vaivém de Padres. A paróquia entrou no ano de 1947 com a posse de um vigário Pe. frei Tiago Scheffers e um coadjutor, Pe. frei Sebastião Jans. Um telegrama igual a uma trovoada em céu claro, mudou o cenário completamente. O Vigário e o Coadjutor foram transferidos.

    Chegou o novo vigário Pe. frei Florino Verhagen no dia 17 de março.

    Começou, pois, de novo um tempo difícil para a nossa paróquia de São José. Uma paróquia extensa e de novo com um padre só.

    Em março e abril foi construída uma grande Escola paroquial. Pe. frei Tiago construiu a escola paroquial e fez esforços para atrair Irmãs para São José.

    Frei Florino começou logo a trabalhar nas capelas, cuidando para que possuíssem todo o necessário. As seis capelas agora já estão nas devidas condições, de maneira que, viajando o Padre só precisa levar vinho e hóstias.

    A vida espiritual vai adiante. Em alguns lugares ficou como sempre: pouco povo na missa e na mesa sagrada. Na escola da Esquina, porém, aumentou e na casa de Nenê Narder.

    Esperamos que chegue o tempo em que de novo dois padres trabalhem nesta zona imensa.

    Temos agora 4 alunos no Seminário em Taquari.

    Mas a ajuda demorou um pouquinho, foi em fevereiro de 1950 que frei Florino recebeu a ajuda de um coadjutor, era ele o frei Leônides Schoorl, recém chegado da Holanda para o trabalho missionário no Brasil. Frei Leônides trabalhou em Inhacorá até dezembro de 1950.

    A Reunião do Definitório, realizada em fevereiro de 1951, nomeou frei Lúcio Dupont, frade gaúcho que havia sido ordenado em agosto de 1950, para o trabalho na Paróquia de São José. É de frei Lucio as informações publicadas na Revista Santa Cruz que resumimos a seguir:

    A paróquia de São José do Inhacorá foi fundada em portaria datada de 11 de outubro de 1941 - um dos últimos atos do então bispo de Uruguaiana, Dom Hermeto José Pinheiro. Este mês de outubro, em que a paróquia comemora os seus dez anos de existência é, portanto, uma oportunidade para enviar notícias.

    Desfez-se São José do Inhacorá no decurso destes últimos anos de seu estado de estagnação, progredindo agora maravilhosamente.

    O progresso iniciou em se concretizando o desejo do povo de possuir um colégio dirigido por Irmãs. Já em 1947 havia sido construída uma escola paroquial. O caso porém era encontrar irmãs para tomar conta da escola. Várias congregações foram convidadas, até que finalmente as Irmãs Franciscanas de São Leopoldo aceitaram o convite. Ficou resolvido que a paróquia iria construir uma casa de moradia para elas. Organizou-se uma grande festa em prol da casa das Irmãs.

    No dia 2 de janeiro de 1950 iniciaram os pedreiros com os fundamentos. Já aos 12 de março do mesmo ano, as Irmãs se instalaram na nova casa e começaram a dar aulas na escola paroquial, com grande satisfação do vigário e do povo, como das próprias Irmãs.

    Com a vinda das Irmãs, acresceu mais um motivo de o vigário reclamar um cooperador, pois durante a semana estava sempre fora. O vigário cooperador veio na pessoa do R.P. frei Leônides Schoorl, que sacudia o pó das sandálias, deixando atrás a China comunista e vindo em procura de terras mais pacíficas e hospitaleiras.

    Sendo frei Leônides em janeiro de 1951 transferido para Jequitinhonha, veio substituí-lo em Inhacorá frei Lúcio Dupont, chegando a 23 de janeiro. Frei Leônides ainda teve a fineza de fazer companhia ao novo cooperador por dois dias, a fim de dar-lhe alguma orientação necessária, pois que o vigário estava ausente.

    Em fins de 1950 foi inaugurada a usina Inhacorá, que fornece luz e força para três povoados. Está localizada no Rio Inhacorá, distante de São José apenas quatro quilômetros.

    São José possui assim luz e força, dia e noite. A luz é ótima. Também as ruas do povoado estão iluminadas à noite.

    Em fins de julho, Dom José Newton de Almeida Batista, Bispo de Uruguaiana, aprovou a construção de uma nova Matriz. E está em tempo mesmo, porque a atual, muito pequena, é de madeira, é feia e o material já vai apodrecendo. A nova será de estilo gótico e figurará entre as maiores e mais belas desta zona toda.

    Dentro de não muito tempo, começar-se-á também a construção de novo hospital. O atual é pequeno, de madeira e mal instalado. Por faltarem muitas coisas, não há médico que pare por mais tempo. Esperamos que as Irmãs tomem conta do novo hospital.

    Politicamente pertence São José ainda ao município de Santo Ângelo. Em 1952 espera-se a criação de oito municípios novos. Um desses será Três de Maio. E quando Três de Maio conseguir a sua emancipação, São José ficará pertencendo a este município. Grande será a vantagem: Santo Ângelo dista daqui a 107 km., enquanto Três de Maio apenas 17.

    Estando a sede desta paróquia mesmo numa extremidade, não se tornou com isso mais fácil a visita às capelas. A paróquia tem nove capelas e mais uma está em construção, são elas: Santo Antônio, Espírito Santo, São João Batista, São Sebastião, São José (filial), Nossa Senhora da Vitória, São Pedro, São Roque, Nossa Senhora Aparecida e Sagrada Família. A capela mais nova é a de São Roque, que estava pronta em 15 de agosto de 1951. Celebramos também em algumas casas particulares e escolas de vez em quando.

    Em alguns lugares há uma porção de protestantes, que procuram infiltrar-se entre os católicos e fazem propaganda. Não conseguem muitos adeptos, mas sempre fazem mal.

    O movimento religioso desta paróquia é animador. A frequência dos sacramentos é muito boa, mesmo em dias de semana. A ignorância religiosa vai aos poucos dando lugar a um melhor conhecimento da religião. Esperamos colher bastantes e sérias vocações para o nosso seminário. Para difundir o espírito franciscano vai-se erigir brevemente a Ordem Terceira nesta paróquia.

    Também em São José do Inhacorá está finalmente resolvido o problema da água, pela perfuração de um poço artesiano. Apesar de inúmeras dificuldades, conseguiu-se furar o poço, dando água suficiente para o colégio das Irmãs, a casa canônica e o futuro hospital.

    Outro fato de relevo é o reconhecimento oficial da Escola Madre Madalena, dirigida pelas Irmãs Franciscanas da Província de Santa Maria. Para conseguir este reconhecimento oficial da escola trabalhou-se dois anos.

    Para a construção do futuro hospital já se obteve Cr$ 200.000,00, sendo cem mil doados pelo Governo do Estado e outro tanto pelo Governo Federal. O hospital, que muito em breve deverá ser construído, será propriedade das Irmãs Franciscanas, que dele vão tomar a direção.

    No dia 2 de junho de 1952 houve a festa da bênção e colocação da pedra angular da nova matriz. Esperamos que no dia de Natal deste ano, possamos celebrar esta grande festa dentro da nova igreja matriz. O povo vê que de fato é necessária uma nova igreja. E esta igreja, por sua beleza e seu tamanho, se erguerá em testemunho da grande fé e profunda religiosidade deste povo de São José do Inhacorá.

    A última vez que São José do Inhacorá se fez ouvir nas páginas desta revista, ainda somente se falava em projetos e planta da nova matriz. Hoje porém, já podemos tocar alegremente os sinos do alto da torre de uma linda igreja, nova, pronta, espaçosa.

    Começada a 13 de fevereiro de 1952, a igreja foi inaugurada a 22 de abril de 1953. Houve grandes dificuldades em sua construção.

    Aos 2 de junho de 1952 foi realizada uma festa por ocasião da colocação da pedra angular. Apesar de ser época de crise, causada pela prolongada e forte estiagem, que muito prejudicou a lavoura, o povo não mediu sacrifícios em favor de sua igreja. Foi uma boa festa que animou a continuação das obras. No dia 25 de fevereiro de 1953, foi colocada a cruz sobre a torre, sob o espocar de foguetes e grande alegria da população. À noite festejou-se o acontecimento com um suculento churrasco.

    A preparação para a festa da inauguração foi grandiosa. Carros, caminhões se tinham posto à disposição para trazer gente. Na madrugada do dia, porém, veio uma chuva tão forte, que impossibilitou a vinda do pessoal de fora. O leilão de padrinho e madrinha da nova igreja, como também a bênção da igreja, foi feito debaixo de chuva. Mesmo assim deu ótimo resultado a festa.

    Por fora a igreja foi passada toda a granito, notando-se apenas duas cores nas paredes externas, quais são a do granito, que é cor de rosa, e a das saliências, que é branca. O trabalho do forro é todo de estuque. Os paroquianos estão contentes com a sua nova igreja matriz, que deveras é bonita e o seu tamanho proporcionado à população local.

    Ordem Terceira - Para fomento da vida espiritual na sede da paróquia, resolveu-se fundar a Ordem Terceira Franciscana. 3 de outubro foi o dia da vestição dos que perseveraram, em número de 24: uma dúzia de homens e uma dúzia de mulheres.

    Uma vez que para as senhoras já havia o Apostolado da Oração, procura-se atrair para a Ordem Terceira principalmente os homens, as senhoras se aceitam somente se vierem com o marido.

    Uma dificuldade particular nesta paróquia constitui o fato que para grande parte da população a língua mais familiar é o alemão, a ponto de me ver obrigado a dar conferências e direção em língua alemã.

    Missões: Depois de muitas tentativas infrutíferas para conseguir missionários, tivemos a felicidade de encontrá-los entre os nossos confrades da Província da Imaculada Conceição. Houve Missões na sede da paróquia e em todas as capelas. O resultado foi muito bom.

    Em janeiro de 1954, a reunião do Definitório transferiu frei Lúcio Dupont e, em seu lugar de coadjutor foi nomeado o frei Ernesto Jungblut, que trabalhou até janeiro de 1955, sendo assim substituído pelo frei Dagoberto Wolswijk, que atuou como coadjutor até fevereiro de 1956. Consta também que frei Pacífico Dupont atuou durante um tempo na paróquia até a sua saída em abril de 1957.

    A Reunião do Definitório de abril de 1957 nomeou como coadjutor o frei Lino Kunz e, em junho do mesmo ano, com a saída de frei Florino, frei Lino foi nomeado vigário em São José do Inhacorá.

    Antes de sua saída, frei Florino ainda foi notário no processo de canonização dos Bem aventurados Três Mártires Riograndenses e trabalhou também para a construção do novo hospital de Inhacorá.

    Em agosto de 1957, frei Alberto Froehlich foi nomeado coadjutor, sendo que trabalhou na paróquia até julho de 1958.

    Por algum tempo frei Lino trabalhou sozinho nesta imensa paróquia, até receber a ajuda de frei Raimundo Braun, que foi nomeado seu coadjutor e também pároco em Alegria, em janeiro de 1962.

    O Capítulo Provincial, realizado em dezembro de 1964 mudou o vigário e também o coadjutor. Agora era a vez de frei Ismael Lambi como vigário e frei Batista Steffens como seu coadjutor colaborarem para a cura de almas na Paróquia São José de Inhacorá.

    Estes dois padres continuaram trabalhando em Inhacorá até a entrega da paróquia aos cuidados da recém fundada Custódia de São Francisco de Assis, em 1966.

    Fonte: Revista Santa Cruz

    1941 - págs. 174- 175, 178

    1942 - pág. 129, 180 - 181

    1943 - págs. 79-80

    1944 - pág. 16

    1946 - pág. 34

    1947 - págs. 19, 66-69, 82-86

    1950 - pág. 50

    1951 - págs. 3, 168-170, 185-187

    1952 - págs. 151-152

    1954 - págs. 29, 31-34

    1955 - pág. 2

    1956 - págs. 8, 43, 83,85

    1958 - pág. 90

    1962 - pág. 10

    1964 - pág. 290.

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SATLER, Fabiano Aguilar. OFM/PSC Paróquia Franciscana São José. International Network of Franciscan Studies in Brazil. Available in: http://riefbr.net.br/en/content/ofmpsc-paroquia-franciscana-sao-jose-2. Accessed on: 19/01/2025.